É impossível negar que o Flamengo atingiu quase todas as metas que se poderiam esperar de um time grande no Brasil durante essa temporada de 2022. A principal competição do continente? Vencida. A competição de maior premiação do país? Foi conquistada.
E diante da impossibilidade de conquistar também o Campeonato Brasileiro, seja pela necessidade de priorizar as copas, seja pelo péssimo primeiro turno sob o comando de Paulo Sousa, a equipe rubro-negra parece ter decidido usar a reta final do Brasileirão para conquistar um outro troféu: o de equipe mais amigona do Brasil.
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Afinal, repare no desempenho do Flamengo após a conquista da Libertadores. Corinthians dentro de casa, com a equipe alvinegra precisando pontuar na briga pela Libertadores? O time de Dorival Junior gentilmente cedeu os 3 pontos, mesmo dominando a partida. Partida contra o Coritiba, que lutava contra o rebaixamento?
Diego Ribas fez questão de garantir um pênalti maroto para os paranaenses, que agora não correm mais risco de queda. E obviamente nesta quarta-feira, contra o Juventude, último colocado e já rebaixado no Brasileiro, o Flamengo não iria deixar de novamente demonstrar toda a sua gentileza.
E foi por isso que, após abrir o placar já no primeiro lance da partida, o Flamengo conseguiu, em menos de 45 minutos, sofrer uma incrível virada diante da equipe de Caxias do Sul, permitindo que o adversário, que nas 36 rodadas anteriores havia feito apenas 26 gols, balançasse as redes duas vezes em apenas metade de uma partida, e garantindo que uma equipe que ainda não havia vencido no segundo turno do Campeonato Brasileiro chegasse bem perto de quebrar essa marca histórica.
Feito esse que apenas não ocorreu porque Werton, mais uma cria da base e possivelmente ausente das preleções onde o Flamengo combinou que, após ganhar quase tudo, era hora de começar a distribuir vitórias para os adversários, decidiu empatar a partida já nos acréscimos e frustrar os poucos torcedores que haviam tido a disposição de ir ao Alfredo Jaconi acompanhar esse verdadeiro amigos do Eri Johnson contra primos do Marrone que era o duelo entre uma equipe já rebaixada e outra absolutamente desinteressada em relação ao torneio.
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E ainda que realmente possa parecer exagero criticar um time campeão da Libertadores e da Copa do Brasil por parecer displicente numa partida de Brasileirão que só serve para cumprir tabela, a verdade é que, se essas rodadas finais do torneio teriam como função permitir que reservas e moleques da base mostrassem serviço, o quiet quitting parece estar sendo o grande vencedor do fim de ano rubro-negro.
Isso porque não apenas poucos reservas parecem estar realmente aproveitando as oportunidades que essas partidas oferecem – em sua maioria os jogadores da base como Matheus França ou Werton – como outros jogadores parecem decididos a usar essa reta final para reduzir o carinho que recebiam da torcida – Rodinei sendo herói na Copa do Brasil para cometer falhas infantis de marcação contra o Juventude.
Resta então esperar que na despedida da equipe nesta temporada, que coincidentemente será também o último jogo de Diego Ribas e Diego Alves pelo Flamengo, além de ocorrer na véspera de um desfile em carro aberto para comemorar as conquistas deste ano, o Flamengo possa voltar a ser um pouquinho egoísta e, mesmo diante de um Avaí já rebaixado, que talvez precise de suporte e apoio psicológico, conquiste a vitória, sem novamente doar pontos para os adversários. Não é a atitude mais nobre, mas com certeza é o que a torcida espera.
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