Desde que o Maracanã foi reaberto, em 2013, sempre que há um jogo com excesso de demanda, fala-se na possibilidade de remover os assentos atrás dos gols para aumentar a capacidade do estádio. O discurso oficial dos dirigentes do Flamengo é sempre que isso só seria possível quando garantissem a gestão do Maracanã por um longo período. Entretanto, a proposta do Consórcio Fla-Flu para assumir a concessão por 20 anos não inclui nenhuma previsão de remoção de assentos.
O MRN leu todos os documentos protocolados pelo Flamengo, lider do consórcio Fla-Flu, como parte das propostas técnica e financeira para a concessão de 20 anos do Maracanã. São centenas e centenas de páginas que detalham todas as intervenções que serão feitas no estádio, o plano operacional para os jogos, planejamento de despesas e receitas. Não há qualquer menção a um plano para remover os assentos ou aumentar a capacidade do estádio de qualquer outra maneira.
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Não há planos para garantir nenhum tipo de setor mais popular. Pelo contrário, um trecho da proposta técnica, sem maior detalhamento, diz que “os clubes vinculados ao SPE (Sociedade de Propósito Específico) poderão se beneficiar do crescimento da presença e da mudança do perfil do público, com consequente aumento do consumo nas dependências do SPE”.
Também não há proposta para resolver a questão do isolamento e dos acessos da torcida visitante que fazem com que milhares de lugares sejam inutilizados a cada partida do Flamengo no Maracanã.
A única mudança prevista na arquibancada é a implementação de divisórias permanentes entre os setores, com o objetivo de “melhorar a visibilidade do torcedor situado próximo às divisões de setores e de torcida, mantendo o estádio sem pontos cegos (…), não utilizar barreiras móveis na área de público geral e aumentar a segurança nos jogos onde estão presentes duas torcidas de equipes rivais”.
O Consórcio Fla-Flu será confirmado nas próximas semanas como vencedor da licitação do estádio. O consórcio liderado pelo Flamengo, que terá 65% da gestão do Maracanã, recebeu a melhor nota técnica e também fez a melhor proposta financeira, de R$ 20,1 milhões por ano de outorga ao governo do Estado. Resta agora apenas o cumprimento dos prazos legais para a análise de recursos para que a vitória seja oficializada e o contrato possa ser assinado.
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