Nos próximos anos o Flamengo terá grandes desafios pela frente. O #DesafioDasChapas foi o método encontrado pelo Mundo Rubro Negro de contribuir para o debate produtivo de ideias para o próximo triênio rubro-negro. Os candidatos responderão 20 perguntas semanais, perfazendo um total de 80 indagações durante o período de quatro semanas. Este primeiro bloco tem foco nas áreas de Finanças, Marketing, Recursos Humanos e Comunicação.
A Chapa Azul representa a situação com Eduardo Bandeira de Mello tentando a reeleição ; Wallim Vasconcellos, ex-Vice-Presidente de Futebol e de Patrimônio da atual gestão se tornou opositor de Bandeira e representa a Chapa Verde; e Cacau Cotta, ex-Vice-Presidente do FlaGávea e de Administração da Gestão Patrícia Amorim (2010-2012) é o candidato da Chapa Branca.
O nosso objetivo com os questionamentos abaixo é criar condições para que os candidatos apresentem seus planos de governo. As perguntas foram confeccionados com pouca margem para argumentações pretéritas. As decisões anteriores à posse do próximo mandatário, erradas ou acertadas, devem ser encaradas pelo Presidente da Nação Rubro Negra como desafios e oportunidades. É consenso no MRN ser um desperdício extremamente decepcionante — decerto cruel –, infrigir à Nação um período eleitoral baseado em acusações, verborragias com repetições de clichês elevados pela hexa potência e demais artíficios publicitários baratos. Quando poderíamos apenas ter, elegantemente, candidatos apresentando seus planos de governo.
Para entender as regras do #DesafioDasChapas clique aqui →
Boa leitura aos sócios aptos a votarem no dia sete de dezembro e a todos os rubro-negros espalhados pelo Brasil.
DESAFIO DAS CHAPAS – PRIMEIRO BLOCO
O Portal Mundo Rubro Negro disponibiliza este questionário para todas as Chapas.
Tema Geral deste Bloco: Administração
Observações:
¹Nas respostas obedecemos a ordem alfabética, assim a primeira Chapa a responder é a Azul, seguida pela Branca e por fim a Verde.
²As respostas foram reproduzidas exatamente como as Chapas as enviaram.
– Finanças/Marketing/RH/Comunicação
Tendo em vista a crise na qual o país se encontra e a perspectiva de agravamento desta, o que a Chapa planeja para manter e até aumentar o valor arrecadado com patrocínios?
O ponto mais importante é a percepção de valor entregue pelo Flamengo aos nossos patrocinadores e parceiros, e essa percepção é muito positiva. Hoje, a estrutura do Marketing do Flamengo é a que melhor atende as empresas parceiras (dito por todos nossos patrocinadores). Com isso, temos uma sinalização positiva em termos de renovações. Estamos trabalhando na extensão dos atuais contratos que são justamente revistos no final dos anos – quando ocorrem essas decisões estratégicas nas empresas. Temos contato constante com alternativas que substituam algum dos atuais patrocínios, caso algum não possa.
A primeira iniciativa é planejar o futebol, no sentido de montar uma equipe vencedora. A marca Flamengo é muito valiosa mercadologicamente por si só. O ano de 2016 será ainda um ano difícil por conta da crise econômica global, especialmente a nossa. A maioria dos contratos de patrocínio do Flamengo está prestes a terminar. Vamos lutar pela renovação, naturalmente. Mas precisamos ser criativos, de forma a criar atrativos para que os investidores se sintam recompensados em investir no clube. Vamos ao mercado em busca dos parceiros. Já temos um investidor, de Dubai, que já manifestou interesse em associar o seu produto ao Flamengo. Estamos conversando, e em breve teremos o escopo de um projeto capaz de viabilizar esse acordo, que tenho plena convicção, será bom para ambos os lados.
Antes de mais nada, gostaríamos de lembrar que um dos líderes da nossa Chapa Verde é o Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente da Sky, que, em pouco mais de dois anos na vice-presidência de Marketing, fez o faturamento do Flamengo crescer mais de 80%, transformando o clube na maior receita do país. Será ele um dos pilares deste trabalho para 2016. Quanto ao processo de patrocínio em si, vemos o trabalho como um tripé: planejamento bem feito, bom produto e ótimo relacionamento. Não adianta ter apenas parte disto. Tem que saber planejar as ações de marketing para encantar o patrocinador. Tem que ter um produto forte e com credibilidade. Tem que ter conhecimento e contatos de alto nível no mercado. No nosso caso, além de termos no nosso grupo renomados profissionais que são craques em desenvolver ações de marketing, temos nomes de mercado que emprestam a credibilidade administrativa ao clube, o que garante ao patrocinador a seriedade da marca Flamengo. Quanto aos contatos, talvez este seja o mais forte ativo que a Chapa Verde vai emprestar ao clube. Numa época difícil como esta, com as verbas de patrocínio muito limitadas, se você não tiver um grupo com relacionamento no mercado, fica muito mais difícil conseguir captar. Você investe onde você conhece. Nosso grupo tem mais de 30 empresários de renome ajudando ao Flamengo. Temos certeza de que isto vai fazer toda a diferença para manter os patrocínios e trazer outros.
