Por Diogo Almeida – Twitter: @DidaZico
O futebol do Flamengo chega ao fim da temporada 2021 cheio de incertezas. Se por um lado está a um jogo de se tornar campeão da Libertadores, por outro enfrenta uma crise jamais vista durante a gestão de Rodolfo Landim.
Se o Departamento de Futebol comandado por Marcos Braz é incensado por montar um grande time no começo de 2019, os fracassos não podem mais ser varridos para debaixo do tapete por causa dos grandes títulos conquistados.
Assim como as taças elegem mandatos políticos, o mal desempenho deve gerar análises contundentes e críticas severas da opinião pública flamenga, ou seja, de veículos como este e torcedores em geral.
Opinião: Lições não aprendidas
A reconstrução do Flamengo não se deve a um ou outro grupo ou dirigente, e sim a um pensamento geral de união em torno de ideias que apoiou firmemente as mudanças necessárias.
São as ideias que impulsionam as conquistas. E se o Flamengo tem mais facilidade do que todos os outros clubes em gerar receita sem vender sua alma, não é razoável admitir nada menos do que excelência em todos os níveis.
A grande ironia dessa história é que o clube tem sua receita de supereminência esportiva há mais de uma década no basquete:
- Um diretor esportivo qualificado para o cargo e blindado de toda a interferência política;
- investimento contínuo em infraestrutura de ponta. Com obsessão pela busca contínua dos melhores métodos e processos, tendo a ciência e tecnologia como pilares para tomadas de decisão;
- atrair os melhores profissionais do mercado e oferecer-lhes um local onde possam desenvolver o melhor de si, atraindo para o clube expertise e inovação.
Embora os erros da diretoria fora das quatro linhas sejam maiores do que qualquer derrota dentro de campo, apenas quando o time entra em colapso que nos damos conta de que na verdade o futebol do Flamengo está muito aquém do seu potencial.
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O atual Conselho Diretor não tem forte oposição e faz o que bem quer dentro do clube. Landim será facilmente reeleito para mais um mandato em poucas semanas e nem pode acusar a atual crise tática, técnica e intelectual do time comandado por Renato Gaúcho de uma peça de ficção eleitoral.
Ainda que não devemos fechar os olhos para o conluio contra o sucesso do Fla no Brasileiro, perder a vaga para a final da Copa do Brasil para o Athletico Paranaense é uma evidência contundente de que a incompetência não consegue mais ser represada pelo talento dos nossos jogadores.
O Flamengo de Landim não pode tapar o sol com uma peneira, ainda que esta esteja cheia de pepitas de ouro.
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