O ex-vice-presidente de Marketing do Flamengo, Daniel Orlean, falou sobre o período em que esteve no cargo durante entrevista concedida ao canal Arquibancada Rubro-Negra.
Orlean deixou o clube em 2018, mas é bem quisto pelo torcedor, em especial por ter uma gestão baseada na inovação. Foi com ele que o Flamengo montou um departamento para esports e buscou novas formas de arrecadação.
Entre diversos assuntos abordados, Orlean falou sobre ter feito projeto para um estádio próprio do Flamengo. A ideia, contudo, era difícil por envolver muita política.
Leia também: Novo Museu do Flamengo já tem previsão de inauguração; confira vídeo incrível
Apesar de ter feito parte desse projeto, Orlean afirmou que o Maracanã é a melhor opção para mandar os jogos, desde que o clube lidere o consórcio e que a licitação seja de longa duração.
Ele vê como viável a construção de um estádio próprio, contanto que o planejamento seja adequado. Financeiramente, ele acredita que o Flamengo possa realizar esse sonho antigo. Quando ele buscou essa alternativa, uma parte do estádio seria bancado pelo patrimônio e a outra pelo marketing, com venda de cadeiras e de naming rights, por exemplo.
A outra opção de arrecadação se daria por fan token. Daniel Orlean brincou com o nome “FlaCoin” e explicou que o clube poderia vender alguns ativos somente pra quem tivesse essa moeda digital. Na visão dele, as pessoas daquele período não captaram completamente a ideia e também não estavam preparadas para isso.
Os fan tokens estão em foco novamente, em especial por o PSG ter pago parte das luvas de Messi com criptomoedas.
Contrato do Flamengo com a Carabao
Apesar de ter feito um trabalho elogiado, Daniel Orlean viu o acordo entre Flamengo e Carabao “manchar” os seus serviços prestados.
A Carabao queria entrar no mercado brasileiro e viu no Flamengo uma boa oportunidade para expor sua marca. Para isso, ofereceu R$ 15 milhões pelo espaço nas mangas do Manto Sagrado. A ideia era que, na temporada seguinte, a empresa de energéticos assumisse o patrocínio master da camisa, tomando o lugar da Caixa e pagando R$ 30 milhões + metas.
O acordo, contudo, não foi para frente. A Carabao desistiu do master e ofereceu apenas R$ 10 milhões pelo mesmo espaço nas mangas. Diante disso, o torcedor ficou com a impressão de que o Flamengo saiu no prejuízo.
Não deixe de ler também: Flamengo acerta com Thiago Mendes, afirma jornalista; valores impressionam
Orlean explicou que não houve prejuízo para o Flamengo. Isso porque o clube conseguiu renovar com a Caixa pelo valor de R$ 25 milhões, retirou o símbolo da empresa (um “X”) do calção e do peito e abriu espaço para outras marcas.
A partir disso, o Rubro-Negro fechou com a Universidade Brasil por valores que, somados aos da Caixa, cobriram os R$ 30 milhões prometidos pela Carabao.
O ex-VP opinou sobre o que deu errado para a empresa. Na sua visão, houve um despreparo para entrar no mercado brasileiro, principalmente no que diz respeito à política de distribuição.
O acordo entre Flamengo e Carabao se encerrou no final de 2018 e os antigos patrocinadores foram condenados a pagar quase R$ 11 milhões ao clube.
Apesar de não ter dado certo, o modelo de negociação foi inovador. Um exemplo é o BRB, atual master do Flamengo, que paga um valor fixo + metas.
Esses foram alguns dos assuntos abordados na entrevista. O papo completo pode ser visto abaixo: