Ainda que tenhamos uma torcida famosa por não ser exatamente das mais racionais e ponderadas, nem mesmo o flamenguista mais extremado consegue considerar 2016 um ano perdido. Mesmo sem títulos no futebol profissional, conseguimos a classificação para a Libertadores, brigamos até a reta final do campeonato, formamos o que parece ser uma base forte para o ano que vem e, com o título da Copa SP de Juniores, temos no banco um dos grupos de jovens mais promissores do passado recentes do clube.
Uma coisa porém, ficou clara durante essa temporada: o Flamengo precisa reaprender logo como ser um time decisivo.
Isso porque em várias situações, desde a desclassificação para o Vasco no carioca até os empates no Maracanã agora na reta final do Brasileirão, passando pela eliminação na Copa do Brasil, o Flamengo não soube se impor nos momentos mais importantes do ano, várias vezes dentro de casa, quase sempre contra times inferiores.
Ainda que algumas dessas eliminações possam ser até justificáveis – na Primeira Liga usamos um time misto, por exemplo – outras variam entre irritantes e constrangedoras. As seguidas derrotas para o Vasco, que durante o período disputava a série B, a eliminação para o Fortaleza, um time de série C, e a derrota para o Palestino, um time da colônia Palestina no Chile, estão entre os capítulos mais lastimáveis da história do Flamengo, e olha que eu já vi Walter Minhoca cobrar uma falta ensaiada nas costas do zagueiro Irineu durante uma partida dessa equipe.
E por mais complicado que seja precisar o que leva a uma eliminação desse tipo – nervosismo contra o Vasco? salto alto contra o Fortaleza? uma sutil tentativa de assumir posição diante da questão da Faixa de Gaza contra o Palestino? – esse tipo de postura é exatamente a que não podemos ter em 2017, um ano em que vamos disputar uma Libertadores onde já não temos exatamente aquele retrospecto tão positivo.
[se os gols da partida contra o América do México estiverem passando pela sua cabeça como um pesadelo, dê uma pausa de cinco minutos na leitura e tome um copo de água, eu vou estar aqui esperando]
Se o Flamengo esse ano reaprendeu a brigar, lembrou o gosto doce da disputa pela liderança, continuou se reformulando enquanto potência do futebol brasileiro, em 2017 ele precisa reaprender a decidir. Manter a frieza nas horas importantes, não sentir a pressão, principalmente da própria torcida, lembrar que muitas vezes o que separa um time campeão de um time eliminado é uma bola, seja ela um chute no ataque, seja ela um bicão na defesa.
Se os últimos anos vem sendo marcados por uma retomada rubro-negra, seja em termos de finanças, reputação, organização, 2017 precisa marcar a etapa final dessa retomada naquilo que mais importa: vencer, vencer, vencer. Afinal, nunca as condições financeiras do clube estiveram tão favoráveis pra umas boas obras de ampliação na sala de troféus.
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