Sem realizar nenhuma grande nova venda de jogador, o Flamengo tem um prejuízo acumulado em 2024 de R$ 79,5 milhões, segundo revelou nesta sexta (2) o balanço do segundo trimestre, publicado com dois dias de atraso. Em sua mensagem aos sócios, a diretoria garante, entretanto, que o prejuízo é menor do que o planejado e será recuperado no segundo semestre, quando as receitas são maiores.
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“Conforme destacado no início desse relatório, terminamos esse primeiro trimestre registrando um déficit acumulado de R$ 79,5 milhões. Este resultado é inferior em cerca de R$ 121 milhões ao resultado do 2T2023 (positivo em R$ 41,5 milhões), uma vez que o resultado daquele semestre foi fortemente impactado pela venda dos direitos do jogador João Gomes na janela de início de ano, que gerou uma receita não recorrente de R$ 103 milhões. Aprofundando a leitura das Demonstrações Financeiras do Clube e, em especial, do seu resultado, observa-se que tivemos uma receita bruta de R$ 458,8 milhões e
um EBITDA positivo de R$ 37 milhões, ambos valores com performance superior ao orçado para o período”, diz a mensagem.
➕ Matheus França e João Gomes ajudam Flamengo a pagar terreno de estádio
Apesar das contas no vermelho no ano, o Flamengo vem recusando propostas por jogadores nesta janela, casos de Wesley e Fabrício Bruno. O balanço explica que serão feitas vendas se as oportunidades forem consideradas boas, mas que elas não são necessárias para fechar o ano no azul
“Com relação à transação de direitos econômicos de jogadores, ainda teremos a janela de negociação do meio do ano, em geral, a mais relevante, em face de ser nesta que os clubes europeus se esforçam em obter reforços para suas equipes para a temporada seguinte. Desta forma, o Clube estará atento a boas
oportunidades do mercado, mas a situação financeira e de caixa do Clube nos traz a tranquilidade de não precisar contar com tais negociações para manter suas contas saudáveis”, afirma.
O documento garante que a estimativa permanece de resultado superavitário em 2024.
“Concluindo, este resultado deficitário no primeiro semestre é natural e esperado, em função da sazonalidade típica das receitas da indústria do futebol. Nossa estimativa atual permanece de um resultado superavitário em 2024, o que nos permitirá seguir de forma sustentável, disputando as principais colocações nas competições que participamos”, diz o texto.
Orçamento do clube prevê superávit de R$ 71 milhões no ano
O Orçamento do Flamengo prevê uma receita total de R$ 1,145 milhão e um superávit de R$ 71 milhões no exercício. Entretanto, o orçamento não previa o gasto de R$ 138 milhões com a compra do terreno do estádio, nem os gastos que ainda devem acontecer em 2024 relacionados ao projeto executivo da obra. Por isso, a diretoria do Flamengo proporá na próxima semana uma readequação orçamentária ao Conselho de Administração para incluir esse prejuízo na conta.
O balanço do segundo trimestre é o primeiro publicado após a saída de Rodrigo Tostes, vice-presidente de Finanças visto como uma garantia de responsabilidade financeira no clube, que deixou o cargo para apoiar a candidatura de Luiz Eduardo Baptista (Bap). Entretanto, Tostes ainda era o VP financeiro no período retratado pelo balancete.
Ele foi substituído por Demian Fiocca, sócio de Landim na Mare Investimentos. O diretor financeiro profissional Fernando Góes, entretanto, permanece no cargo.
O estatuto do Flamengo prevê desde 2015, na chamada Lei de Responsabilidade Fiscal do clube, que os balanços trimestrais devem ser publicados no máximo 30 dias após o encerramento do trimestre em questão. Com isso, o balanço do segundo trimestre teria que ser publicado na quarta (31), mas só foi disponibilizado nesta sexta (2).
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