O que os dirigentes do Flamengo fizeram com sua torcida no domingo foi uma das maiores ações de comédia dos últimos anos
Blog Resenha Rubro-Negra | Por Ricardo Moura – Twitter: @ricardomouraCRF
Dizem que o verdadeiro malandro é o gato, que já nasce de bigode. Não sei se bigode é um sinal de malandragem. Talvez não em 2020.
Bigode está meio fora de moda. Tipo calça big e regata com capuz, essa peça que não faz nenhum sentido. Tem quem ainda use, mas já deu. O tempo passou.
Fiz essa ressalva maluca, uma linha entre bigode, calça larga e o pior modelo de camisa regata para dizer que fazer o torcedor de gado já deu, não rola mais.
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Vamos lá, o que os dirigentes do Flamengo fizeram com sua torcida no domingo foi uma das maiores ações de comédia dos últimos anos.
Se a vida real imitasse algum seriado, daria para mandar na lata a épica frase de Rui, em Os Normais, um sonoro “PATA QUE PAREU.
No sábado, os influencers, anunciaram, como Deuses do Olimpo, que o jogo seria transmitido em uma plataforma com nome pra lá de estranho e com o valor de R$ 10. Tudo pelo Flamengo!
No mesmo momento a trupe de influencers agiu mais rápido do que Bruno Henrique e disparou seu arsenal de elogios e textos prontos. Chegaram a dizer que R$ 10 não é dinheiro.
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Veja você, o Brasil, onde uma turma enorme tá se matando pra viver com um auxílio emergencial de R$ 600,00 para sustentar uma família, ainda tem que faça fama na internet dizendo que R$ 10 é dinheiro miserável. Canta aí Cazuza, que país é esse?!
Bom, voltando para jogo. Depois de descobrirem que a tal plataforma tava mais por fora do que o ataque do Flumifogo da Gama, em um ato de benevolência e caridade, os tambores tocaram e os influencers anunciaram que a peleja teria sinal aberto no youtobaaaa.
Sim, tivemos jogo grátis. A gente anda tão lascado que estamos comemorando até algo que sempre foi de graça. Veja você. O Flamengo jogar e não ter que sair alguns reais do bolso teve o mesmo sentimento causado pelo segundo gol do Gabigol, em Lima. Novos tempos.
Falei muito e não disse nada, mas calma, vou concluir.
Primeiro que toda essa comunicação do jogo, desde o preço até o favor de não cobrarem foi comunicado por pessoas, com CPF, e sem nenhum vínculo com o Flamengo, pelo menos não oficial. Cadê a diretoria?
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Segundo, R$ 10 é dinheiro pra dedeu. Com essa nota tu compra leite, ovo e ainda arruma uns legumes pra completar as vitaminas e fazer a festa das vegetarianos.
Terceiro, a vida vai ensinar vocês, mas vou tirar meu tempo para dar uma aula de comércio. Um dos grandes segredos dos prestadores de serviço é cobrar algo que não se cobra e depois entregar ele gratuitamente. Sacou? Eu nunca cobrei o ponto adicional. Do nada resolvo falar que vou cobrar. Passa um mês faço uma promoção não cobrando mais. Tá ligado que tu foi feito de otario, né?!
O quarto e talvez o ponto mais importante é: Landim, vai cobrar da tua mãe pra ver o jogo. O Flamengo é do povo. Se a emissora quer pagar pro Flamengo e cobrar da gente, aceito. Meu credor será a Globo. Agora tu me transformar em gado, me fazer pagar boleto pra ver o Flamengo jogar, na televisão?
O quinto ponto deste longo texto sai da polêmica e vai para o assunto fácil. Nosso Flamengo joga o fino da bola e merece ser visto por todo o universo.
Ando meio paranoico com documentários de extraterrestre, comecei a achar que eles estão chegando aqui na terra. Se parar pra pensar, faz sentido. Até os carinhas do espaço querem ver o Flamengo, mas sem bigode e calça big, por favor.
Ricardo Moura é jornalista, pagou os R$ 10 e acabou vendo o jogo de graça.
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