1 – Qual o balanço que o senhor faz da sua administração?
Presidir o Flamengo tem sido, sem dúvidas, o maior desafio da minha vida. Recebi o clube praticamente falido. Torná-lo administrável foi tarefa árdua, que envolveu uma auditoria para dimensionar a real situação financeira do clube, redimensionamento do quadro de pessoal, negociação de 90% da dívida (especialmente a proveniente de impostos e tributos) e amplificação dos contratos de marketing. O próximo Presidente receberá um clube mais organizado e saneado financeiramente, o que facilitará enormemente sua administração.
2 – Quais os planos para o futuro?
Temos consciência de que os problemas do clube não foram integralmente solucionados. Para que isso aconteça, além das reformas que propomos para o estatuto, há a modernização do Centro de Treinamentos de Vargem Grande e a revitalização da Gávea, propostas que já se encontram prontas e viabilizadas, que proporcionarão melhor estrutura de trabalho.
+ Alfarrábios do Melo: Oito perguntinhas inocentes para cada lado
3 – O Flamengo atrapalhou ou atrapalha suas atividades profissionais?
Mais do que atrapalhar, impede que eu trabalhe normalmente. Dedico cerca de 10 horas por dia ao Flamengo. Felizmente, tenho recebido total apoio em minha vida particular, o que permite que eu me dedique integralmente ao clube.
4 – Como explicar que pessoas que estavam a seu lado até bem pouco tempo atrás hoje estejam na oposição?
Estas pessoas ficaram comigo por quase todo o mandato e somente agora notaram que eu era incompetente. O fato é que algumas pularam fora do barco por motivos eleitoreiros.
5 – A candidatura da Situação não desfruta do apoio de nomes de ponta do clube, como Zico. Como o senhor explica isso?
Não acho que seja caso de rejeição. O Zico, por exemplo, apoiou outra chapa na eleição passada e mesmo assim estamos aqui. Cumpre respeitar as opções de cada um, bem como a voz da maioria.
6 – Que erros o senhor acha ter cometido e que não faria novamente?
Fui muito condescendente com pessoas que trouxe pra dentro do Flamengo. Deleguei excessivamente tomadas de decisão no futebol para pessoas erradas.
7 – Como avalia o futebol do clube?
Temos um bom time, que precisa apenas de ajustes pontuais. Com um zagueiro, um meia e um atacante, estaremos no nível dos melhores. Manteremos o treinador, que é jovem e merece continuidade.
Entrevistas e declarações do Presidente Luiz Augusto Veloso, publicadas no Jornal do Brasil, edições de 04 e 05 de dezembro de 1994, com adaptações.
Adriano Melo escreve seus Alfarrábios todas as quartas-feiras aqui no MRN e também no Buteco do Flamengo. Siga-o no Twitter: @Adrianomelo72
Imagem destacada no post e redes sociais: Cleber Mendes / Lance
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