O ex-comandante do Flamengo Reinaldo Rueda, confirmou, em entrevista ao GloboEsporte.com, que sua negociação com a seleção chilena começou após aval da diretoria rubro-negra. O contrato, que só foi assinado no dia 8 de janeiro, confirma que o planejamento para 2018 não só começou atrasado, mas também atabalhoado.
“[…] foi algo muito correto. Foi um pacto de cavalheiros pela relação com o Dr. Bandeira, com Fred (Luz), Rodrigo Caetano. Inclusive, meu contrato com o Chile foi assinado na sala da presidência do Flamengo. Até que o Flamengo me desse o aval para sair, não tive nenhum acerto com o Chile”.
O Mundo Rubro Negro entrou em contato com a assessoria de imprensa do clube e recebeu a confirmação da informação:
“Após comunicar pessoalmente a intenção de deixar o clube, Rueda assinou o termo de rescisão de contrato em reunião na Gávea. Na sequência, acertou vínculo com a seleção chilena, ficando a federação daquele país responsável pelo pagamento da cláusula contratual por ter optado deixar o Flamengo antes do término do contrato. […] Comunicou, rescindiu e documentamos tudo para o pagamento da multa. Por isso ele assinou com o Chile no próprio Flamengo”.
Passados 9 meses do ano, o rubro-negro vive um momento delicado. Após cair em todas as competições mata-mata (Carioca, Libertadores e Copa do Brasil) e por viver uma queda no desempenho dentro de campo, o clube sabe que precisa conquistar o título do Campeonato Brasileiro se quiser amenizar o sentimento negativo do torcedor. Para isso trouxe Dorival Júnior, o terceiro treinador a comandar a equipe em 2018.
A contratação de mais um treinador após nova temporada desastrosa realça consecutivos erros no planejamento da equipe. Em novembro de 2017, em entrevista ao canal “Paparazzo Rubro-Negro”, o vice-presidente Ricardo Lomba firmou que já tinha começado a planejar o ano seguinte e que Rueda seria peça chave na construção de uma equipe vencedora:
“A montagem do elenco do ano que vem vai acontecer a partir de uma conversa do departamento de futebol com a participação especial do Rueda, óbvio. O pontapé inicial é do treinador, ele tem contrato conosco até o final do ano que vem, vai ficar. Ele vai fazer a análise dele, vai passar para a gente as carências. Vamos ver o que é possível fazer, tentar atender pensando num Flamengo melhor ainda ano que vem”.
O que de fato aconteceu foi completamente contrário à afirmação. Ainda no fim de 2017 começaram a surgir boatos de que a seleção chilena gostaria de contar com o trabalho do treinador e que já havia negociação entre as partes. Tanto Rueda quanto a diretoria se mantiveram reticentes em comentar o assunto.
Em 8 de janeiro deste ano houve a confirmação de que o colombiano deixaria o Flamengo e assumiria o Chile. A partir de então o que já parecia uma falha de planejamento, pois as partes poderiam ter se acertado antes da virada do ano, se tornou ainda mais grave.
Mais erros
O rubro-negro em pouco tempo anunciou Paulo César Carpegiani como seu novo treinador. O comandante do título da Libertadores e do Mundial em 1981 tinha acerto com a cúpula flamenguista para trabalhar como coordenador técnico. Por isso, em coletiva de apresentação, decretou: “Hoje sou o treinador, mas não está afastada a possibilidade de se encontrarmos uma pessoa e tivermos um consenso, entrar no meu lugar depois amanhã ou depois”.
Não aconteceu. No fim de março, após eliminação no Campeonato Carioca diante do Botafogo, Carpegiani foi demitido e, junto com ele, o diretor de futebol Rodrigo Caetano. Automaticamente, o interino Maurício Barbieri comandou a equipe o diretor da base Carlos Noval assumiu o cargo de Caetano.
Um treinador sem experiência para dirigir um clube de grandes investimentos e com a necessidade de conquistar grandes títulos não era bem visto pelo torcedor. A sequência do jovem técnico foi boa, levou o time à liderança do Brasileirão, passou da fase de grupos da Libertadores, mas faltou traquejo de alguém acostumado a lidar com quedas de desempenho, calendário apertado e várias competições em disputa. Barbieri também foi demitido.
Agora, a pouco mais de 2 meses para o fim da temporada, Dorival Júnior assume a missão de tentar levar o Flamengo ao heptacampeonato nacional. O planejamento para 2019, que já poderia ter começado, dependerá do título. Se for campeão, Dorival deve seguir, em caso de insucesso, outro nome deve pintar e, até lá, 2019 estará batendo na porta.
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