Uruguaio passou a atuar um pouco mais centralizado e, por este motivo, usar todo o seu repertório em favor do Flamengo
Blog Ninho do Urubu | Bruno Guedes – Twitter: @eubrguedes
Giorgian de Arrascaeta se tornou a contratação mais cara da história do futebol brasileiro ao ser anunciado pelo Flamengo por R$ 63,7 milhões junto ao Cruzeiro, em janeiro de 2019. Um dos pivôs da polêmica passagem do ex-técnico Abel Braga, passou a ser uma das peças fundamentais do time rubro-negro com o português Jorge Jesus. Após a chegada do técnico Domènec Torrent, questionou-se sobre seu posicionamento e se ele mudaria. Mudou. E o uruguaio passou a ter ainda mais protagonismo na equipe, com números acima da sua própria média.
Titular em oito dos 11 jogos no Campeonato Brasileiro, Arrascaeta teve mais uma tarde de destaque na tarde do último domingo, no empate em 1 a 1 com o Palmeiras, no Allianz Arena. Na partida foram 68 toques na bola, atleta com mais vezes pegou nela em campo, quando sua média até então vinha sendo de 59 por jogo. Foram 37 passes, sendo 31 deles precisos, tendo assim 84% de eficiência. Além de três passes decisivos (para finalização no gol), foi dele a assistência para o gol de Pedro. Números acima do normal até mesmo para Giorgian. Mas não assustam, já que estamos falando de um atleta incomum.
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O jogador, que coleciona boas atuações nesta temporada, vem jogando um pouco diferente do que atuava com Jesus. Mais centralizado e atrás dos atacantes, o camisa 14 passou a usar seu repertório técnico mais vezes e isso vem sendo o grande diferencial. Antes na ponta esquerda, por vezes fazendo o trio de ataque com Bruno Henrique e Gabigol, tocava na bola para concluir jogadas ou triangular. Era comum sua troca constante de lado ou inversões com os demais. Agora, a bola da criatividade e distribuição, aquela que o municiava na temporada 2019, passa diretamente pelos seus pés.
Com isso, Arrasca passou a ter controle maior sobre o jogo do Flamengo e as ações ofensivas. Muitas vezes tratado como “mais lento” que Bruno e Gabriel Barbosa, suas participações pelo lado no um contra um em velocidade, como gosta de formatar seus times o Domènec, acaba sendo prejudicado. Portanto, mais centralizado e cerebral, o uruguaio ganhou ainda mais importância por sua técnica muito acima da média. Criativo, habilidoso e exímio finalizador, o jogador de 26 anos passou a ser um camisa 10. Se não à moda antiga, na mais moderna concepção possível.
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Nas redes sociais alguns fãs comparam sua relevância no jogo do Flamengo atual com o do belga Kevin de Bruyne, no Manchester City. Não seria exagero, apesar de ser comparação um pouco diferente pelo contexto, fazê-la. De Bruyne atua como o grande desafogo e “desmonta defesas” com seus passes. Bem como vem fazendo Arrascaeta. Contra o Barcelona SC, pela Libertadores, suas ações foram cruciais para deixar outros jogadores em posições para finalização. E, assim como o atleta da Bélgica, não se furta de chegar ao gol e também fazer os seus.
O Flamengo está em reconstrução. Ainda que as peças estejam sendo remontadas e o novo esquema longe do ideal, um nome já assume sua posição, com duplo sentido, nesse “novo normal” que Torrent criou. E ele se chama Arrascaeta, o camisa 10 que joga com a 14.
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*Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Alexandre Vidal / Flamengo
FONTES: SOFASCORE