Saudações, Rubro-Negros!
Após algumas boas semanas sem escrever, por falta de tempo, mas também por certa preguiça do nosso Flamengo, volto a este espaço para, como sempre, trazer verdades. Verdades essas que não são sequer novas, porém precisam ser reafirmadas, uma vez que temos a tendência natural e humana de nos deixar seduzir pelos encantos de uma vitória, ainda mais sendo essa fora de casa, contra time grande e por placar largo. Mas não se iludam, camaradas. Não há nada de novo.
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O Flamengo que bateu um Corinthians despretensioso e desinteressado na sexta passada é o mesmo que foi eliminado pelo Corinthians real há duas semanas, que fez uma partida bisonha contra o Bahia na sequência e que não só não conseguiu vencer o horroroso Vasco em nenhuma das partidas contra eles no ano, como ainda conseguiu ser bem pior na última, a ponto de poder-se considerar que o empate foi muito melhor para nós. É o mesmo Flamengo que não sabe jogar com centroavante e que vê todos os 9 do seu elenco amargando um jejum vergonhoso e patético, que tem jogador de 10 milhões de euros que não rende patavina em campo e que depende de um garoto de 21 anos para dar um mínimo de qualidade ao seu jogo.
Para não dizerem que estou sendo radical ou crítico demais, aponto aqui duas mudanças percebidas no jogo de sexta-feira, as quais, contudo, carecem de uma sequência mínima antes que as consideremos mudanças de fato. A primeira tem a ver com as bolas paradas ofensivas. Os dois gols do Paquetá saíram desse jeito. Se por um lado mostra que o time ainda tem dificuldades em achar o gol com a bola rolando, por outro mostra que ao menos pode chegar a ele numa jogada, a qual, como sabemos, tem se tornado cada vez mais importante e determinado resultados mundo afora. Houve um período dentro desta atual temporada em que o Flamengo ensaiou ter nesse recurso uma grande arma a seu favor, só que ela andava meio sumida, assim como todo o resto das alternativas ofensivas do time, e em partidas mais recentes até gols contra acabaram por nos ajudar mais.
Outro ponto que vale destacar tem a ver com a postura mais ligada dos jogadores. Pareciam mais concentrados e até relaxados — no bom sentido — do que o de costume. Até o mosca morta do Vitinho aparentava estar ali não só de corpo presente.
Tudo isso posto, reitero minha absoluta não confiança nesse time e, portanto, na sua capacidade de brigar pelo título Brasileiro. Acredito, entretanto, numa melhora razoável, a qual nos levará a uma posição menos ridícula do que um 4o ou 5o lugar. Mas nada que sirva para nos animar, muito menos para tirar da boca o gosto amargo de ver mais uma temporada promissora jogada às favas graças a um misto de mau planejamento, arrogância e uma dose cavalar de bundamolice. De positivo, mesmo, só o fato de agora estarmos a pouco mais de dois meses do fim do ano.
SRN
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Fabiano Torres, o Tatu, é nascido e criado em Paracambi, onde deu os primeiros passos rumo ao rubronegrismo que o acompanha desde então. É professor de idiomas há mais de 25 anos e já esteve à frente de vários projetos de futebol na Internet, TV e rádio, como a série de documentários Energia das Torcidas, de 2010, o Canal dos Fominhas e o programa Torcedor Esporte Clube, na Rádio UOL. Também escreve no blog Happy Hour da Depressão.
Imagem destacada nos posts e nas redes sociais: Reprodução
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