Por Gerrinson. R. de Andrade (Twitter: @GerriRodrian) - Do Blog Orra, é Mengo!
Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar. Esse é ensinamento dos bons. E o flamenguista, emotivo e expressivo como um menino mexicano, parece que não entende a natureza do jogo, vive a procurar por explicações, razões secretas, manipulações, culpados.
O empate cretino com a equipe do Nova Iguaçu deixou a turma em alvoroço, vi gente gritando, arrancando os pelos da cara, vi gente cuspindo no chão, estralando dedo na parede e fazendo aquilo que tanto nos entristece: passando recibo.
Ora, assim que a vida ensina: perdeu, desdenha, dá de ombros, diz que nem queria, muda de assunto, mostre-se altivo, erga a cabeça. Ah, como é terrível ver marmanjo chorando, todo dodói, como se o flamengo fosse perder moral, perder torcedor e perder o rumo.
Um bom tapa na cara, por vezes, serve para acordar o cabra iludido. Como dizia um filósofo desta minha terra, “cara, tenho vontade de lhe bater na cara. Na hora você se espanta, fica bravo, mas logo vai recobrar os sentidos e vai dizer: eu entendi, obrigado por me salvar”. Flamenguista amigo, não venha tirar calcinha pela cabeça, como o Fluminense do Abel, não pule da marquise feito o vascaíno, não queime o manto como o desajustado botafoguense.
Flamenguista é de outra estirpe e pode até ficar magoado, ter dificuldade pra dormir, mas diante da sociedade, deve é dizer que a vida tem dessas coisas, que essa Guanabara era só um daqueles torneios pré-temporada, que o botafoguense teve uma das noites mais felizes de sua vida, que importância mesmo tem a primeira divisão, etc.
Ver o time jogando com estagiários, como Gabriel e Mugni, já é suficiente para justificarmos nossos fracassos. Não precisamos achar que foi a FERJ, o FBI ou a CPI dos frangos. No dia que o Flamengo não tiver mais estagiários no time titular, que todos forem jogadores profissionais, formados, com diploma e carteirinha, aí a parada é outra, aí a gente reclama da sorte.
Orra, é Mengo!