Minha casa é o mundo
Se alguns fatos relacionados ao Flamengo em 2016 podem ser chamados de espetaculares, com certeza estes foram os embarques e desembarques do time nos aeroportos, as vigílias nas concentrações, os treinos abertos à torcida e todas as demais manifestações de pertencimento, paixão e grandeza da maior torcida do planeta.
Saguões lotados, comoção, frenesi, a selfie com o ídolo, aquele autógrafo pra sempre no Manto: materializações de amor em um ano atípico. Sem uma casa para jogar bola no Rio de Janeiro, o Flamengo fez a alegria dos torcedores nos quatro cantos do Brasil. E o mundo do futebol mais uma vez se curvou diante da magnitude da Nação Rubro-Negra.
Paixão nacional
Milhares de torcedores off-Rio puderam sentir a sensação única de ter o seu Flamengo mais perto. Em contrapartida, os cariocas sofreram com a ausência das tardes de domingo no Maracanã. O resultado desse misto de saudade e paixão se materializou em festas inigualáveis. Em campo o time realmente não foi o mais consagrado nesta temporada.
Fora dele? Como sempre o mais amado. A seguir você irá relembrar os momentos mais marcantes do Flamengo no ano que terminou. Se emocione, sinta orgulha e agradeça por torcer para o Flamengo e fazer parte dessa galera.
A realeza em Fortaleza
O Troféu Asa Branca foi um amistoso disfarçado de jogo à vera, disputado entre o campeão da Copa do Nordeste e um time convidado. Na manhã do dia 21/01 o Flamengo chega a Fortaleza para enfrentar o Ceará, no Castelão. Cria da casa, o zagueiro Juan, de volta ao clube após longo tempo, sintetizou a recepção no Aeroporto Internacional de Fortaleza: “normal do Flamengo, né?”.
Foto Gilvan de Souza / Flamengo
Treinar é uma festa em Manaus
A delegação chega ao Aeroporto de Manaus tomado de torcedores e vermelho com as luzes dos sinalizadores. Quando todos conseguem entrar no ônibus, com surpresa (ou nem tanta a essa altura) percebem que uma carreata vem atrás. Dezenas de carros buzinam. Nas paradas aproveitam para gritar “Mengooo!”, e o trajeto até o hotel vai no embalo dos rojões que anunciam aos desavisados que o maior clube do mundo está na área.
É claro que o planejamento de treinos mudou. O Flamengo retribuiu a recepção abrindo as portas da Arena da Amazônia para cerca de mil felizardos. Teve de tudo. Marmanjo empolgado feito criança, adolescente chorosa nos braços de Paulo Victor, Jorge nos braços da galera… E o gringo Mancuello mais uma vez embasbacado com essa torcida brasileira.
A idolatria capixaba
A 11ª primeira rodada marcou a estreia de Cariacica, na Grande Vitória, como terceira casa do Flamengo no Brasileirão — Volta Redonda e Brasília tinham assumido o posto até então — e o time não passara de um rendimento irregular. O nomadismo no campeonato preocupava. A única certeza era a de que o povo capixaba lotaria o Estádio Kléber Andrade. O que se viu porém foi uma avalanche rubro-negra. A torcida “invadiu” setores não destinados ao público como o gramado próximo da arquibancada. Outros preferiram a laje da passarela “caracol” que dá acesso ao interior do estádio (na foto abaixo). A partir daquela noite Cariacica virou o palco oficial do Flamengo na competição.
Foto: Carlos Alberto Silva / Site Gazeta on Line
O sonho de anos: Diego no Flamengo
Quando a torcida do Flamengo põe no juízo uma coisa, ela não sossega. Nos últimos dez anos a coisa encasquetada era Diego. A gente sabe EXATAMENTE quando um jogador é a cara do Flamengo. Seja pela personalidade, seja pelo futebol que o sujeito apresenta. E o “garoto da Vila” desde que deixou o Santos rumo à Europa virou sonho rubro-negro.
Qual a nossa reação quando realizamos um grande sonho?
Essa aqui:
Foto: Pedro Ainbinder / Site iFlamengoNewsQuase dois meses antes do AeroFla, Diego chega da Turquia ao Rio. Em sua apresentação oficial na Gávea declara que jamais irá esquecer o dia em que pisou pela primeira vez no Rio como jogador do Mais Querido. Ninguém vai esquecer, Diego.
A torcida do Flamengo oficialmente institui o AeroFla
Antes de começar a ler você já se arrepiou, foi ou não foi? No dia treze de setembro do ano de dois mil e dezesseis de nosso senhor São Judas Tadeu, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, ocorre a maior manifestação off-jogo e desorganizada de uma torcida brasileira nos últimos anos, ao menos desde 1995 com a chegada e desfile de Romário no topo de um carro do Corpo de Bombeiros.
Tudo começou com um singelo tweet de um torcedor brasiliense de nome João. A coisa se espalhou. Um falou com outro e o outro falou com o um. Fulano chamou sicrano que levou beltrano. A torcida dos favelados mais arrogantes e dos ricos mais humildes do mundo parou o centro da Cidade Maravilhosa. Centenas, milhares, trilhões aos gritos de “Mengo”. As janelas dos prédios se abriram aos celulares e as TVs pararam a programação normal para transmitir o AeroFla ao vivo e in loco.
Todos os rubro-negros do mundo estavam na entrada do Aeroporto Santos Dumont. A Nação Flamenga – do Oiapoque ao Chuí, como dizem – estava ali, grata de orgulho, na hashtag AeroFla, apenas para desejar ao time uma boa-viagem para São Paulo.
Flamengo sempre eu hei de ser
“Original não é aquele que não imita ninguém, mas sim aquele que ninguém pode imitar”.
Certamente a frase de François Chateaubriand, direcionada para os grandes escritores, define bem os eventos que mencionamos. Sem levantamento de taça e com o orgulho cada vez mais nas alturas em 2016, iniciamos 2017 com aquele pressentimento que o ano será muito feliz dentro dos gramados também. O cheirinho vai continuar e a torcida do Flamengo é inigualável.
Imagem destacada: Foto de Gilvan de Souza / Flamengo
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