Saiba como foi todo o processo de alteração nas cores do Flamengo; da mudança à adoção do azul e amarelo em mantos futuros
“Cobra-coral, papagaio-vintém, vesti rubro-negro, não tem para ninguém”. O samba-enredo da Estácio de Sá, para o Carnaval de 1995, ficou imortalizado nas arquibancadas como um dos cantos de torcida mais emblemáticos da Nação. Na letra, referências a camisas marcantes que fizeram parte da história flamenguista. Além disso, citação às cores do Flamengo, o vermelho e o preto. Mas, o que muitos não sabem, é que nem sempre os uniformes do clube trouxeram essa coloração.
Em 15 de novembro de 1895, era fundado o Grupo de Regatas do Flamengo, que posteriormente viraria “clube”. Apesar dessa ser a data oficial de quando uma linda trajetória no mundo do esporte se iniciou, na prática os acontecimentos se sucederam de forma peculiar. Afinal, na realidade, foi no dia 17 em que o casarão de Nestor de Barros, primeiro secretário do Mais Querido, recebeu 18 homens, que compartilhavam um mesmo objetivo: fundar o Flamengo.
A essa altura, você deve estar se perguntando: mas por que cargas d’água o aniversário do clube se comemora todo dia 15 de novembro? A resposta para esse questionamento é bem simples. Na mentalidade da diretoria da época, o clube que surgia naquele mês seria tão grande que seu aniversário precisaria sempre ser feriado nacional. E, como é de conhecimento geral, nessa data também é comemorada a Proclamação da República.
Por que azul e amarelo? E por que a alteração futura?
Para dar cor ao uniforme do clube, eram escolhidos o azul e o amarelo. O amarelo, na verdade, deveria representar o ouro, símbolo das riquezas presentes em solo tupiniquim. Enquanto o azul era para homenagear a cor vista no céu da Guanabara. No entanto, por uma série de fatores, houve uma transformação na identidade visual do Flamengo, por conta da coloração que se fazia presente na vestimenta oficial da equipe.
Os uniformes “ourazul”, como eram popularmente chamados, vinham da Inglaterra. Logo, o preço para trazê-los ao Brasil eram um pouco exorbitantes. Esse contexto fez acender uma luz na cabeça do tesoureiro Felisberto Laport. Pois, além do custo da exportação, as peças também desbotavam rapidamente ao ficarem muito expostas ao sol. Outro fator que contribuía no desaparecimento das cores era a alta quantidade de sal presente nas águas da Baía, onde as competições de remo aconteciam.
Ademais, também existia uma motivação esportiva para que essa alteração fosse feita. O Flamengo nunca havia vencido uma regata trajando azul e amarelo. As competições eram dominadas pelo Botafogo, que empilhava troféus conquistados. Enquanto isso, o clube da Gávea enfrenta um calvário: não conseguia feitos maiores que o terceiro lugar. Por conta disso, passou a ser conhecido, pejorativamente, como “Clube de Bronze”.
Porém, a transformação não foi meramente estética. Com toda a reformulação, o estatuto também precisou ser alterado, já que a troca de cores acabou acarretando em mudanças na bandeira, escudo e uniforme. A bandeira continuava com 12 listras horizontais, mas que agora eram pintadas de vermelho e preto. O escudo passava a ter apenas uma âncora, ao invés de duas. Com ela, as iniciais “CRF” e remos.
As cores do Flamengo mudam e os títulos chegam
Para quem não é supersticioso, chega a ser difícil de explicar o que sucedeu a alteração das cores oficiais do clube. Afinal, a partir do momento em que Nestor de Barros sugeriu que o Flamengo passasse a vestir vermelho e preto, os títulos começaram a vir. E, para dar um caráter ainda mais místico para essa situação, a mudança foi oficializada em uma data que já passou a ser emblemática para qualquer flamenguista: 23 de novembro.
O dia em que o Flamengo conquistou suas duas Libertadores, antes de mais nada, foi o dia em que o clube passou a ser conhecido como rubro-negro. Entretanto, uma instituição esportiva nunca deve se esquecer de suas origens. Em virtude desse fator, por mais que, quando se fale no maior campeão carioca, automaticamente se pense nas cores vermelha e preta, foram elaboradas camisas que trazem o “ourazul” como coloração principal novamente.
Os mantos do futebol que trazem as cores de origem
Como exemplos mais atuais, temos os terceiros uniformes dos anos de 2010 e 2017. O primeiro não traz boas lembranças para a torcida. Além do design ter sido duramente criticado e chamado de “Tabajara”, em alusão ao time de futebol do programa humorístico “Casseta & Planeta”, ele foi utilizado num momento complicado do clube dentro das quatro linhas. Apesar de ter sido o ano seguinte ao da conquista do hexa, 2010 marcou uma temporada de insucessos flamenguistas.
Para não repetir o fracasso da Olympikus, fabricante da “Tabajara”, a Adidas, fornecedora de material esportivo do Flamengo desde 2013, decidiu adotar uma nova maneira de inserir o azul e o amarelo no futebol. Através da plataforma Adidas Creator Studio, a empresa alemã possibilitou que a própria torcida elaborasse os designs e votasse nos melhores. Essa prática foi inovadora no futebol sul-americano, já que o Mais Querido foi o primeiro clube de fora da Europa a se valer de tal procedimento.
Contudo, se você não foi muito com a cara dos mantos oficiais coloridos com o azul e o amarelo, há uma outra alternativa para vestir uma referência às cores de origem do Flamengo. Ela encontra-se no site da Artillero, que conta com diversas camisas casuais que tem, como tema das estampas, o time que é o amor comum a mais de 40 milhões de pessoas.
Além do modelo em homenagem a “ourazul”, que você encontra nesse link, são diversos outros para escolher e presentear seus amigos, parentes, ou a si mesmo.
Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Divulgação
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