Enquanto Marcos Braz brigava com um torcedor no Rio, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, esteve esta semana em Brasília fazendo lobby contra um projeto que garante o voto a distância nas eleições em clubes como o Flamengo.
O projeto é de autoria do antecessor de Landim e atual deputado federal Eduardo Bandeira de Mello. Atualmente, ele se encontra na Comissão de Esporte da Câmara aguardando votação do parecer positivo do deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).
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De acordo com o “Extra”, Landim passou dois dias em Brasília conversando com deputados para tentar deter a tramitação. Entretanto, esta está longe de ser a primeira ação da gestão Landim para impedir o voto a distância no Flamengo.
Flamengo recorreu à Justiça contra voto a distância em 2021
Em agosto de 2020, durante o auge da pandemia, uma modificação na Lei Pelé passou a garantir o voto a distância nas eleições de clubes. Curiosamente, assim que a mudança entrou em vigor, o Flamengo impôs um aumento abusivo de 165% na mensalidade do sócio off-Rio. Desta forma, causou uma debandada dos sócios desta categoria.
Na eleição de 2021, o candidato de oposição Walter Monteiro tentou ao longo de meses conseguir que o clube se comprometesse a cumprir a mudança na Lei Pelé. Sem sucesso, ele recorreu à Justiça e acabou obtendo uma liminar para garantir o voto à distância. Entretanto, o Flamengo recorreu, alegando que não tinha como cumprir a decisão sem atrasar as eleições e que o voto presencial era o “suposto direito de um ou poucos sócios”.
O Flamengo acabou conseguindo derrubar a liminar e a eleição aconteceu. Monteiro, que acabou em terceiro lugar na eleição, decidiu não recorrer da decisão com a promessa feita pelo presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Alcides, aliado de Landim, de que pautaria a inclusão do voto a distância no estatuto ainda no ano seguinte.
Entretanto, o tema só foi analisado pelo Conselho Deliberativo em 2023. Ainda assim, sequer foi a plenário, porque a Comissão de Estatuto, nomeada por Alcides, concluiu que o voto a distância contrariava um dos objetivos maiores do clube, que é realizar reuniões presenciais.
Novo capítulo na disputa entre Landim e Bandeira de Mello
Já que há uma disputa judicial se a regulação da Lei Pelé vale para qualquer eleição de clube ou era apenas uma exceção para a pandemia, Bandeira decidiu apresentar um novo projeto de lei que deixa claro que a regra tem aplicação geral. Caso ela se torne lei ainda este ano, o Flamengo não terá opção a não ser adaptar sua eleição do ano que vem para permitir o voto a distância.
É mais um capítulo na disputa entre Landim e Bandeira. No mesmo dia da briga de Braz e da viagem de Landim a Brasília, o presidente sofreu uma derrota para o seu antecessor. Isso porque o Conselho Deliberativo retirou definitivamente de pauta a proposta de emenda que impedia a candidatura de políticos com mandato eleitoral à Presidência do clube.
Desta forma, Bandeira pode concorrer à sucessão de Landim. Já o próprio presidente não pode buscar o terceiro mandato consecutivo e terá que apoiar um sucessor. O nome preferido de Landim é o presidente do Conselho de Administração Luiz Eduardo Baptista, o Bap, mas o vice-presidente Rodrigo Dunshee de Abranches também tenta viabilizar sua candidatura.
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