Candidato de Capitão Léo se vê como única opção ‘fora da caixinha’ no Flamengo

As eleições do Flamengo ganharam um novo candidato à presidência nas últimas semanas: o advogado Pedro Paulo, apoiado pelo polêmico e controverso Capitão Leo. Candidatura que pegou muitos de surpresa. Em entrevista ao MRN, o candidato e membro do grupo Movimento Tradição e Juventude do Flamengo se classificou como único capaz de acabar com a elitização que se criou no clube.

Pedro Paulo afirmou que o fato de ser o único grupo com pensamento “fora da caixinha” o fazem acredita que tem boas chances de ser eleito presidente. E ao falar sobre seus concorrentes, Dunshee, Bap, MGM e Wallim Vasconcellos, afirmou que eles possuem o mesmo discurso e isso ficará claro com passar do tempo.

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“Muito boas (chances de ser eleito). Somos a única que tem um discurso fora da caixinha governista”, disse, antes de falar sobre candidatos: “Esses nomes que você cita são de autoria de um mesmo discurso. Nós vamos ver a causa disso. São mais do mesmo. Um relatório do tal ‘profissionalismo’ que já tem há muito tempo. Está mais parecendo um cartório de registros de emprego.”

Contudo, antes de pensar em seu plano de governo e como superar os outros candidatos, esses que já fazem campanhas com sócios apoiadores e iniciam comunicação com a torcida, Pedro Paulo precisa se preocupar com as assinaturas necessárias para poder inscrever sua chapa.

Assinaturas para formar chapa

Isso porque uma chapa precisa reunir no mínimo 80 assinaturas de sócios “não proprietários” (patrimonial, contribuinte ou Off-Rio). No entanto, há poucos associados nesses planos que ainda não se comprometeram e o clube não pode divulgar os dados dessas pessoas, o que dificulta o contato.

Mas Pedro Paulo lembra que faz parte de grupo, conhecido principalmente como Fla Tradição, que já participou de diferentes eleições. Ele reconhece o desafio e tem confiança que conseguirá as assinaturas necessárias, sem deixar de cobrar também que a comissão eleitoral haja com “bom senso” e ajuste prazos para se justa com todas as chapas, se necessário.

“É bom lembrar que já participamos de várias eleições, ou com chapa própria ou em coligações. Temos um grupo que nos dá uma base, mas é claro e óbvio que precisamos avançar e procurar outros grupos ou suas subdivisões. Vai ser um desafio o mês de setembro, mas o rigor da comissão eleitoral, se houver, tem que ser para todos.”

“A Lei Geral de Proteção aos Dados dificulta o contato com os associados do interior do estado. Somos unidos com moradores da Baixada, Niterói e São Gonçalo. Esses não frequentam muito o clube, o que aumente nosso desafio na busca ativa das assinaturas. Tenho certeza que a comissão eleitoral vai ser justa com todas as chapas e agir com bom senso. Sabendo ajustar os prazos em função da lei, evitando ajuizamentos e sem prejudicar nenhuma chapa”, finalizou.

A inscrição oficial das chapas para as eleições para presidente do Flamengo acontece entre os dias 10 e 30 de setembro. Ou seja, o grupo tem no máximo 49 dias restantes para reunir as assinaturas. A eleição será no dia 9 de dezembro, uma segunda feira.

Relação com Capitão Leo

A candidatura de Pedro Paulo pegou alguns torcedores e sócios do clube de surpresa, principalmente por ter Capitão Léo como padrinho. Ex-dirigente que ficou marcado negativamente pela primeira vez em 2010, quando ocupou cargo de presidente do Conselho Fiscal.

Ele fez acusações sobre Zico, então diretor de Futebol, aparelhar a base do clube para favorecer o Clube de Futebol Zico. Polêmica que ocasionou saída do ídolo e desejo de nunca mais trabalhar na diretoria do clube.

Mas Pedro Paulo valoriza o relacionamento com o ex-dirigente rubro-negro, que começou quando ajudou o clube a conseguir dinheiro dos direitos de TV em 2001. Foi Capitão Leo, aliás, que avisou que seu grupo lançaria um candidato próprio e adotou o discurso de ser única oposição pela primeira vez.

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“É longa, desde 2001, quando ele o Betinho me convidaram a ir na FERJ para liberar recursos dos direitos de TV. Foi minha primeira experiência no meio esportivo e dali em diante fui participando das reuniões. Por sorte e competência da época, vencemos o tricampeonato com gol do Pet. O Movimento Tradição e Juventude do Flamengo é um grupo de mais de 20 anos, que tinha o nome de AFLA (Amigos do Flamengo) e depois, em 13 de maio de 2013, adotou o atual nome. Temos o benemérito Siro Darlan como secretário geral e como presidente de honra do grande benemérito Walter Oaquim.”

“Estamos fazendo acenos para alguns grupos com viés popular. O Flamengo está muito elitizado, logo temos que procurar nos aproximar de grupos com pessoas ou que já foram no nosso movimento, ou associados novos que não estejam elitizados no seu modo de pensar.”

Lançando candidato para presidente, Capitão Leo está suspenso do quadro social do Flamengo desde 2015 por ter acumulado duas suspensões em menos de um ano. Uma por ofensa a Bap e agressão a outro sócio em reunião do Conselho Deliberativo.

Pedro Paulo pretende levar candidatura até o fim

Diante de todos esses cenários e dificuldades para concorrer à presidência, o questionamento a Pedro Paulo é se ele pretende manter sua candidatura até o fim. Ele garante que sim e cita possibilidade de coligação, mas precisaria encontrar alguém disposto a abraçar seu discurso para ser o novo presidente do Flamengo.

“A meta é essa. Existem prazos que valem para todos. Tem outros candidatos que podem coligar. Já temos os pré-candidatos majoritários, vice, assembleia geral e seu vice). Mas podemos negociar com esses grupos até a data da homologação. Já tenho grande parte dos titulares do conselho de administração, que não são muitos. São 48, mas não temos suplentes ainda. Podemos mesclar. O problema é convencer as demais chapas para uma possível união em torno do nosso projeto, que é, repito, o único com viés popular que visa proteger e valorizar o sócio proprietário. Mas quer quer paz se prepara para a guerra. Estamos prontos para todas as opções.”