Arquiteto e professor, Fabricio Chicca vem sendo a figura que mais fala sobre a possibilidade de um estádio do Flamengo no Gasômetro. Desta vez, o analista tático do Mundo da Bola faz questão de esclarecer que a situação do Flamengo é bem diferente da que o Corinthians viveu para conseguir seu estádio, desmentindo narrativas rivais.
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Chicca esclarece que o Gasômetro não é um terreno público, como se tenta fazer pensar que é, mas sim pertencente a um fundo de investimentos.
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“Não se trata de um terreno público, mesmo que haja uma narrativa tentando fazer você pensar que ele é. E por que é importante corrigir quem se refere ao terreno do Gasômetro como terreno público? Uma das razões é para não deixar a narrativa igualar problemas diferentes, por exemplo, entre o que aconteceu com o Corinthians e o Flamengo. Essa narrativa tenta, de alguma maneira, vincular o Flamengo a possíveis benefícios oriundos do poder público, estratégia que frequentemente inclui o exemplo da Arena do Corinthians em Itaquera”, inicia Chicca.
Para conseguir construir a Arena do Corinthians, os paulistas entraram em um financiamento junto ao BNDES, mas envolvendo outros estádios, para a Copa do Mundo 2014.
“Corinthians entrou em um pacote do BNDES que envolvia outras arenas. A Arena de São Paulo foi a nona operação aprovada pelo programa BNDES ProCopa Arenas, instituído pelo Banco para financiar a construção ou reforma dos estádios sedes do Mundial de 2014”, explica.
Caixa apenas mediou contatos entre BNDES e Corinthians
Para construir que o Corinthians pudesse construir seu estádio, Fabricio Chicca diz o seguinte:
“A Caixa foi responsável pela intermediação entre BNDES e Corinthians, e através de sua condução, o banco liberou R$ 400 milhões para as obras do estádio que sediou a abertura da Copa de 2014. O banco informou que 60% do valor foi desembolsado após o registro do contrato e os outros 40% no final da construção, com um prazo de financiamento de 180 meses. O empréstimo foi aprovado pelo BNDES em julho de 2012, mas a liberação dos recursos foi atrasada devido à falta de acordo sobre as garantias exigidas”, comenta.
Por isso, o Corinthians teve um empréstimo facilitado, mas as mudanças de preço atrapalharam os corintianos que enfrentam problemas financeiros até hoje por conta da construção do estádio.
“O projeto foi alterado, e o acordo inicial que envolvia Odebrecht, BNDES, Caixa e Corinthians teve uma mudança de rumo, com elevação de preço e mudança de especificações para atender a demanda da FIFA para a abertura da copa do mundo. Essa dívida ainda é responsável por parte das dificuldades financeiras que o clube enfrenta. Mas ainda assim, para muitos, o estádio foi dado ao Corinthians. É certo que houve problemas, e talvez tenha havido facilidade no recebimento do empréstimo”, diz.
A situação da compra do terreno do Gasômetro, que pode receber um estádio do Flamengo
Fabricio Chicca pede que as devidas distinções sejam feitas para que não se pense que o Flamengo estaria conseguindo um estádio nos mesmos moldes do Corinthians e dá maiores detalhes sobre a possível compra do terreno do Gasômetro, para construção do estádio do Flamengo.
“O terreno é de um Fundo de investimento, fiscalizado pela CVM, com um único cotista, o FGTS. Os imóveis públicos não estão obrigados ao registro imobiliário, bastando apenas ao poder público provar que determinado imóvel de fato lhe pertence. Manter a narrativa no lugar correto é importante por diversos fatores. O primeiro pela imagem do clube, que reverte em melhores patrocínios e melhor relação com a mídia em geral. Segundo, estabelece uma relação inexistente e comparativa entre Flamengo e Corinthians”, continua.
Chicca explica ainda o que é o perdão dado pela prefeitura à Caixa. Eduardo Paes quando o prefeito alegou que poderia desapropriar o terreno para torná-lo público e vendê-lo ao Flamengo.
“Esse ‘perdão’ aconteceu diante de uma disputa judicial entre o Fundo de Investimento Imobiliário Porto Maravilha e a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. O Fundo acionou a prefeitura em um processo em curso na Segunda Vara Federal da Seção do Rio de Janeiro. Nessa ação, o Fundo aponta o descumprimento da prefeitura na manutenção dos túneis da região e o impacto negativo nos seus ativos: terrenos e imóveis dentro da operação imobiliária Porto Maravilha”, escreve, antes de finalizar:
“Os detalhes disponíveis desses processos podem ser encontrados no próprio relatório financeiro do Fundo. Nada que tenha a remota ligação com o Flamengo”, avisa. Veja na íntegra com todos os detalhes abaixo.
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