Em três anos, o Flamengo saiu da condição de um clube que praticamente não revelava jogadores que interessassem aos maiores mercados internacionais como um dos principais — senão o principal — formadores de atletas que acabam vendidos para a Europa. Com a venda do volante Jean Lucas, que estava emprestado ao Santos, para o Lyon, o Flamengo superou a marca de 100 milhões de euros em vendas de jovens formados no clube nos últimos três anos.
Para compreender o salto dado pelo clube no mercado, basta fazer a comparação com o triênio anterior: entre 2014 e 2016, o Flamengo realizou apenas duas vendas significativas de atletas formados na base, o zagueiro Samir e o meia Caio Rangel, que juntas representaram pouco menos de 9,2 milhões de euros — em valores absolutos.
Já entre 2017 e 2019, o Flamengo realizou as seguintes vendas:
- Jorge, para o Monaco, por 8,5 milhões de euros
- Vinicius Júnior, para o Real Madrid, por 45 milhões de euros
- Felipe Vizeu, para a Udinese, por 5,8 milhões de euros
- Lucas Paquetá, para o Milan, por 35 milhões de euros
- Jean Lucas, para o Lyon, por 8 milhões de euros
O total das vendas é de 102,3 milhões de euros. Deste total, o Flamengo ficou com 86 milhões de euros — o restante ficou com terceiros que detinham partes dos direitos federativos dos jovens rubro-negros. No triênio anterior, o Flamengo embolsou 4,9 milhões de euros com as vendas de atletas formados na base.
Esse valor ainda pode crescer com as cláusulas incluídas nos mais recentes contratos de venda, como metas de desempenho de Paquetá no Milan que podem render até 10 milhões de euros extras ao Flamengo, e a garantia de 20% do valor de uma possível futura revenda de Jean Lucas pelo Lyon.
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Existe uma forte expectativa, ainda, de que o clube venha a negociar nos próximos meses uma outra grande revelação da base: o meia Reinier, de 17 anos, tido como um dos principais jogadores de sua faixa etária no mundo e que tem multa rescisória de 70 milhões de euros.
Embora venha ampliando o investimento desde a gestão anterior, o Flamengo ainda gasta apenas cerca de R$ 20 milhões anuais com a base, valor muitas vezes compensado pelo retorno com as vendas. Nos últimos anos, o Flamengo também vem obtendo conquistas importantes na base, como duas Copas São Paulo sub-20 (2016 e 2018) e uma Copa do Brasil sub-17 (2018). O atual elenco profissional conta com diversos atletas formados na base, mas apenas o zagueiro Léo Duarte vem sendo escalado como titular ao longo desta temporada.
Além da venda de Jean Lucas, o Flamengo acertou nesta quarta-feira outra negociação envolvendo um atleta formado na base: o meia Matheus Sávio, que estava emprestado ao CSA, deve ser cedido até o fim do ano ao Kashiwa Reysol, do futebol japonês.