Dando seguimento à série “5 perguntas para os candidatos a presidente do Flamengo”, questionamos os pré-candidatos Luiz Eduardo Baptista (Bap), Maurício Gomes de Mattos, Pedro Paulo , Rodrigo Dunshee e Wallim Vasconcelos como planejam gerir e o que pretendem implementar no futebol de base do clube.
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A todos foram feitas as mesmas perguntas, com prazo igual. Principalmente devido ao agito para a inscrição das chapas para a eleição do Flamengo – cujo a data limite é o próximo dia 30-, um novo prazo foi solicitado de maneira unânime pelos participantes. Vale ressaltar que as perguntas foram enviadas antes que Delair Dumbrosck se lançasse pré-candidato. Apesar dos esforços da reportagem do MRN, apenas os candidatos Luiz Eduardo Baptista e Rodrigo Dunshee responderam adequadamente aos questionamentos.
Maurício Gomes de Mattos não cumpriu o prazo mesmo após este ser estendido e Wallim Vasconcelos alegou que o foco dele e sua equipe estava “somente na montagem da chapa”, não querendo este responder de maneira “protocolar”.
Pedro Paulo, por sua vez, nos enviou as respostas para todos os questionamentos. Porém, após uma revisão, a equipe percebeu que estas foram redigidas pelo ChatGPT, inteligência artificial (IA) que simula conversas e auxilia usuários. Desse modo, o MRN decidiu por não as colocar nesta matéria.
Diante das dificuldades, mantemos abaixo as respostas de Luiz Eduardo Baptista e Rodrigo Dunshee sobre nossos importantes questionamentos sobre o futebol de base do Flamengo.
1. O que acha do trabalho que o Flamengo tem feito na base e o que pretende fazer de melhor/diferente?
Luiz Eduardo Baptista: Não temos que apontar erros e olhar para trás. O que temos é que trabalhar para que a base do Flamengo seja cada vez mais forte. Nosso mantra é a profissionalização total do futebol, e isso inclui o futebol de base. Vamos aumentar os investimentos para atingir nosso objetivo principal que é formar atletas excepcionais para o time profissional. O caminho é reforçar o desenvolvimento dos jogadores com profissionais especializados. É a base que garante a sustentabilidade e o sucesso do clube a longo prazo.
Rodrigo Dunshee: São mais de 130 títulos desde que começamos nosso trabalho em 2019. Só em 2023, foram 44 títulos. Dentre todas as conquistas, destacamos a Libertadores e o Mundial Sub-20 desse ano (único time no Brasil com esse par de títulos). Outro ponto importante foi a captação de mais de R$ 1 bilhão com vendas de atletas provenientes da nossa base nesses últimos seis anos e já temos uma projeção de mais R$ 1 bilhão para os próximos 5 anos.
Estamos com quatro jogadores na Seleção Brasileira Sub-20 e esse ano já relacionamos 36 atletas da base para os jogos do profissional, mantendo a média dos últimos anos. A evolução tem que ser contínua. Não vamos parar até ser a melhor base do mundo. Desde que iniciamos nossa gestão em 2019, temos como prioridade o investimento no Futebol de Base, visto que o que encontramos era muito precário para quem somos. Foram investimentos recordes na história do clube.
Fizemos seis novos campos e estamos construindo um estádio para duas mil pessoas no Ninho, uma nova academia, um laboratório de fisiologia exclusivo para a base, pista de trabalho de força, entre outros. Investimos em profissionais e processos de formação, educação continuada, além de muita estrutura. Adquirimos alguns terrenos para ampliação e ainda mais modernização. Um dos grandes projetos para a base é fazer a Cidade de Futebol do Flamengo onde teríamos futebol profissional, base, feminino e futsal no mesmo lugar, facilitando a logística e integração. Craque o Flamengo faz em casa.
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2. Como planeja melhorar o trabalho de prospecção e captação de talentos para o Flamengo parar de perder joias para rivais brasileiros e continentais ou para times europeus?
Luiz Eduardo Baptista: Ter uma equipe de captação qualificada e ampliada. Os melhores atletas devem jogar no Flamengo e, para isso, serem identificados cedo no seu desenvolvimento. É preciso estruturar o processo de captação, inclusive, com profissionais distintos entre quem capta e quem negocia. Como digo sempre: quem faz a prova não deve corrigi-la.
Rodrigo Dunshee: Quando iniciamos nossa gestão em 2019, fazíamos uma média de 7/8 mil avaliações por ano. Hoje já estamos numa média de 40 mil. Trouxemos jogadores de todas as idades e mercados, disputando as contratações com outros grandes players do mercado nacional e internacional. Investimos muito no nosso departamento de captação, contando com dezenas de profissionais espalhados pelo Brasil e pelo mundo, além de parcerias locais.
Internalizamos a inteligência através de software desenvolvido internamente e inserimos muitas ferramentas de IA. Além disso, temos processos de capacitação e treinamentos regulares com todos os nossos scouts de forma a sempre estarem o mais conectados possível com nossos elencos, seu perfil e suas necessidades. Hoje, já temos scouts trabalhando por todo o mundo e estamos realizando nosso projeto desde 2022 também na África, de onde trouxemos o nigeriano Shola, que hoje já é campeão da Libertadores e Mundial Sub-20 com o Flamengo.
Trouxemos também, por exemplo, o Caio e o Felipe Teresa, os dois que fizeram os gols que nos ajudaram e muito também nessa conquista do título do Mundial Sub-20 mês passado, além de muitos outros que chegaram ao longo desses anos e temos certeza que darão muitas alegrias à Nação. Vamos trabalhar e investir para ampliar o departamento e otimizar ainda mais os processos para trazer mais craques para vestir nosso manto.
