Flamengo e Atlético-MG formam uma das maiores rivalidades interestaduais do Brasil. As equipes se enfrentarão mais uma vez em um confronto decisivo, desta vez na final da Copa do Brasil. O MRN irá relembrar em uma série de reportagens os duelos marcantes entre as equipes. A segunda delas é sobre o encontro na Libertadores de 1981.
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No dia 21 de agosto de 1981, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, Flamengo e Atlético-MG se enfrentaram pela Libertadores, em um jogo que marcou a classificação do Rubro-Negro para a segunda fase do torneio e, mais tarde, culminando com o título da competição.
➕Flamengo x Atlético-MG: relembre o confronto pelo Brasileirão de 1980
O time mineiro ‘chora’ até hoje pela derrota. Isso porque cinco jogadores foram expulsos, o que ocasionou na vitória do Flamengo por w.o. As equipes estavam disputando o jogo-desempate, após terminarem a fase de grupos empatados com 8 pontos.
Os atleticanos alegam que as expulsões foram injustas e que o Flamengo ‘comprou’ árbitro José Roberto Wright. No entanto, a realidade é outra. O próprio Atlético-MG que indicou a escalação do juiz, como informou o Jornal do Brasil, um dia antes da partida.
Atlético-MG ofereceu ‘mala branca’ para que o Flamengo perdesse
O Atlético-MG foi o único clube envolvido em um caso comprovado de um “pagamento por fora” em toda a história. Na semana anterior aos jogos decisivos, representantes do clube viajaram até Assunção, no Paraguai, para oferecer uma quantia em dinheiro a Cerro Porteño ou Olimpia, com o objetivo de eliminar o Flamengo da competição e evitar um jogo extra. O jornalista Cláudio Arreguy informou, no dia 16 de agosto, no Jornal do Brasil.
Como foi Flamengo x Atlético-MG dentro de campo
A partida começou com bastante disputa física. Nunes fez uma falta em Éder, do Atlético-MG. Wright foi até ao artilheiro das decisões e colocou o dedo na cara. Depois, Leandro quase sofre um carrinho por trás de Reinaldo, mas não conseguiu escapar de Palhinha, que chegou forte. Vaguinho entrou com a sola em Maestro Júnior e assim o clima ia ficando cada vez mais caótico.
Zico explicou como o árbitro alertou às duas equipes sobre o critério adotado:
“Aconteceram duas porradas lá, uma de cada lado, e o Wright chamou a mim e ao Cerezo, os dois capitães: ‘Vão lá e falem para os seus times que o primeiro cara que fizer uma falta por trás, eu vou dar cartão vermelho direto. Pode avisar!‘
Eu nunca vi isso, primeira vez. Reuni o Flamengo e avisei. Mas não deu cinco minutos. Eu peguei uma bola, o Reinaldo veio por trás e me deu uma tesoura. Aí ele vermelhou”, testemunhou o Galinho.
A partir daí, o jogo se perdeu. Éder foi expulso por possível xingamento a Wright e, em um gesto de incredulidade, se ajoelhou no gramado. A fúria não se conteve por ali: Palhinha e Chicão também receberam cartão vermelho por reclamações excessivas. A situação se agravou quando Marcelo Guzela, diretor de futebol do Atlético, invadiu o campo, provocando uma paralisação de cerca de meia hora.
O árbitro tentou recomeçar o jogo, mas o Atlético-MG, claramente, não desejava que a partida fluísse. João Leite simulou lesão e caiu, paralisando a partida. O objetivo do goleiro era que a partida fosse suspensa por número insuficiente de jogadores, já que o time mineiro já tinha feito as duas substituições, limite na época. Wright mandou o arqueiro se levantar. Em seguida, o defensor Osmar segurou a bola, não quis devolver e foi expulso.
‘O mal do Galo é cultivar a neurose do Flamengo’
Em março de 1982, o jornalista mineiro, Roberto Drummond, publicou um artigo na revista Placar e comentou sobre o chororô do Atlético-MG, time do coração dele. Segundo o escritor, desde a derrota para o Flamengo por 5 a 1, em 1979, quando Pelé vestiu o Manto Sagrado, os atleticanos criaram uma narrativa de vingança. Confira trecho do artigo que faz referência ao jogo pela Libertadores de 1981:
“Uma obrigação, por sinal, que só ajuda ao Flamengo, na medida em que os jogadores do Atlético entram em campo carregando um peso mais elevado que as sacas de café que os estivadores de Santos carregavam: a obrigação de liquidar o Flamengo de Zico e Raul. O resultado, vocês sabem: os jogadores do Atlético perdem a cabeça, como Reinaldo perdeu várias vezes, acabam expulsos e acontecem cenas como as do Serra Dourada.”
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