Foram poucos minutos. Paquetá entrou aos 18 do segundo tempo, Vizeu aos 21. Era contra um adversário já com um a menos, já perdendo, o Madureira de PC Gusmão. Ou seja, temos uma vasta gama de condicionais e atenuantes na hora de analisar o que aconteceu naquela última meia hora da partida. Mas ainda assim, não podemos negar que existem motivos pra ficarmos impressionados. Porque foi impressionante.
Primeiro a jogada de Vizeu pela esquerda, onde ele deixa toda a zaga pra trás, apronta a famosa baguncinha gostosa na linha de fundo e rola pra Mancuello, sozinho, marcar. Depois o gol de Paquetá, pegando a bola de primeira após uma tentativa de passe para Mancuello – sempre ele – e marcando por cobertura um gol antológico que foi uma merecida recompensa pra todo mundo que poderia estar em casa vendo uma Netflix mas estava debaixo de sol nas arquibancadas de Volta Redonda acompanhando uma partida onde Wellington Saci era titular.
E ainda que sejam momentos específicos de um jogo específico, essas duas jogadas reforçaram um sentimento que eu já tinha expressado aqui e que é comum em boa parte da torcida: o de que esses garotos, boa parte deles presença frequente em seleções de base e cobiçados por clubes estrangeiros, merecem mais espaço no Flamengo.
Não, não estou falando que Vizeu deve roubar a 9 de Guerrero ou que Paquetá já está pronto pra meter o dedo na cara de Diego e chamar nosso camisa de 35 de “vacilão”, mas sim que faz muito sentido que eles cada vez mais se tornem os reservas imediatos de suas posições, deixando para trás os jogadores claramente medianos que ocupam esses postos atualmente.
Faz sentido Paquetá receber menos chances que Gabriel? Vizeu só pegar banco quando Damião está machucado? Pra mim não faz. Ainda que Gabriel realmente pareça ter saído ontem da base e possivelmente ainda tenha que apresentar RG pra entrar num bar, ele já tem 27 anos e atingiu seu potencial, enquanto Paquetá ainda pode se desenvolver e valorizar muito mais. Ainda que Damião já tenha disputado Olimpíadas e Libertadores, ele não apenas não vem apresentando lá toda essa qualidade como sai do clube no meio do ano, ou seja, mais uma razão para não depender demais dele – ainda que eu reconheça que com Vizeu teremos menos bicicletas, claro.
Entendo que Zé Ricardo quer usar os jovens com calma e também reconheço que poucos treinadores conhecem mais essas recentes gerações rubro-negras do que ele, que foi técnico de toda essa molecada, mas acho que muitos desses meninos, como Vizeu, Paquetá, Matheus Sávio, Ronaldo e até mesmo o goleiro Thiago, merecem chances mais frequentes no time de cima, nem que seja só por conta do nível dos reservas imediatos. Se não temos um jogador de qualidade indiscutível no banco, por que não dar a chance pro garoto da base, que tem um custo mais baixo, uma possibilidade de retorno mais alta, menos chance de se incomodar com a reserva?
O futuro do Flamengo cada vez mais passa por esses nomes. E eu tenho a sensação de que é um futuro que vai começar o quanto antes e vai ser muito bacana de acompanhar.
João Luis Jr. é blogueiro do MRN e também escreve no blog Isso Aqui É Flamengo, do ESPN FC.
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