Mundo Rubro Negro apresenta alguns dos atletas negros que a marcaram a história no clube da Gávea
O Flamengo é o clube das massas. A Nação, como é chamada a torcida, comporta pessoas de todas as etnias, credos, cores e orientações. É uma torcida acolhedora e que homenageia sempre os seus ídolos e personagens do clube.
Leia também: Os maiores públicos do Flamengo no Maracanã
Dessa forma, fomos buscar alguns ídolos negros que marcaram a longa e grandiosa história do Clube de Regatas do Flamengo. Para isso, em primeiro nos inspiramos no samba enredo da Estácio de Sá do ano de 1995, que homenageia o centenário do clube.
Este samba traz com ele, além de homenagem ao Zico, diversos outros atletas Rubro-Negros. Dentre eles, negros que marcaram o Flamengo, como Fio Maravilha, Zizinho e Gazela Negra, que são entoados pela Nação até hoje no Maracanã.
Além desses traremos outros jogadores como Adílio, Andrade e Júnior Maestro.
Confira:
1- Diamante Negro – Leônidas da Silva
O Diamente Negro ou Homem Borracha, Leônidas da Silva, foi responsável por levar o Flamengo a todos os cantos. Popularizando ainda o Rubro Negro por todas as classes sociais. Esse fato se deu devido ao clube ser formado primeiramente pela elite carioca e foi o craque responsável por romper essa barreira.
Dentro do gramado, o jogador foi responsável por eternizar a bicicleta e dai veio o apelido de Homem Borracha. No Flamengo, o Diamente Negro jogou de 1936 até 1941, totalizando 149 jogos e 153 gols. Vencendo o campeonato carioca de 1939.
2- Domingos da Guia
Domingos da Guia, zagueiro, teve grande passagem pelo Flamengo. Atleta foi revelado pelo Bangu e passou por clubes como Nacional do Uruguai, onde ganhou o apelido de Divino Mestre, além do Boca Jr antes de chegar ao Flamengo.
No Rubro-Negro, Domingos da Guia jogou de 1936 até 1943 conquistando o campeonato carioca três vezes. Entre 1942 e 1943, fo Flamengo foi bicampeão estadual com a defesa menos vazada do torneiro. Isso se deu muito por conta do zagueiro que foi um dos melhores a vestir a camisa do Flamengo.
O zagueiro, com 223 partidas pelo clube, é considerado por muitos como um dos quatro maiores ídolos do clube da Gávea.
3- Zizinho
Zizinho começou no futebol pelo tradicional America Football Club, mas foi no Flamengo que ele ganhou notoriedade. Apesar de ser torcedor do “Mecão”, o atleta também pelas balançava pelas cores vermelha e preta.
No Flamengo, Zizinho foi responsável por ser o sucessor de Leônidas da Silva, o Diamante Negro. Em um treino ele chamou a atenção do treinador Flávio Costa e assim começou sua trajetória e foi integrado ao elenco principal.
O jogador conduziu o Flamengo ao titulo carioca de 1942, o esquadrão Rubro-Negro como era conhecido venceu 20 dos 27 jogos da competição. E terminou com o melhor ataque (87 gols) e a melhor defesa (29 gols).Em 44, Zizinho fez parte do primeiro tricampeonato carioca do Flamengo. Ele era uma celebridade na Gávea e adorado por todos.
Além do Flamengo, o jogador ficou famoso vestindo a amerelinha, conquistando o título Sul-Americano de 1949 e comando a seleção na final da Copa de 50. Mesmo com a derrota na final, foi escolhido o melhor do mundial daquele ano. Zizinho é conhecido por ser predecessor de Zico e a maior inspiração de Pelé.
Ao todo, pelo Flamengo, Zizinha teve 318 jogos e marcou 145 gols.
4- Fio Maravilha
A cria da base começou a sua carreira no Flamengo com 15 anos. Apesar de não ser craque, a Nação abraçou o atleta ainda mais depois do gol marcado em 1972. A figura é marcada até hoje pelo samba da Estácio e também pela música de Jorge Ben Jor, feita em sua homegaem.
A música de Jorge Ben Jor retrata um gol feito por Fio contra o Benfica, em 1972, pelo torneio internacional de verão do Rio de Janeiro. Vindo do banco no final do segundo tempo, João Batista, balançou as redes num “verdadeiro gol de placa” fazendo um “gol de anjo” como retrata Jorge Ben.
Pelo Flamengo, “Fio Maravilha” marcou 44 gols em 167 jogos e conquistou dois Campeonatos Cariocas: 1965 e 1972.
5- Pavão
Mais um atleta que foi eternizado em músicas da Nação Rubro-Negra. O zagueiro estreou pelo Flamengo na vitória de 4 a 2 sobre o São Paulo. Pavão foi um dos pilares da equipe enquanto jogou. De 1951 até 1960, Marcos Cortez, teve 357 jogos e 5 gols pelo Flamengo.
Além do samba da Estácio de Sá, Pavão também foi homenageado e eternizado no samba de Wilson Batista e Jorge de Castro. A música, sucesso entre os torcedores, dizia: “O mais querido/Tem Rubens, Dequinha e Pavão/ Eu já rezei pra São Jorge/ Pro Mengo ser campeão”. Na decáda de 80, o cantor e compositor João Nogueira atualizou os versos para “O mais querido/Tem Zico, Adílio e Adão”, homenageando a melhor equipe da história do Flamengo.
6- Andrade
Jorge Luís Andrade da Silva, o Andrade, marcou sua carreira no Flamengo como jogador e treinador.
