Godinho, VP De Futebol, diz que missão foi cumprida para 2016.
Pois o Flamengo faturou muitos pontos no campeonato brasileiro, bateu recorde. Abraços, brindes e sorrisos no Departamento de Futebol. Meta cumprida. Libertadores quase certa. Basta um empate com o Santos, talvez. Todos animados. Jogadores fizeram seu papel, técnico fez seu papel, auxiliar também. Todo mundo feliz partindo pro amigo-oculto e bônus de fim de ano, para quem é felizardo.
Só que não. Flamengo não é meta de “pontos no campeonato”. O Flamengo deve ser orientado a TÍTULOS. Decisões. Vitórias que levem ao triunfo. E se não está na decisão a torcida tem que ter a convicção que o time, mesmo que limitado na época da disputa, fez de tudo que podia para participar do momento decisivo.
Mas este Flamengo de 2016 não fez nada disso. Este Flamengo de 2016 perdeu de time fuleiro na Copa do Brasil, ignorando ser uma disputa séria. Este Flamengo de 2016, de forma vil, colocou time misto em partida eliminatória contra o Palestino, no qual acabou eliminado em cruel banho tático de treinador de um time de segunda, em cima de nosso técnico ainda inacabado e com muito a aprender em termos de alterações táticas e visão de jogo.
O Flamengo de 2016 virou um time selfie. Um time sem alma. Sem fome de título, de ser campeão, ou triunfar. Na hora decisiva do campeonato brasileiro, murchou junto com o que faltava de qualidade da armação tática do técnico iniciante.
Mas a diretoria aprovou. A Diretoria aprova que o símbolo deste Flamengo aguado, o jogador Márcio Araújo, odiado por 99 entre 100 torcedores dos clubes pelos quais passou, tenha o contrato renovado e talvez aumentado, para ficar mais 1 ou 2 anos no clube. Um sujeito que abandona a linha defensiva por total falta de consciência tática, sendo diretamente responsável pelo gol que tirou nossa chance matemática de título este ano. Disputar título deve cansar para ele.
Enfim, vejo com enorme preocupação um Flamengo aguado e blasé adentrar de novo em 2017. A torcida espera mais desta gestão, que está entregando sim, uma ótima estrutura de centro de treinamento, um plano de uso de estádio para jogos locais, processos médicos e fisiológicos consolidados.
Faz um belo serviço administrativo mas péssimo competitivo.
A ponto de entregar seu planejamento tático e de elenco a um iniciante ainda em formação, com deficiências sérias em visão de jogo, variação de esquema tático, substituições e escalação, junto a um auxiliar, que, como técnico, foi preterido por todos os demais clubes brasileiros. Me parece uma deficiência grave do Departamento de Futebol e, porque não, dos dirigentes amadores este desprezo pela disputa de títulos pelo Flamengo a ponto de permitir escalações de times mistos e discursos de jogadores comemorando eliminações.
Flamengo hoje é uma mãe para jogador. Paga bem e não cobra empenho e raça.
Tá na hora de mudar. Flamengo é raça. Seu oxigênio é vencer. É disputar na marra o que lhe vem pela frente. Não é a postura acomodada. E isto tem que vir de cima e permear todo o Departamento de Futebol. Acordem. Esta gestão corre o sério risco de “fazer a cama” para outros deitarem.
Flávio H. Souza
Twitter: @PedradaRN
Imagem destacada: Foto: Agência Coritiba
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