Nas duas conquistas de Libertadores, em quatro Brasileiros e em duas Copas do Brasil, o técnico do Flamengo foi trocado durante a competição
O Flamengo oficializou, na tarde desta segunda-feira (09), a demissão de mais um técnico em sua história. O catalão Domènec Torrent não resistiu a mais uma derrota por goleada, sofrida para o Atlético-MG, rival direto na luta pelo título brasileiro de 2020. Na rodada anterior, já havia perdido dessa forma para outro concorrente, o São Paulo, no Maracanã.
Esta situação não é novidade na história do Flamengo. É o clube que mais fez trocas no comando técnico da equipe no século XXI. Será a 45ª mudança nesse período. Porém, um extenso histórico nesse quesito pode animar o torcedor.
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Na maioria dos títulos mais importantes, o Flamengo mudou seu técnico no decorrer da competição. Foi assim nas duas Copas Libertadores conquistadas, em 1981 e 2019, em quatro Campeonatos Brasileiros, nas edições de 1983, 1987, 2009 e 2019, e também em duas Copas do Brasil, nas campanhas de 2006 e 2013.
1981: Dos gramados para a área técnica
A primeira dessa série de mudanças aconteceu logo no começo da trajetória na Libertadores de 1981. Dino Sani, ex-jogador, campeão do Mundo em 1958 pela seleção brasileira, foi o treinador da equipe nos dois primeiros jogos da competição, contra Atlético-MG e Cerro Porteño-PAR.
Dino ficou a frente do Flamengo durante apenas 24 jogos e foi substituído por Paulo César Carpegiani, também ex-jogador, inclusive do próprio Flamengo, onde foi tricampeão estadual em 1978/79/79 e campeão brasileiro em 1980.
Uma séria contusão no joelho forçou Carpegiani a encerrar a carreira como jogador e, pouco tempo depois, assumir o comando do time, levando ao título de 1981 da Libertadores e também do Mundial de clubes.
1983: Um ídolo botafoguense assume o time
O Campeonato Brasileiro de 1983 começou com o Flamengo ainda tendo Carpegiani no comando da equipe. Muito criticado pelo desempenho aquém do esperado, resolveu entregar o cargo à diretoria. Num primeiro momento, o nome buscado foi Carlinhos, comandante das categorias de base.
Com a pressão ainda maior que se criou com a iminente eliminação do time na Libertadores daquele ano, Carlinhos não suportou e comandou a equipe em apenas 5 jogos. A solução da diretoria foi buscar sua esperança em um novo nome.
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Carlos Alberto Torres, ídolo do Botafogo, que havia encerrado sua carreira como jogador no ano anterior, acabou sendo escolhido para estrear como técnico, dirigindo o Flamengo. O time passou a atuar de forma mais consistente e conseguiu derrotar o Santos na decisão do campeonato, mesmo não sendo apontado como favorito.
1987: Da interinidade à consagração
Após um péssimo começo de campanha no Carioca, o então técnico da equipe desde 1985, Sebastião Lazaroni, resolveu trocar o Flamengo pelo rival Vasco. Carlinhos, mais uma vez, assumiu de forma interina, por 6 partidas, até que Antônio Lopes, ex-Fluminense, foi contratado. O time melhorou seu desempenho, mas foi derrotado na final do Carioca justamente para o Vasco.
Com isso, a crise estava de volta à Gávea. Após a derrota na estreia do Brasileirão, Lopes foi demitido, e novamente Carlinhos foi requisitado na equipe principal. A campanha do Flamengo foi instável, até que na reta final o time subiu de produção, encaixou uma boa sequência de vitórias e conseguiu conquistar mais um título brasileiro ao bater o Internacional na grande decisão.
2006: Uma grande e surpreendente aposta
O técnico no começo da campanha da Copa do Brasil em 2006 era o polêmico Waldemar Lemos, que já havia chegado com alta rejeição da torcida e pouca convicção da diretoria. Mesmo com um desempenho irregular, o time conseguiu chegar até a final da competição nacional de mata-mata.
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Até que, de forma surpreendente, Waldemar foi demitido, e seu substituto foi Ney Franco. O jovem técnico havia sido campeão mineiro com o Ipatinga em 2005 e levado o clube mineiro até a semifinal da Copa do Brasil em 2006, onde perdeu justamente para o Flamengo. Os dirigentes resolveram apostar neste grande choque e ele foi suficiente para a equipe bater o Vasco na final da competição.
2009 e 2013: Interinos no comando
Nas duas temporadas em questão, o roteiro foi parecido. O Flamengo começou a temporada com técnicos mais conhecidos, embora não fossem tidos como ‘’medalhões’’. O desempenho da equipe era muito irregular e a perspectiva de títulos parecia distante. Em 2009, Cuca deu lugar ao interino e ídolo da torcida, o ex-jogador Andrade.
Já em 2013, Mano Menezes entregou o cargo após afirmar que os jogadores não entendiam suas ideias, sendo substituído pelo também interino e ex-jogador do clube, Jayme de Almeida.
Com apoio dos atletas mais experientes e a consequente união do grupo e torcida estabelecida em torno dos novos comandantes, o Flamengo surpreendeu e chegou aos títulos do Brasileirão em 2009 e da Copa do Brasil em 2013.
2019: A troca que mudou a história
Por fim, a última troca desta lista é muito recente e fundamental. O Flamengo começou sua campanha em 2019 com o técnico Abel Braga no comando. Apesar da classificação para as oitavas de final da Libertadores e da campanha na parte superior da tabela no Campeonato Brasileiro, o desempenho do time era muito criticado. A equipe só passou de fase na última rodada da fase de grupos, dependendo de ao menos um empate contra o Peñarol, no Uruguai. O Flamengo correu riscos até o final da partida, mas conseguiu segurar o 0x0 e se classificar.
Após muita pressão da torcida e imprensa, Abel resolveu entregar o cargo. A diretoria, então, foi até a Europa e contratou o português Jorge Jesus, técnico experiente e de ótima trajetória no Benfica. Com a adição de contratações de jogadores importantes, o time passou a jogar um futebol encantador. O resultado todos conhecem: Bicampeonato da Libertadores e Heptacampeonato brasileiro.
*Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Alexandre Vidal / Flamengo
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