A derrota do Sesc Flamengo por 3 sets a 0 para o Fluminense e vice no Campeonato Carioca de Vôlei Feminino expôs problemas que o time precisa resolver antes do começo da Superliga. A equipe deixou a quadra com 26 pontos concedidos em sets, e agora Bernardinho e sua comissão possuem seis dias para realizar ajustes.
O Flamengo certamente pagou pelos muitos erros de saque, disparado o quesito que mais rendeu pontos de graça ao rival. Contudo, o baixo aproveitamento nos contra-ataques, dificuldade para utilizar as centrais e poucas soluções apresentadas também foram problemas do time ao longo do jogo.
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A estreia do Sesc RJ Flamengo na Superliga desta temporada será fora de casa, na próxima segunda-feira (21), contra o Brasília Vôlei, às 18h30, no Sesi Taguatinga Norte. Veja o que Bernardinho precisa resolver até lá:
Saque e bloqueio:
Esses dois pontos estão interligados e por isso destacados juntos. O Sesc Flamengo errou um total de 15 saques em três sets disputados contra o Fluminense. Dificuldade em conectar saques que não só rendeu pontos graça para o rival, mas também atrapalhou a atuação do bloqueio.
Foram somente sete pontos de bloqueio dos 63 marcados pelo time na final (11%). Ou seja, o Rubro-Negro entregou mais do que o dobro de pontos feitos de bloqueio em saques errados para o Fluminense. E o set com mais pontos no fundamento foi justamente o que menos errou no serviço.
Após um primeiro set com seis erros de saque e dois pontos de bloqueio, a equipe dobrou sua participação na rede ao reduzir as ações erradas no set seguinte: 4 blocos e 3 erros. Outros problemas, como o ataque, por exemplo, impediram a vitória na parcial. Mas os números corroboram com a relação saque-bloqueio.
A melhora, no entanto, não seguiu para o último set: seis erros de saque e nem um ponto de bloqueio. Bernardinho começou o jogo com Lorena e Juju como dupla de centrais, depois colocou Jussara na vaga da jovem. Mas não foi o suficiente para resolver os problemas para parar o ataque rival.
Aproveitamento de contra-ataques
Os times de Bernardinho costumam ter em comum o bom volume de jogo, que é a capacidade da equipe manter a bola no alto e devolver para a quadra adversária. Seja através de defesas, do bloqueio amortecer os ataques, dificultar a recepção/defesa rival para receber bola mais fácil, etc.
Contudo, é preciso converter os contra-ataques para traduzir essa característica em pontos. Isso foi algo que o Sesc Flamengo teve muita dificuldade na final do Carioca Feminino. A equipe teve dificuldade para passar do bloqueio do Fluminense, que fez sete pontos diretos, mas principal função foi amortecer os ataques.
Brie não conseguiu conectar o jogo com as centrais. Lorena por exemplo, saiu de 20 pontos no clássico da fase classificatória para apenas nove na final. Os levantamentos sempre para a extremidade facilitaram a leitura do time adversário e a noite ruim das atacantes contribuiu para o problema.
A oposta Edinara não estava conseguindo concluir os pontos e acabou substituída por Camila Mesquita. Já Michelle, capitã e responsável principalmente pelo equilíbrio do time no fundo de quadra, também não estava bem no ataque. Karina Souza entrou em seu lugar no set final, mas também encontrou dificuldade.
As exceções foram Helena, que cresceu após um início devagar e terminou o jogo com 12 pontos, e Camila Mesquita. A oposta recém-contrata teve um aproveitamento maior após entrar no decorrer do segundo set e marcou 10 pontos.
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Ponto positivo: Camila Mesquita
A atuação de Camila ao entrar na vaga de Edinara talvez tenha sido a única coisa boa para o Sesc Flamengo na derrota por 3 a 0. A atleta de 24 anos mostrou personalidade ao assumir a virada de bola em uma noite ruim da maioria das companheiras e mostrou que pode brigar pela vaga no time titular.
Em processo de formação de um novo grupo e entrosamento, o Sesc Flamengo ainda carece de uma atleta que seja a bola de segurança para Brie nos levantamentos de contra-ataque. A boa atuação na decisão pode fazer Camila Mesquita ganhar espaço com Bernardinho antes da estreia na Superliga.
Vale destacar também que a oposta já atuou como ponteira em sua carreira e pode ser uma alternativa para reforçar o ataque. Em entrevista ao MRN antes de começar a temporada, ela se colocou à disposição para desempenhar a função.
“Não tenho preferência. Meu objetivo é sempre ajudar e colaborar com time da melhor forma possível. Jogar de oposta com certeza é mais fácil pelos anos que já joguei, mas se eu tiver que entrar lá outro lado, é bora. “
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