Como jogador, Andrade jogava de volante, mas era um atleta de uma capacidade técnica fora do normal e com uma visão de jogo capaz de realizar lançamentos perfeitos para seus atletas.
No Rubro-Negro, Andrade começa sua carreira profissional em 1974 e, após ser emprestado, retorna em 1978 virou titular absoluto desde então. Junto com Adílio formou o meio campo que fez história no Flamengo.
7- Adílio
Adílio de Oliveira Gonçalves é cria da Gávea e uma das peças mais importantes da década de ouro do Flamengo. O meio campista jogou no Flamengo de 1975 até 1987, totalizando 616 jogos e 128 gols.
O meio campo era dono de uma habilidade e criatividade fora dos padrões. Possuía um passe perfeito e era um meio campista clássico. Soma-se a isso a sua capacidade de decidir jogos, Adílio era a cara do Flamengo. Dentre seus gols mais marcantes estão o segundo do título mundial de 1981 e o terceiro gol contra o Santos pela decisão do Campeonato Brasileiro de 1983.
Os títulos pelo Rubro-Negro são: Mundial Interclubes (1981), Taça Libertadores (1981), Campeonato Brasileiro (1980, 1982 e 1983), Taça Guanabara (1978, 1979, 1980, 1981, 1982 e 1984), Taça Rio (1983, 1985 e 1986), Campeonato Carioca (1978, 1979/Especial, 1981 e 1986).
8- Júnior Maestro
Leovegildo Lins da Gama Júnior, atuou pelo Flamengo de 1974 até 1984 e depois 1989 até 1994. O jogador também é conhecido como Júnior Capacete, pelo seu icônico cabelo durante a época de ouro do Flamengo. O outro é Júnior Maestro, visto o seu bom futebol e o seu modo de reger o time dentro das 4 linhas.
Júnior começou atuando pela lateral direita, estreou em 1974 e obteve destaque logo de cara. Tinha uma habilidade e uma visão de jogo fora do comum e chegou a atuar na base como volante. Apenas em 1976, dois após virar profissional, que sua carreira sofreu uma mudaçã.
Cláudio Coutinho o improvisou na lateral esquerda, deixando Vanderlei Luxemburgo no banco. Nesta posição Júnior se tornou um jogador útil ao time e formou uma das maiores duplas, se não a maior dupla, de laterais da história do futebol mundial junto com Leandro.
Em 1981, recebeu propostas do Real Madrid, mas decidiu ficar. O coração Rubro-Negro falou mais alto e o lateral decidiu ficar. Somente em 1984, depois de 10 anos e 44 gols, que ele saiu do Flamengo sendo vendido para o Torino, da Itália.
Ele retorna ao Flamengo aos 35 anos a pedido do seu filho. No retorno, o “vovô garoto” como ficou conhecido venceu a Copa do Brasil de 1990, o Estadual de 91 e o Brasileirão de 1992. Inclusive, o campeonato brasileiro de 1992 é eternizado na música ” Lembrar você sou campeão mundial” que fala ” em 92 a falta do Júnior/ e eu gritei é pentacampeão”.
Nesta segunda fase, Júnior atuou no meio campo rubro negro, regendo a equipe. Marcou mais 33 gols, totalizando 77 gols pela camisa Rubro-Negra.
9- Jarbas
Considerado oficialmente como o primeiro negro a atuar pelo Flamengo, Jarbas jogou de ponta-esquerda. Apelidado de “flecha negra” o jogador era muito veloz e habilidoso enquanto jogava. Destacava-se pela regularidade de atuação e era um dos melhores ponta-esquerdas da sua época.
Jarbas foi longe no Flamengo, de de 1933 até 1946 o “flecha negra” marcou 153 gol em 380 jogos e é o sexto maior artilheiro da historia do clube.
10- Érica Lopes, Gazela Negra
Érica Lopes, a Gazela Negra, é o maior nome do atletismo rubro-negro, assim está no site do Flamengo. É a única esportista a figurar nesse quadro dominado pelo futebol pela sua relevância e também por isso o destaque na música.
A Gazela Negra, apelido que surgiu no Jornal da Primavera, promovido pelo Jornal dos Sports, de Mário Filho vem do seu domínio nas pistas. Dessa forma, Érica venceu tudo que disputou em corridas de 100 e 200 metros nos anos 60.
Responsável por ganhar varios troféus como campeonatos estauais e o Troféu Brasil de atletismo. Em entrevista a Fla Tv no ano de 2003 Gazela Negra afirmou:
Além desses citados e com suas histórias brevemente retratadas aqui pelo Mundo Rubro Negro, diversos outros mereceriam estar entre os citados. Por isso trazemos também uma lista com mais 10 atletas que marcaram história no Flamengo.
1- Piá
2- Juan
3- Romário
4- Adriano Imperador
5- Obina
6- Manguito
7- Renato Abreu
8- Rodrigues Neto
9- Nélio
10- Júnior Baiano
Além disso, atualmente temos Gerson, Bruno Henrique, Gabigol, Hugo Souza e outros que vem marcando seus nomes na grande história do Flamengo.
O Flamengo agradece a todos os seus ídolos negros que compuseram a grande história do clube.
*Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Paula Reis / Flamengo
- CBF detalha reta final do Flamengo no Brasileirão
- Grave problema para Sampaoli pode aproximar Fabrício Bruno do Rennes
- Meia do Fortaleza elogia o Flamengo antes de confronto direto no Brasileirão
- Pendurados do Flamengo: 6 jogadores podem ficar fora contra Internacional
- Palpites para Fortaleza x Flamengo: placar, gols e candidato a brilhar