Todo atleta de futebol deve encarar um jogo com o máximo respeito e seriedade.
Claro que há os jogos pequenos e os jogos grandes dentro de uma temporada.
Entretanto, nenhum time teria a oportunidade de jogar grandes decisões sem passar pelos tais jogos pequenos.
Daí tiramos a velha máxima do futebol: todo jogo é importante e todo adversário deve ser respeitado.
O Internacional está na zona de rebaixamento e passa por um dos piores momentos da sua história.
O futebol do Colorado está perdido no fundo de um poço nos pampas gaúchos.
A raça e força, somados ao fator campo e torcida, serão, sem sombra de dúvidas, as armas do nosso adversário neste domingo.
E com que armas cada um de vocês vai lutar? Não serei eu aqui, do alto da minha arrogância letrada, que tomará para si a labuta desta resposta.
Muito menos explicarei o momento único que o futebol proporcionou pra vocês.
Que ser campeão pelo Flamengo é especial? Disso vocês sabem, oras bolas!
Que vencer um Campeonato Brasileiro é a chave para entrar na história do futebol? Qualquer fraldinha está cansado de saber, certo?
Não é preciso explicar o óbvio. Muito menos para um dos elencos mais inteligentes que o Flamengo montou nas últimas décadas.
Quero mesmo é levá-los a refletir sobre os motivos da torcida lotar aeroportos e estádios recentemente.
Exatamente por que ela faz isso? Será mesmo que a luta pelo título é uma explicação correta?
Acho-a muito simplista.
A falta do Maracanã? Poderia ser uma explicação lógica se as manifestações não ocorressem também em São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso, Amazonas…
E o histórico horrível da temporada?
O ano de 2016 começou com a Primeira Liga. Fomos eliminados.
Veio o Carioca. Pessimamente jogado e batido por um time da segunda divisão.
A Copa do Brasil chegou e com ela a mancha de ser a pior de nossa história. Fomos excluídos por um time da terceira divisão.
A Copa Sul-Americana veio como um prêmio a este vexame terceiro do ano. E vocês conseguiram perder em casa para um time chileno sem nenhuma tradição e em crise.
Todo torcedor do mundo deixaria de louvar seu time da forma como está louvando.
Mesmo com a ótima campanha na competição mais importante desta mesma temporada.
Mesmo sem jogar na sua casa histórica. Em sua cidade-sede.
Há algo escondido no éter desses dias de carnaval vermelho e preto pelas cidades, pelos aeroportos, pelas ruas.
Aos milhares os torcedores dizem que estarão felizes ao final deste ano.
Com ou sem título.
Com…
ou…
sem título!
Percebo o brilho nos olhos de homens, mulheres e crianças, cada vez que elas falam sobre o Flamengo comigo.
Repito a pergunta: a torcida lota aeroportos e estádios alucinada por vocês exatamente por quê?
É agora que desvelo minha teoria transcendental sem medo de estar errado.
O que vocês fizeram foi simplesmente resgatar a confiança do torcedor flamengo.
Essa torcida, que enche estádios e aeroportos, passou a confiar em vocês.
Quem confia SEGUE.
Vocês estão trabalhando duro e isso que importa para estes mais de 40 milhões de rubro-negros.
Se o hepta virá ou não, quem pode saber?
Afinal, escrevo esta carta apenas com o intuito de agradecê-los por estabelecerem essa relação de confiança entre meu time e minha torcida.
Antes de encerrar esta missiva, porém, gostaria de pedir-lhes um pouca mais de atenção para uma curta e verdadeira história de guerra.
Um homem e seus comparsas conseguiram convencer seu povo desesperado pela miséria e fome a entrar em guerra com o mundo.
Ele tomou todo dinheiro de uma parcela da população do país dizendo que estes não eram da raça escolhida.
E por anos este país se esforçou para construir um grande poder militar.
Quando sentiu-se forte suficiente, invadiu e tomou um de seus países vizinhos e ficou ainda mais poderoso com a riqueza deste.
E depois invadiu e tomou outro.
E mais outro.
E muitos outros seguiram sendo invadidos, pilhados e sofrendo diversos tipos de atrocidades.
Em pouco tempo quase todo o continente estava dominado por esta nova força preconceituosa, cruel e assassina.
Uma grande e poderosa ilha é agora seu próximo alvo.
A desgarrada terra possui a melhor marinha de guerra do mundo. O inimigo escolhe os ares. E ataca com impiedosa facilidade.
Dia após dia a capital e diversas grandes cidades foram atacadas pelos céus.
Quando tudo parecia perdido o rei chamou um grande homem para assumir o Gabinete de Guerra e salvar o reino.
E foi o seu discurso de posse que mudou o destino daquela terrível guerra:
“Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor. Temos perante nós uma dura provação. Perguntam-me qual é o nosso objetivo? Posso responder com uma só palavra: Vitória – vitória a todo o custo, vitória a despeito de todo o terror, vitória por mais longo e difícil que possa ser o caminho que a ela nos conduz”
Guerra é guerra. Futebol é futebol.
Jogos, os pequenos ou os chamados grandes, pretensamente são vencidos pelo melhor.
Campeonatos difíceis, como o Brasileiro deste ano, apenas serão vencidos por quem derramar mais sangue, sofrimento, lágrimas e suor.
Bom jogo para todos nós.
Diogo Almeida (Twitter: @didazico)
Foto: Arte sobre foto de Gilvan de Souza.
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