Desvantagem reversível
Fla precisará do carinho e do grito do seu torcedor. De tranquilidade para não se expôr. E uma melhor atuação de Diego e Éverton Ribeiro.
Fla começa bem mas cede espaços pela esquerda
Muito boa a primeira partida da decisão da Copa Sul-Americana. Jogada exclusivamente na bola. Sem pontapés. Sem guerra. O Flamengo começou como se estivesse no Maracanã. Controlou a bola. Não tomou sufoco. E foi a frente jogar. Numa dessas investidas, aos 8 minutos, Trauco cobrou falta. Réver foi no oitavo andar e testou firme para abrir o marcador. Um lance que deve ser repetido e ainda melhor aproveitado na semana que vem.
Até os 20, 25 minutos, o Rei de Copas pouco fez. Só quando Meza foi jogar mais na direita, em cima de Trauco (que a esta altura não contava com o apoio e o fôlego de Lucas Paquetá, já que Rueda mandou ele e Éverton Ribeiro inverterem de lado). Foram sucessivas jogadas, cruzamentos e lances perigosos por aquele setor. Aliás, impressiona muito as variações táticas, a intensidade, a velocidade e como se movimenta e troca de posições o time hermano.
Curiosamente, o empate argentino saiu já com a inversão desfeita. Everton Ribeiro, muito devagar no primeiro tempo, tentou o toque de letra e deu o contra-ataque. A jogada chegou no campo ofensivo e o passe saiu no meio da zaga. Benitez, mesmo caído, ajeitou para Gigliotti bater e deixar tudo igual. Empolgado, o Independiente pressionou até o fim dos 45 minutos iniciais. Porém, nada conseguiu.
No início da etapa final, um Independiente intenso garante a vitória
Menos desgastado fisicamente por não ter jogado no fim de semana, os donos da casa mantiveram a pegada no começo da etapa complementar. E viraram o marcador logo aos 8 minutos. Barco passou como quis por William Arão e Éverton Ribeiro com apenas um toque. O ótimo Meza pegou de primeira e marcou um belo gol. Dois a um.
Rueda pôs em campo Éverton e Vinícius Júnior nos lugares de Lucas Paquetá e Diego (extremamente desgastado). Centralizou Éverton Ribeiro, que passou a participar mais do jogo. E o Flamengo cresceu. A ponto de obrigar o time argentino a fazer substituições defensivas. E formar uma linha de cinco defensores. Uma pena que os cariocas tenham dominado, mas pouco criaram e finalizaram.
Para quarta que vem está tudo aberto. É lógico que por jogar por dois resultados, o Independiente leva certo favoritismo. Deve atuar fechado, com uma linha de cinco. E usar e abusar da velocidade de seus jogadores do meio para frente. O Flamengo precisará do carinho e do grito do seu torcedor. De tranquilidade para não se expôr de qualquer maneira e dar espaço para o adversário. Explorar as bolas aéreas. E principalmente, uma melhor atuação de Diego e Éverton Ribeiro. Contudo, neste momento, creio que Rueda deve estar com um dilema em sua cabeça. Escala e mantém os desgastados meio-campistas ou começa a decisão com os garotos da base? Acredito que ele irá optar pela primeira opção. Com uma semana de descanso, o resultado ainda é plenamente reversível.
Veja a análise de Gustavo Roman em vídeo:
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Gustavo Roman é jornalista, historiador e escritor. Autor dos livros “No campo e na moral – Flamengo campeão brasileiro de 1987”, “Sarriá 82 – O que faltou ao futebol-arte?” e “150 Curiosidades das Copas do Mundo”. Também escreve para o Blog do Mauro Beting.
Imagem destacada no post e redes sociais: Gilvan de Souza / Flamengo