Nesta terça-feira (25), a FlaTV promoveu um especial Garotos do Ninho, para falar da campanha do título carioca do Sub-17. A live teve participação de Filipe Luís, ex-técnico da categoria, e do goleiro Léo Nannetti. Durante o bate-papo, Filipinho enalteceu o arqueiro.
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“Sobre o Léo falar muito no jogo, ele é o capitão do time, ele e o Yago são os capitães. Ele é o treinador em campo e eu falei com eles que eles tinham que liderar esses jogadores. Muitas vezes o treinador não chega onde os jogadores estão, até mesmo no profissional, tem a torcida, não dá para escutar. Os jogadores são a extensão do treinador, e o Léo faz muito bem esse papel. Ele escuta muito o que a gente fala nos treinos e nos vídeos, e cobra exatamente a mesma coisa. Eu escutava ele cobrando “ataca marcando”, e as coisas que eu pedia, isso é muito importante e nada é por acaso, não tem coincidência, por isso o time estava tão bem organizado na parte da transição”, disse.
➕ Filipe Luís revela o que motivou ida para o Sub-20 e desafios da 1ª semana de treinos
Filipinho também falou sobre a convocação de Léo Nannetti para a Seleção Brasileira Sub-17 e rasgou elogios ao jogador, que segundo ele, “não deve ser vendido pelo Flamengo”. O goleiro do Mengão foi chamado para a disputa da Cascais Luso Cup, competição que reúne representantes da União das Federações de Futebol de Língua Portuguesa.
“Eu já sabia (risos). Foi surpresa para eles, mas não foi para mim. O Léo tem um futuro incrível, é um goleiro que joga com os pés, mas não só isso. é muito bom com a mão, fez vários milagres durante o campeonato e é um baita líder. É um goleiro que eu espero que o Flamengo não venda, que ele possa estrear no profissional, que ele possa ser jogador do profissional um dia. Mas, se vender, vai vender por muito”, pontuou.
Filipe Luís compartilhou, ainda, as primeiras dificuldades que enfrentou no inicio do trabalho, descreveu sua postura como técnico e explicou o processo de escalar a equipe, que ele vê de forma diferente do tradicional.
“Na primeira semana, eu cheguei em casa desesperado. Eu falava ‘não é possível’. O Léo tocava para o lateral-direito, que tocava para o ponta, que ia para o fundo, cruzava, e tudo pelo mesmo lado. Não tinha uma circulação, então, a gente começou a colocar regras no treino para ter essa circulação de lado a lado. Mas, é um time extremamente vertical, porque são jogadores muito perigosos… Mas sobre tentar jogar curto, dar soluções se vierem pressionar com um, dois, três, no mano a mano, ser compacto, tudo foi feito. A única coisa que não consegui foi posse de quatro, cinco minutos”, detalhou o técnico.
“Como treinador eu me guio muito pelo vejo no treino, pelas sensações que os jogadores me transmitem, e o modelo de jogo, que está por cima de tudo. Então, muitas vezes, eles se escalam sozinho. Eles me dão o que eu estou esperando que eles me deem, seja por comportamento, por atacar o espaço, algum conceito especifico que eu busco… Por isso eu falo que eles se escalam”, contou.
Filipe Luís no Sub-17: ajuda e evolução para alcançar os objetivos
Ainda em entrevista, Filipe Luís falou sobre como foi o processo de adaptação ao novo cargo, a mudança de rotina e à forma como o caminho foi percorrido nos três meses em que ele comandou o Sub-17. O grande destaque de Fili foi para a parceria com o coordenador técnico da base do Flamengo, Thiago Aprigio.
“Foi uma experiência muito intensa, eu cheguei totalmente inexperiente, e eu tenho que agradecer ao Aprigio, que é o coordenador técnico que me abraçou muito, me ajudou muito, ficou do meu lado o tempo todo, me deu todas as facilidades para aprender, para errar. Nas viagens para os Estados Unidos, teve um convívio muito importante com a comissão técnica. O André, treinador de goleiros, o Hugo, preparador físico, o Caique, analista. E o Aprigio ficou do meu lado dando todo o suporte que eu precisava para me desenvolver. Ele foi sincero também na hora da crítica, isso é muito importante. Foi um prazer, foi mais fácil o caminho por causa disso, ele encurtou o caminho”.
E o caminho de Filipe Luís foi muito iluminado com o Sub-17, com a ajuda dos bastidores e, claro, do elenco. Por fim, Filipinho descreveu a passagem pela categoria, e encerrou dizendo que é só o início da trajetória como treinador, e que os esforços serão os maiores possíveis para alcançar a excelência no Flamengo.
“Foi muito intenso. Na primeira semana, é muito diferente do que era como jogador. Você treina, pensa só em você e vai para casa. Como treinador, são muitos aspectos, detalhes que tem que pensar. São muitas horas de trabalho, foi uma mudança muito grande na minha vida, abrir mão da família em muitos momentos, mas é o que eu amo. Eu amo futebol, eu amo estar no meio do futebol, envolvido dessa forma. Treinador é a profissão que eu amo, vou me dedicar, me exigir ao máximo para me tornar o treinador que eu quero ser. Ainda tenho o caminho para evoluir, mas com pessoas como o Aprigio, que tiveram ao meu lado, esse caminho vai ser mais fácil”, concluiu.
Próximos passos:
Com o título do Sub-17 garantido, Filipe Luís se prepara para o novo desafio: assumir o Sub-20 do Flamengo. O treinador vai estrear pela nova categoria nesta quarta-feira (26), contra o Fortaleza, em jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. A bola vai rolar no Estádio da Gávea, às 15h (horário de Brasília).
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