Nesta quarta-feira (10), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou dois torcedores do Flamengo a comprar baterias para carros da PM por exibir faixa contra a ditadura no Maracanã. Pouco depois, durante a partida entre Flamengo e Goiás, nova faixa contra a ditadura militar foi exposta nas arquibancadas do estádio.
Em forma de protesto contra a decisão de punir os rubro-negros e proibir que a dupla frequente jogos do Flamengo até o fim de 2023, o movimento Flamengo Antifacista levou frases com os dizeres “Os de 64 seguem aí”.
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De acordo com postagem do grupo nas redes sociais, eles levaram a faixa com o intuito de criticar a impunidade com militares que cometeram crimes durante o período ditatorial. Por outro lado, a Justiça decidiu punir os torcedores.
Entenda o caso dos torcedores condenados
O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) retirou as tornozeleiras eletrônicas de dois torcedores do Flamengo. Em abril, os rubro-negros foram detidos por levar faixa com os dizeres: “Morte aos torturadores de 64” ao Maracanã. No entanto, os torcedores terão que comprar quatro baterias para carros do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (BEPE).
Além disso, seguem proibidos de frequentar jogos do Flamengo até o dia 31 de dezembro deste ano. Para denunciar a dupla, o TJ-RJ afirmou que não era possível o que estava escrito na faixa. Houve dúvida se seria “Morte aos tricolores” ou “Morte aos torturadores”, já que o fato ocorreu em jogo contra o Fluminense.
Após sentença final, Rodrigo Mondego, advogado que representou a dupla, comemorou a retirada das tornozeleiras. Contudo, criticou que os torcedores seguirão afastados e a obrigatoriedade de compra das baterias.
“O movimento Flamengo Antifacista tentou propor debate contra os torturadores da ditadura militar que não sofreram nenhuma punição por terem praticado crime de lesa à humanidade, mas infelizmente a Justiça do Rio de Janeiro não entendeu assim. Por mais que seja uma vitória eles tirarem a tornozeleira e o monitoramento que era algo que mexia com a vida deles”, disse Mondego.
“Mas acabaram tendo uma punição maior tendo que pagar as baterias. Punição maior do que quem praticou crime de lesa à humanidade, quem torturou, quem estuprou, que sumiu com corpos de pessoas. Quem até matou um atleta do próprio Flamengo, que foi o Stuart Angel. Os assassinos do Stuart Angel tiveram uma punição menor do que os flamenguistas que propuseram punição aos torturados da ditadura militar”, finalizou.
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