O primeiro episódio do documentário “Por que Waldemar?”, lançado pela ESPN neste sábado (14), relembra a situação no Flamengo nos anos anteriores ao histórico anúncio da contratação do técnico Waldemar Lemos. Um dos principais casos abordados no documentário é a passagem de Vampeta, que ficou marcada pela frase “Eles fingem que pagam e eu finjo que jogo”.
O documentário da ESPN ouve Vampeta, o então presidente Edmundo dos Santos Silva e Edílson, atacante do Flamengo na época, sobre a passagem de Vampeta na Gávea, em 2001. O volante, que seria campeão do mundo pela seleção brasileira no ano seguinte, veio do Flamengo do Paris Saint-Germain em uma polêmica troca que envolveu a venda dos atacantes Adriano e Reinaldo para a Europa.
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“O Flamengo naquela época era uma bagunça. O Flamengo não pagava ninguém. Eu fui falar com o Edmundo assim, “Ô velho, dia 5”. Ele: “Dia 5 o quê?” “Dia 5 é o dia do pagamento”. “Pô, você chegou tem um mês, já quer receber? Os caras tão aí há mais de dois anos, tá cinco meses atrasado…”, relata Vampeta.
O ex-presidente, que sofreu impeachment no Flamengo durante a passagem de Vampeta por irregularidades envolvendo a parceria do clube com a empresa suíça de marketing esportivo ISL, mostrou que ainda segue magoado com o ex-volante mais de duas décadas depois.
“Eu acho que o que ele fez não é comigo, com o Flamengo, não se faz. O Flamengo não merecia isso. O Vampeta mexeu com uma instituição de mais de 100 anos que respeitou ele. Essas brincadeirinhas jocosas de quem não tem compromisso com a verdade, não tem compromisso com o clube, isso não pode existir”, disse Edmundo.
Vampeta jogava no Flamengo e morava em São Paulo, revela Edílson
Os dois, entretanto, concordam que apesar da frase simbólica, a passagem de Vampeta pelo Flamengo se encerrou sem que o clube tivesse dívidas com o jogador, diferentemente de muitos que passaram pelo clube na mesma época.
“O Vampeta no Flamengo não jogou nada, nada. E não é verdade que o Flamengo deve, ele saiu sem o Flamengo dever um tostão para ele”, disse Edmundo.
” Também não posso falar que o Flamengo me deve nada. Na minha passagem pelo Flamengo, muito rápida, eu fecho com o Corinthians e o Corinthians me paga os salários atrasados que o Flamengo me devia”, admitiu Vampeta.
Companheiro de Vampeta no Corinthians, no Flamengo e na seleção de 2002, Edílson conta no documentário uma história curiosa sobre a passagem do amigo no clube.
“Jogador que nem o Vampeta, do jeito que jogava, não dá certo. Ele não gostou nem de Paris e nem de Milão. Aí fica difícil. Aí ele foi para o Rio de Janeiro. Mas ele jogava no Flamengo e morava em São Paulo. Ele pegava a ponte aérea todo dia. Todo dia Vampeta saía 7 horas da noite, dormia em São Paulo, e 6 horas da manhã ele voltava para o Rio para treinar. Não viveu o Flamengo como deve ser vivido.”
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