Vamos começar falando das altíssimas expectativas que os títulos e o elenco inspiram ao torcedor. Até 2019 o Rubro-Negro tinha uma Libertadores, seis Brasileiros e três Copas do Brasil. Todos sabem que os anos de penúria e de cinto apertado de 2013 até 2018 fizeram com que o clube crescesse com uma proporção assustadora e surpreendente até pro mais apaixonado dos Flamenguistas.
Não que alguém duvidasse do potencial do Fla. Mas o que se via desde sempre era desorganização e desmando (fora o vazamento de renda). E quando o Bruno Henrique disse que o Mengo estava em “oto patamá”, fez o resumo perfeito da situação.
➕ RENATA GRACIANO: A ‘maldição de Bragança’ continua
Deram o salto, mas a estrutura criada em 2019 está se mostrando cada vez mais frágil e superficial. O time tem jogadores que podem ser titulares em qualquer clube e o que se vê em campo são jogadores perdidos e desencontrados, a engrenagem está quebrada e isso não é difícil de ver.
Minha avó sempre dizia que quando o gato não está, os ratos sobem na mesa, e na Gávea, no Ninho, os ratos que mandam. Enquanto não profissionalizar o departamento de futebol, enquanto não levar o planejamento a sério, veremos craques caindo de rendimento, time vivendo de chutão, ataque inexistente, e quando chega é cabeçada e bola na trave. E bola na trave não altera o placar, como já dizia Samuel Rosa, e quando a bola não entra, os bueiros vazam de sujeira.
Lembrando que jogador de futebol é profissão. E no Fla, ao invés de solucionar o problema, existe um círculo vicioso: time vai mal, jogadores insatisfeitos, panela, escolhe um jogador pra levar a culpa, o técnico perdeu o vestiário, troca de técnico, time bem algumas rodadas… time vai mal, jogadores insatisfeitos…
E como realmente existem grandes craques no time, a situação se ameniza com um título ou outro ganho eventualmente.
O pior de tudo é não ver solução, o Flamengo está preso no dia da marmota e enquanto não mudar o modus operandis estaremos fadados a repetir e repetir e repetir os mesmos erros.
Que os mais fiéis se agarrem a São Judas Tadeu e vamos que vamos.
Em tempo: Parece uma crônica de Control C, Control V, mas é só a diretoria do Flamengo fazendo o que faz melhor desde 2020.
Saudações Rubro-Negras!
Renata Graciano é jornalista, apaixonada pelo Flamengo, por futebol e que morre de saudade das chuteiras pretas. Siga Renata Graciano no Twitter.
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