Atuando mais uma vez com uma equipe alternativa, o Flamengo venceu o São Paulo no Morumbi e segue em ótima fase com Dorival Jr.
No meio de oscilações naturais, o Mengão fez um bom jogo. Mitigando problemas e encontrando novas soluções.
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Flamengo abre placar no início e condiciona o São Paulo a ter a bola
Partindo do plano tático inicial, o Flamengo veio com a mesma equipe que goleou o Atlético-GO no Maracanã na última rodada. Já o São Paulo teve algumas modificações em relação à equipe que perdeu para o Athletico no Paraná. Marcos Guilherme atuou mais avançado com Nikão.
Com bola, o São Paulo procurava rapidamente acionar o corredor lateral, buscando Nikão e Patrick pelos lados do campo. Num 4-1-4-1/4-4-2 onde Igor Gomes e Galoppo variavam de posição, a fim de gerar sobrecarga no corredor lateral e explorar os possíveis espaços cedidos pelo Fla.
Todavia, a ideia do técnico Rogério Ceni caiu por terra logo aos seis minutos. Num cruzamento despretensioso de Ayrton Lucas, Lázaro se aproveitou da indecisão de Léo e completou o cabeceio de Victor também de cabeça para o gol. 1×0.
O gol no início condicionou o Flamengo a se expor menos com e sem bola, dificultando as ações do São Paulo em campo. Enquanto ofensivamente a equipe iniciava suas construções rapidamente buscando sair da pressão são-paulina na saída de bola, por outro lado, defensivamente, marcou num bloco mais recuado.
Em organização ofensiva, o Fla não retinha tanto a posse e rapidamente encontrava Marinho e Cebolinha. Seja pelas bolas longas, bem como nas associações curtas de Diego e Vidal a fim de variar o corredor.
Em bloco médio, Flamengo sofre pelo lado mas também cria chances de gol
Já em organização defensiva, a equipe não pressionava tanto os zagueiros do São Paulo. Assim, o time paulista tinha bola descoberta para conectar o ataque com bolas longas Nesse sentido, a linha defensiva rubro-negra alternava para antecipar e proteger as costas.
Com o passar da primeira etapa, o Flamengo foi recuando ainda mais seu bloco de marcação. Como resultado, passou a ter mais dificuldades para cobrir os lados de campo, dado que atua com um meio-campo mais curto, sem tanto auxílio de Marinho e Cebolinha.
Ainda assim, o Flamengo conseguiu lidar bem com o ataque previsível do São Paulo pelos lados do campo. Além disso, explorou, no fim da primeira etapa, os espaços cedidos pelo tricolor, que marcava mais alto. Cebolinha quase marcou após bom passe de Pablo.
Ceni sobrecarrega o corredor lateral do São Paulo e incomoda o Fla no início da segunda etapa
O segundo tempo começou com duas mudanças da parte do São Paulo: Calleri e Diego Costa entraram nos lugares de Patrick e Miranda. A ideia de Ceni era dar mais liberdade aos laterais, com um zagueiro mais rápido cobrindo o lado direito, e também ter uma referência na área.
Sem pressionar tanto a saída são-paulina, o Flamengo teve dificuldades para cobrir o lado do campo sem os pontas mais próximos dos meias. Gerando dúvidas na marcação e facilitando os cruzamentos e os avanços dos laterais tricolores.
Com titulares em campo, Flamengo volta a ser superior ao São Paulo e encaminha vitória
Com o objetivo de renovar o fôlego no meio de campo e ganhar força pela direita, Dorival Jr. fez três mudanças em sequência: Gabi, João Gomes e Thiago Maia nos lugares do inoperante Marinho, Diego e Vidal. A ideia do treinador rubro-negro era de voltar a incomodar com bola.
O camisa 9 se aproveitou do espaço vital no entrelinhas, gerado pelo posicionamento de Reinaldo no encaixe de Matheuzinho, para criar algumas chances de gol. Em bom apoio de Lázaro após bola longa de Santos, Cebolinha foi fominha e finalizou mal.
Com os gols perdidos, Dorival Jr. trouxe Arrascaeta e Everton Ribeiro a campo para aumentar o poder de fogo da equipe nas transições ofensivas. Já Ceni fez mudanças para ter um São Paulo ainda mais ofensivo nos minutos finais, com Rafinha atuando como um terceiro zagueiro.
Em 4-4-2 o Flamengo sofreu um pouco com o lado direito sobrecarregado do São Paulo com Galoppo caindo bastante pelo setor. Mas a principal chance de empate do São Paulo aconteceu numa pixotada de Pablo na saída de bola, o lance quase custou dois pontos.
Por fim, no abafa final, o Flamengo fechou o placar. Em contra-ataque com imensa superioridade numérica, Gabi recebeu de Everton Ribeiro e com muita frieza acertou o canto direito de Felipe Alves para dar números finais ao jogo. 2×0.
Time alternativo do Flamengo ganha força e se torna cada vez mais consistente
Apesar dos problemas sem bola durante a partida, como também a ineficiência em concluir chances de gol, isso precisa ser relativizado dado o contexto. Vencer o São Paulo no Morumbi, com uma equipe muito modificada em relação a que vem atuando nos mata-matas, é muito difícil.
O time alternativo que vem jogando no Brasileirão está ganhando força e padrão com e sem bola. Apesar de usar como base a “equipe titular” das Copas, possuí algumas dinâmicas diferentes para atacar e se defender. Mesmo assim, consegue ser competitiva contra grandes adversários.
Enfim, com os novos reforços que ainda não chegaram (Oscar) e que ainda não estrearam (Varela e Pulgar), o Flamengo parece cada vez mais pronto para lidar com às três frentes que caminha neste momento!
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