O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello participou de programa do Jovem Pan e não escondeu o jogo. Perguntado sobre o racha político dentro do clube e a perseguição que existe com isso, o mandatário explica que o grupo se separou em 2015 após ofensas de Luiz Eduardo Baptista, o ‘Bap’, direcionadas a ele em um grupo de whatsapp.
“Quando foi janeiro de 2015, um dos vices teve uma atitude extremamente mal educada, ofendeu a mim e ao vice-jurídico em um grupo de whatsapp. Não viu outra solução no dia seguinte a não ser sair, pediu demissão. Falo do Bap. Eu tenho tudo isso documentado, os xingamentos por whatsapp, tudo isso está comigo, tenho todos os e-mail’s. Tudo que eu estou falando aqui eu provo”, inicia Bandeira.
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Bandeira diz ainda que Bap queria levar outros quatro dirigentes e formar uma chapa de oposição. Mas antes, tentaram fazer com que ele desistisse da reeleição no Mengão.
“Ele deu uma entrevista dizendo que levaria com ele mais quatro vices, formaria uma chapa e ganharia da gente. Mas os outros ficaram. Foi passando o tempo e minha candidatura foi se fortalecendo. Chegou em agosto, mês que tem para inscrever a chapa, esses quatro mudaram de ideia e formaram chapa com Wallim. Pediram para eu desistir da candidatura e apoiar a dele”, conta o ex-dirigente.
Bandeira não aceitou e ganhou de lavada em uma votação. Apenas os quatro votaram pedindo para que Bandeira de Mello retirasse sua candidatura.
“Não concordo. Sugeri consultar todos os outros. Fizemos uma reunião, foi 12 a 4 para mim. Direito deles democrático, os quatro lançaram a chapa. Mas ficou claro que eu ganharia. Eles não gostaram muito disso. Achavam que iam ganhar, o que não aconteceu. Passaram para a oposição de uma maneira muito mais agressiva e usaram desse argumentos que eu teria descumprido um acordo e seria uma rainha da Inglaterra. Fiquei mais três anos, as feridas não foram curadas e esse racha existe até hoje”, explica.
Eduardo Bandeira de Mello conta início da perseguição política no Flamengo
A atual gestão veio tentando expulsar Bandeira de Mello do quadro de Sócios do clube. Para isso, articulou diversas manobras, segundo o ex-presidente, mentirosas. E que se provaram mentirosas no julgamento dentro do clube. O político conta como isso começou, ainda no fim de seu mandato, envolvendo a venda de Lucas Paquetá para o Milan.
“Eles afirmavam que eu tinha roubado na venda do Lucas Paquetá. Na verdade não usaram essa palavra, mas insinuaram: ‘Você vendeu o Paquetá por um valor muito abaixo da multa. Isso é muito estranho, deve ter alguma coisa esquisita por trás disso’. Teve uma pesquisa aí que mostrou que 99% das vendas de jogadores são abaixo da multa. Acima, como Vinícius Júnior, são exceções. Abriram um processo contra mim, mas foi tão ridículo que nem prosperou”, conta.
Em seguida, Bandeira diz que não quer voltar a comandar o clube.
“Não tenho essa intenção, mas como rubro-negro e como sócio tenho o direito de participar do pleito. Sou Deputado, se eu fosse eleito não conseguiria conciliar. O mandato de Deputado Federal é preciso levar a sério”, diz.
Ex-presidente não torce contra atual gestão
Apesar da perseguição, Bandeira diz não guardar mágoa e afirmar torcer para o Flamengo, comemorando assim os títulos recentes e ignorando quem está na governança do clube.
“Tudo que a gente ganhou, foi ótimo. Eu comemorei. Impossível torcer contra, sou Flamengo. Flamengo é muito mais do que eles. Acho que tiveram coisas interessantes, principalmente a contratação de 2019, algumas deixamos mapeadas, mas outras não. Tiveram coisas boas, temos que aplaudir, mas tem muita coisa que podia estar melhor”, admite.
Ao ser perguntado sobre que coisas seriam essas, Bandeira de Mello tece a crítica para a gestão atual sobre a camaradagem. Ou seja, os amigos ‘desses’ ou ‘daqueles’ entrando para trabalhar no clube.
“O profissionalismo, a impessoalidade. Foram deixados de lado. Em seis anos de mandato, nunca contratei um parente, um amigo. Esse tipo de coisa a gente está vendo no Flamengo, troca de favores. Isso pode explicar algumas coisas erradas que estão acontecendo”, diz, por fim. Confira a entrevista na íntegra:
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