Uma das principais e mais debatidas lacunas do elenco rubro-negro, que vem desde 2020, é a de um jogador de criação para a reserva de Arrascaeta e Everton Ribeiro. De Oscar até Pellistri, passando por Quintero, Facundo Farías, Carlos Alcaraz e absolutamente qualquer meia sul-americano que já tenha acertado uma assistência para gol nos últimos cinco anos, são inúmeros os nomes já cotados para vestir a camisa rubro-negra.
Isso sem contar todas as soluções caseiras já tentadas, desde Gerson adiantado até Vitinho, que Allah o proteja, fazendo a armação.
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E ainda que muito dessa dificuldade tenha a ver com o misto de negligência e incompetência da Diretoria rubro-negra, que tem imensa resistência para reconhecer as carências do elenco e varia entre se mover no mercado com a velocidade de um tigre ou com a lerdeza de uma tartaruga sob efeito de zolpidem, é preciso também levar em consideração o quão complicado é encontrar peças de reposição para jogadores desse nível de qualidade.
Porque tanto Arrascaeta quanto Everton Ribeiro são, sob qualquer prisma de análise, jogadores fora de série. Ambos já comprovaram isso diversas vezes, tanto antes de sua chegada à Gávea quanto durante sua trajetória com o manto rubro-negro. Foram gols, assistências, títulos, participações críticas e essenciais em algumas das maiores conquistas do Flamengo desde a era Zico.
Então chega a ser quase engraçado ver torcedores pedindo não apenas a saída de Everton da equipe titular, mas também do clube. Onde, aliás, ganhou dois Brasileiros, duas Libertadores e uma Copa do Brasil, entre outros títulos.
Não porque Everton seja intocável ou esteja realizando um grande começo de temporada, porque nenhuma das duas afirmações é verdadeira. Nenhum jogador, por mais bonita que seja sua história em vermelho e preto, ganha passe livre para atuar mal. E é visível que o atual capitão do Flamengo começou a temporada muito abaixo, tanto física quanto tecnicamente, sem parecer, nem de longe,m o jogador que a torcida conhece.
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Mas se isso justifica que o torcedor cobre o atleta e que o treinador busque novas opções para o time, não necessariamente torna sensato considerar que o clube não deveria renovar com seu camisa 7, convocado para a última Copa do Mundo e sem substitutos no elenco, porque ele está em má fase no fim de fevereiro após se apresentar no dia 4/1 e encontrar um novo treinador e uma nova comissão técnica.
Além de qualquer gratidão com Everton Ribeiro, um jogador que teve sim papel importantíssimo no retorno do Flamengo ao patamar de onde nunca deveria ter saído, renovar o contrato do meia de 33 anos é muito mais uma questão de lógica e planejamento para o elenco rubro-negro. Pois não faria sentido liberar um importante titular sem ter peças de reposição à altura. E faria menos sentido ainda reforçar algum rival com um atleta que em alguns meses pode estar novamente em grande fase.
Então ainda que a memória de alguns torcedores pareça ser similar a da personagem Dori da animação “Procurando Nemo”. E outros pareçam confiar mais num treinador recém-chegado que não venceu nada do que num grupo experiente e campeão de quase tudo, o bom senso dita que Everton Ribeiro ainda tem pela frente mais alguns bons anos com a camisa rubro-negra. Não por já ter conquistado títulos ou feito grandes jogos, mas porque o craque ex-careca ainda pode conquistar e fazer mais ainda.
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