Em coletiva de imprensa, Willian Arão respondeu ainda sobre a pressão em torno do Flamengo e as possibilidades de título do Campeonato Brasileiro
Nesta quarta-feira, 27, Willian Arão concedeu uma coletiva de imprensa transmitida pela FlaTV. O jogador falou sobre estar cumprindo a função de zagueiro mesmo sendo volante, a oscilação do time dentro de campo, a pressão em torno da equipe, a busca pelo bicampeonato do Brasileirão e o que pensa sobre Pedro e Gabi jogarem juntos.
Arão completou recentemente 283 jogos vestido o manto sagrado, sempre atuando no meio de campo. Ainda assim, Rogério Ceni tem insistido em alterar a função do jogador e escalado o atleta na posição de zagueiro. Ao ser perguntado sobre, Willian Arão enfatizou que é volante mas que está no Flamengo independentemente da posição.
“Obviamente, a minha posição de origem é volante e todo mundo sabe disso, mas eu tô aqui para ajudar o Flamengo e se o Rogério entende que ali eu vou ajudar o time mais do que na posição de volante, eu estou aqui para fazer o meu melhor. Eu sempre vou fazer o meu melhor, independentemente da posição que eu jogar”, pontuou.
O atleta também falou sobre uma possível “falta de desejo” da equipe nos últimos jogos. “A gente tem desejo todos os dias. O que nos motiva é chegar aqui, ganhar e marcar história com essa camisa. Se um dia sair daqui, é sair daqui com o nome marcado na história. Então, isso nunca faltou e nunca vai faltar.
A gente está aqui todos os dias de manhã dando a nossa vida para que a gente possa chegar no final de tudo e conquistar os títulos que a gente almeja. Nem sempre é possível porque tem outras equipes trabalhando nisso mas a gente está em busca e não desiste nunca”, disse.
Sobre as chances de título do Campeonato Brasileiro, o volante disse acreditar enquanto for matematicamente possível. “Com certeza, enquanto matematicamente tiver chance, a gente vai acreditar. Eu não estava aqui, mas parece que em 2009 a gente foi campeão nos últimos 45 minutos. Então, por que que eu ainda não posso acreditar faltando sete rodadas ainda, com muita coisa ainda para acontecer?
Então com certeza a gente ainda acredita, eu acredito, nunca deixamos de acreditar. Mas a gente não pode pensar nos outros, temos que fazer a nossa parte, ganhar as nossas partidas e no final vamos ver o que vai acontecer”, ressaltou.
Frustração na temporada
Willian Arão falou também sobre o sentimento de frustração do elenco por ter deixado escapar alguns títulos: “Frustrante sempre é porque você inicia toda a temporada pensando que no final vai ganhar título. Então, sempre que você não ganha é frustrante porque eu quero ser o melhor sempre e quando eu não sou o melhor, eu fico frustrado, é natural.
Mas a gente tem que analisar como um todo, como foi a temporada, todo mundo tem que assumir a parcela de culpa e de responsabilidade. Essa pergunta não entra para o Flamengo porque o campeonato ainda não acabou, então eu só vou poder responder ela de fato quando o campeonato acabar e se a gente não ganhar o título.”
Durante a coletiva, o jogador também respondeu sobre a oscilação da equipe rubro-negra dentro de campo, e deu algumas justificativas a respeito. “A mudança de treinador oscila toda equipe no mundo, é normal. Mudança de esquema, de treinamento, de postura, enfim… É natural, porém, a gente tem que ganhar os jogos.
A gente vem fazendo bons jogos, jogos que perdemos e empatamos, eu acredito que a gente poderia ter vencido, falta algumas coisas, sem dúvida, mas a gente vem trabalhando no dia a dia. Uma concentração maior no último passe, na hora de finalizar ou até mesmo tirar uma bola, enfim. A gente assiste os vídeos dos jogos anteriores, vê os erros e a gente vai para o campo tentando corrigi-los”, contou.
Pedro e Gabi
Uma das maiores críticas da torcida e da imprensa a Rogério Ceni, é o fato do técnico não colocar os dois principais artilheiros do time para jogarem juntos, Pedro e Gabi. Willian Arão foi questionado sobre o que pensa a respeito, mas desconversou e respondeu que a pergunta deva ser feita para Ceni.
“Se eu fosse treinador, eu poderia te responder isso, mas eu não sou treinador do flamengo. Quem tem que responder isso é o Rogério. Sobre as características de jogo, eu não sei o que que ele entende de jogo, o que que ele entende como time do Flamengo… Essa pergunta é para a pessoa errada”, afirmou.
Oscilação em campo
No final, o atleta deu algumas declarações como espécie de desabafo sobre as críticas que o clube vem enfrentando sobre o seu desempenho dentro de campo. Willian Arão enfatizou que é normal que uma equipe oscile durante 90 minutos, pois, no seu ponto de vista, é impossível que um time tenha o domínio da partida por tanto tempo.
“É natural que você oscile dentro do jogo. As pessoas acham que a gente vai chegar e vai dominar o jogo por 90 minutos. O jogo tem 90 minutos e dentro do jogo existem outros jogos, às vezes uma mudança por peça, uma mudança de posicionamento, às vezes uma orientação do treinador, por isso mesmo que ele está ali, tanto do nosso time quanto do time adversário.
É praticamente impossível. As pessoas acham que o Flamengo vai chegar e dominar os 90 minutos, mas é impossível. Vai ter hora que a gente vai ser atacado, vai ter hora que a gente vai precisar se defender, vai ter hora que a gente vai precisar dar a bola um pouco para o adversário porque é normal.
Ninguém consegue marcar pressão por 90 minutos, dominar por 90 minutos, só um ter a chance. O adversário também vai chutar no nosso gol, também vai ter escanteio. É normal isso. Então eu acho que a gente tem que desmistificar isso de que só o Flamengo possa atacar e dominar as partidas”, concluiu.