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3. Como evoluir a transição da base para o profissional? Vemos alguns jogadores subindo muito novos, não rendendo o esperado e acabam sendo negociados para bater metas de orçamento
Luiz Eduardo Baptista: Em primeiro lugar, contratar um diretor técnico profissional para cuidar de toda a estrutura do futebol, adulta e base. E aqui também temos que falar em gestão. Definir metas financeiras e esportivas, regras de conduta, princípios de análise da área de Inteligência, avaliação de contratações e planejamento, acompanhamento da performance de cada área do futebol, entre outros. Vamos ainda ampliar o scout para a base, o que nos dará consistentes subsídios.
Rodrigo Dunshee: Temos um departamento de transição que montamos quando chegamos em 2019, pensando exatamente nisso, ter um processo definido, um departamento para ter esse olhar específico nessa fase de transição. Ao longo desses seis anos, utilizamos muito a base nas competições do profissional, tendo o melhor índice do país nessa métrica. Por vezes, jogamos com o time todo de atletas da base e sempre com saldo muito positivo.
Desde 2019, temos inúmeros atletas sendo utilizados no profissional, já chegamos a ter 18 jogadores treinando junto ao profissional e em todos os jogos temos atletas da base relacionados. Hoje, temos um alinhamento muito bem estruturado com o profissional, o que motiva e ajuda no amadurecimento desses jovens. Claro que podemos sempre melhorar e vamos trabalhar para que esse processo continue sempre evoluindo.
Sobre a questão das vendas de atletas, todo clube precisa vender, faz parte do processo. Mas não precisa ser da base, só que como nosso trabalho é de excelência na formação, sempre temos muitos clubes, principalmente europeus, querendo nossos jogadores, porque já conhecem nosso trabalho. Temos que entender que as vendas são uma receita importante para aumentar o investimento também na base, realimentando esse ciclo.
Acredito que o mais justo e eficiente seria direcionar um percentual das vendas dos atletas da base diretamente para investimentos no departamento. Garantir que a roda vai girar. Base não é custo, é investimento.
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4. Aspecto mental e educacional são fundamentais para o desenvolvimento dos jovens jogadores. Como pretendem aliar esses dois fatores visando ter atletas mais fortes e maduros no futuro?
Luiz Eduardo Baptista: Não tenho nenhuma dúvida sobre a importância dos aspectos mental e educacional. Os atletas terão acompanhamento psicológico permanente. E não só isso, mas a partir dos 13 anos a formação dos jogadores se dará também nas áreas acadêmica, moral, comportamental e física.
Rodrigo Dunshee: Esse é mais um tema de muita importância para nós. Desde o início de nossa gestão, em 2019, temos trabalhado muito o olhar sobre o desenvolvimento do ser humano. Montamos um Departamento de Desenvolvimento Humano na Base, focado nisso. Ele é composto de duas pedagogas, três assistentes sociais e três psicólogas, entre outros. Um trabalho fantástico de cuidado com os atletas e seus familiares.
Temos uma escola particular parceira e inúmeros projetos que acontecem durante o ano, sempre de forma didática direcionada para cada idade, e com focos diversos, desde acolhimento das famílias que vem de outros estados e municípios, até palestras ou reuniões semanais sobre temas diversos da formação do indivíduo como DTS, apostas, assédio, bullying.
Além disso, temas de construção do atleta como pós-carreira, aplicação financeira, etc, além de temas motivacionais com ex atletas sobre vida de um profissional, foco, etc. Acreditamos muito na formação do indivíduo e vamos ampliar ainda mais esses projetos.
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5. Existe uma perspectiva para estruturação de um corpo técnico alinhado visando a aplicação de um modelo de jogo uniforme para toda base? Bem como existe perspectiva dessa estruturação também chegar ao profissional?
Luiz Eduardo Baptista: Existe uma perspectiva de um trabalho unificado da base ao profissional. Além do diretor de futebol que estará à frente das duas áreas, vamos criar o cargo de chefe de recrutamento do clube com toda a estrutura associada a um padrão mundial de recursos humanos e com ferramentas de tecnologia necessárias para o melhor desenvolvimento de todas as atividades. Os profissionais contratados com toda a certeza terão a expertise necessária para definir este e outros rumos para o futebol do Flamengo.
Rodrigo Dunshee: Já temos um caderno metodológico que desenvolvemos e sempre foi aplicado desde 2019, quando entramos. Temos nossa forma de jogar aplicada em todas as categorias. Esse processo metodológico tem sua estrutura evolutiva desenhada atendendo os diferentes níveis de necessidade de acordo com as idades (categorias), começando lá no futsal, que é uma ferramenta de performance importantíssima no nosso processo.
Nossos resultados são frutos desse trabalho de excelência realizado por esses profissionais dedicados da base. Todos alinhados dentro do DNA rubro-negro que está muito bem desenvolvido no nosso caderno metodológico. Além disso, temos processos de desenvolvimento individual (PDI), onde trabalhamos os atletas dentro dos pilares técnico, tático, físico e mental. Podemos melhorar? Claro que podemos. Todos os processos existentes estão em constante evolução, buscamos sempre novas tecnologias, modelos e soluções para estarmos sempre na vanguarda do trabalho de formação de atletas.
E quanto ao alinhamento com o futebol profissional, a comunicação entre os profissionais tem sido excelente, um trabalho integrado onde temos diariamente uma média de 8/10 atletas treinando em cima, processo hoje normal no nosso dia a dia. Vamos manter os maiores índices de investimento da história do Flamengo na Base.
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