A CPI dos Atos Golpistas descobriu que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve três encontros não registrados na agenda com um dirigente do Flamengo. O diretor de Relações Governamentais Aleksander Santos teve três reuniões com Bolsonaro em 2022, segundo revelaram e-mails aos quais a CPI teve acesso.
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O Flamengo sempre alegou não se posicionar sobre assuntos políticos e que a relação com Bolsonaro era meramente institucional. Entretanto, os encontros secretos são mais um sinal de uma proximidade excessiva.
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Entre outros episódios, a gestão Landim teve as seguintes relações com o governo Bolsonaro:
- O então vice-presidente Hamilton Mourão e assessores próximos de Bolsonaro – incluindo o ajudante de ordens Mauro Cid, atualmente pivô de escândalos que podem levar Bolsonaro à cadeia – receberam títulos de sócios honorários do Flamengo. A diretoria concede a honraria a quem tem serviços prestados ao Flamengo ou ao futebol
- Durante a pandemia, Landim se reuniu com Bolsonaro no Palácio do Planalto e depois compareceu à posse do ministro das Comunicações Fábio Faria. Os encontros fizeram parte de um lobby para a retomada do futebol, então paralisado por conta da pandemia de coronavírus, e para a mudança da lei de direitos de televisionamento
- Bolsonaro esteve no estádio Mané Garrincha e no Maracanã para vários jogos do Flamengo e também tirou foto com jogadores durante um treino em Brasília antes de um duelo decisivo contra o Athletico-PR no Brasileiro de 2020
- No pior epísódio, Landim e outros dirigentes do Flamengo receberam Bolsonaro no aeroporto com a taça da Libertadores no dia do segundo turno da eleição presidencial no ano passado. O Ministério Público Eleitoral investiga o caso.
Quem é Aleksander Santos
Aleksander Santos é diretor remunerado do Flamengo desde 2019, no início da gestão Landim. Em 2020, um processo na Justiça penhorando parte do salário de Aleksander revelou que ele recebia R$ 35 mil mensais do clube.
Dirigente do partido Solidariedade, ele também integrava o grupo “Guardiões do Crivella” no Whatsapp. No grupo, aliados do então prefeito do Rio de Janeiro articulavam ações para intimidar a imprensa. Aleksander era bem ativo no grupo e chamava o prefeito de “nosso líder”.
A mais recente aparição pública de destaque do dirigente foi na abertura da CPI da Manipulação de Apostas em Brasília. Na ocasião, ele apareceu no plenário com um broche do Flamengo. Após esse dia, Landim chegou a constar de um requerimento do deputado Luciano Vieira (PL-RJ) para prestar esclarecimentos à CPI sobre a relação do Flamengo com patrocinadores do setor de apostas, mas o requerimento nunca foi a votação.
A informação dos encontros entre Aleksander e Bolsonaro foi revelada pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo o jornalista, em um dos encontros secretos Aleksander levou a sogra e a enteada para se encontrar com o então presidente.
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