E lá vai ele outra vez. O programa de milhagem mais bem sucedido da diretoria rubro-negra, o cidadão com mais horas de vôo que muito piloto da Gol, o responsável por trazer Kit-Kat do free shop pra geral na Gávea: Marcos Braz está viajando, mais uma vez, em direção a Europa.
Mas além do tradicional Iphone novo pros filhos, daquele vinho bacana pra esposa, talvez um carrinho de bebê multifuncional que aqui custa R$ 3 mil pra fazer um agrado pro netinho que vai nascer, quais deveriam ser as prioridades do vice-presidente de futebol do Flamengo nesta sua nova turnê europeia, já que dessa vez não terá como foco desestabilizar totalmente a comissão técnica do Benfica para depois não contratar o treinador do Benfica?
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Um zagueiro – Dizer que o Flamengo precisa de zagueiros é um pouco como dizer que a Atlântida tinha “um problema de encanamento”, que o Brasil “não vai bem na economia”, que o lateral Anderson Pico “tinha pouco pescoço”. Isso porque temos uma dupla titular que convive com frequentes lesões (David Luiz pela idade e Rodrigo Caio por ser o primeiro humano totalmente confeccionado usando vidro, papel toalha e palito de picolé), uma dupla reserva (Gustavo Henrique e Leo Pereira) que transmite menos segurança que um motorista de ônibus dirigindo com Corote numa mão e um 38 na outra (o volante vai sozinho) e depois deles uma dupla promissora mas ainda inexperiente da base (Noga e Cleiton).
Diante da decisão de Paulo Sousa de atuar com três zagueiros, por mais que um deles possa ser Felipe Luís, fica evidente que, mais do que nunca, o Flamengo precisa urgentemente de reforços na posição.
Um meia – Uma das carências mais visíveis do elenco rubro-negro na temporada passada, a ausência de um meia de criação estapeou a cara do torcedor em absolutamente todas as ocasiões em que, seja por convocação, lesão ou COVID, não pudemos contar com Arrascaeta e Éverton Ribeiro. Por mais que tenham sido realizadas várias improvisações durante a temporada (Andreas mais adiantado, Vitinho mais centralizado, Gustavo Henrique correndo com a bola porque Deus nos abandonou) a verdade é que não temos no elenco nenhum jogador especialista em armar jogadas, com exceção talvez de Diego Ribas, que nos últimos anos desenvolveu um relacionamento abusivo com a bola e quer mantê-la apenas para si, não permitindo que ela tenha outros amigos ou conheça outras pessoas.
Num ano de várias datas FIFA e diversas competições importantes, é quase certeza que, se essa lacuna não for resolvida por Marcos Braz, mais uma vez vamos ter partidas em que muita gente corre, todo mundo ataca, mas absolutamente ninguém pensa no meio do Flamengo.
Um atacante de lado de campo – Uma das prioridades mais debatidas pela diretoria, a chegada de mais um atacante – possivelmente para compensar a saída precoce de Kenedy, que usou o Flamengo como spa e foi embora após perder alguns quilos – ajudaria a aumentar ainda mais o poderio ofensivo rubro-negro, que já conta com Pedro, Gabi, Bruno Henrique, Vitinho e Marinho.
Ainda que não seja o ponto mais crítico do elenco, dada a qualidade dos titulares e o quão promissores são os jovens da base (nomes com Lázaro, Petterson, Ryan Luka, entre outros), a verdade é que diante do volume de jogadores selecionáveis do nosso ataque, o Flamengo com certeza vai precisar de mais um atacante com experiência e qualidade durante a temporada – se puder ser alguém do calibre de Everton Cebolinha, tanto melhor.
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Goleiro, volante e laterais – Situações que dependem um pouco mais do nível de confiança que você (e o Marcos Braz) tem no nosso elenco (Hugo com o psicológico em dia é um goleiro promissor, mas nunca se sabe como andam os boletos do psicológico do Hugo) e das opções do professor Paulo Sousa (com Arão, Thiago Maia, Andreas, João Gomes e promessas como Igor Jesus até Celso Roth talvez se sentisse satisfeito em termos de volância) acabam ficando mais para trás na lista de prioridades, ainda mais com um Flamengo que não pode abusar no orçamento.
O mesmo acaba acontecendo nas laterais/alas, onde mesmo que Isla não seja confiável e Felipe Luis cada vez mais sinta a idade, a ascensão de Matheusinho e Ramón, além da intenção do técnico português de usar atletas de outras posições nessa função, permite que as presenças de Rodinei e Renê no elenco não se tornem tão perigosas.
Resta então torcer para que Marcos Braz consiga manter o senso de prioridades, encontrar boas oportunidades de negócio, e usar essa janela para trazer reforços que não apenas atendam as posições carentes do Flamengo como sejam capazes de se encaixar rapidamente no que o time precisa. Ou isso ou ao menos trazer Iphone 13 pra todo mundo, que o meu MotoG já caiu umas 10 vezes no chão, todo trincado, tá complexo.
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