Na última semana, a diretora da área de Responsabilidade Social do Flamengo Ângela Machado Landim foi alvo de protestos na internet. Isso porque Ângela, que também é casada com o presidente do clube, Rodolfo Landim, publicou mensagem em suas redes sociais comentando o resultado eleitoral do último domingo (30). Apoiadora de Jair Bolsonaro, Ângela chegou a comparar nordestinos a carrapatos.
A publicação de Ângela Machado rapidamente se espalhou, causando diversos protestos, principalmente por torcedores do Flamengo que vivem no Nordeste. Com o alcance negativo do ocorrido, ainda que Ângela tenha feito pedido de desculpa nesta quinta-feira. o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) decidiu acionar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e a Delegacia de Combate aos Crimes Raciais (Decradi) contra a diretora.
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A princípio, o processo indica que houve falas xenofóbicas de Ângela na intenção de diminuir a região nordestina como inferior ao restante do país. Dessa forma, todo a acusação é com base em uma violação do Artigo 243-G, que proíbe a prática do “ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Além disso, para o Decradi, o Movimento de Direitos Humanos alega uma infração no artigo 20, que repudia “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. O MNDH ainda solicita que toda a diretoria do Flamengo preste esclarecimentos na Justiça.
Retratação de Ângela Machado
Após a repercussão, a diretora de responsabilidade social do Flamengo recuou. Em retratação feita pelas redes sociais, Ângela reconheceu o tom preconceituoso da sua publicação, e afirmou o respeito pelo processo democrático das urnas do Brasil.
“Não escrevi nenhuma dessas postagens que circularam. Mas, no calor da situação, compartilhei algumas mensagens e postagens e, entre elas, havia uma que citava de forma preconceituosa os meus conterrâneos nordestinos.”
“Peço desculpas pelo meu erro, reconheço e respeito o processo democrático e o resultado das urnas. E torço para que o próximo governo tenha êxito pelo bem do nosso país, independente de qualquer ideologia. Peço desculpas também ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos. E, inclusive minha família, com quem me desculpei diretamente”.
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