Qual a perspectiva de orçamento para o próximo ano e como analisa o impacto da adesão ao “ProFut”?
O orçamento, para o ano de 2016, apresenta duas boas notícias para o Flamengo. A primeira é o aumento das receitas de TV referente a transmissão do campeonato brasileiro de R$ 110 milhões para R$ 170 milhões. A outra boa notícia é a adesão do Flamengo ao Profut, projeto que teve como “patrocinador” o nosso presidente Eduardo Bandeira de Mello, e que vai aliviar o nosso parcelamento fiscal a partir de outubro deste ano em aproximadamente R$ 1 milhão líquidos por mês. Além do ganho financeiro neste primeiro momento, o Profut traz o equacionamento definitivo de aproximadamente 50% da dívida do Flamengo, o que significa a tão sonhada previsibilidade para o fluxo de caixa rubro-negro.
Ainda assim, estamos prontos para gerir o clube em diferentes cenários. Temos um plano para cada tipo de contingência. Mas, com base nos contratos já firmados temos certeza que os próximos anos serão melhores que os recentes, podem ser até muito melhores e para isso que estamos trabalhando.
O ProFut era uma iniciativa esperada por todos os clubes brasileiros. Existem os mais e os menos endividados. E o Flamengo tem de lutar para manter sua base financeira sólida, sem se descuidar no investimento a médio e longo prazos, para mentar um time competitivo. Com a nova Lei de Responsabilidade Fiscal, recém aprovada pelo Congresso Nacional, o gestor dos clubes responderá pelos seus atos à frente da instituição, além de arcar com os seus bens, no caso de malversação dos recursos. Austeridade financeira não é mais bandeira de ninguém, é lei. O ProFut é importante porque garante às agremiações condições mínimas para sobreviveram em meio ao cenário de instabilidade econômica no qual vivemos.
A aprovação do Profut, apesar de positiva para auxiliar na equação dos problemas com o pagamento de impostos atrasados, fará com que os clubes tenham que adotar uma rigorosa disciplina no uso de seus recursos para a realização de custos operacionais e investimentos. Dentro desse conceito de responsabilidade financeira e de aprimoramento de gestão, o Flamengo, então sob nosso comando administrativo/financeiro, iniciou em 2013 um programa de ajustes que nos possibilitou equacionar dívidas antigas e pagar despesas correntes em dia. É hora de profissionalizar ainda mais a gestão. O valor do orçamento ainda será discutido, mas é certo que será cumprido.
Com a fiscalização da meia-entrada nos estádios já houve redução significativa na venda de meias. Há perspectiva de reduzir o preço dos ingressos? Se sim, em que condições? Qual será a política de preço de ingressos em sua administração?
Os preços já estão num patamar que atende a demanda da maioria dos torcedores. Com o benefício do sócio-torcedor, os bilhetes saem por 25/30 reais sem contar os casos de meia-entrada. Os custos de operação do estádio, e o nível de competitividade que queremos para o nosso time demandam um valor mínimo dos ingressos. Quando comparamos com times de São Paulo, o ingresso no Maracanã chega a ser 1/3 ou, até, ¼ do valor.
A redução do preço dos ingressos é uma prioridade em nossa gestão. Não podemos cobrar ingressos a 10% do valor do salário mínimo. Temos que criar condições para que o torcedor do Flamengo menos afortunado possa voltar a frequentar os estádios. O modelo que vigora hoje em dia exclui os torcedores que compõem as camadas mais populares da torcida. E o Flamengo sempre foi um clube popular, com 40 milhões de rubro-negros. Não podemos abrir mão do torcedor rubro-negro, seja ele de que extrato social for. Penso que podemos criar espaços no Maracanã, com a redução de 60% das cadeiras do setor Leste e 20% das cadeiras localizadas nos setores Norte e Sul, e cobrar ingressos mais baratos ali, com preços a R$ 25. Na Alemanha e em outros países europeus funciona assim. O torcedor que prefere assistir ao jogo em pé, paga um preço mais em conta. Não vamos acabar com as chamadas áreas VIPs. Quem pode pagar mais, vai continuar a frequentar o estádio, não vai deixar de fazê-lo.
Há uma série de ações possíveis para reduzir o preço dos ingressos. O problema é que muitas dependem do Governo, da Federação, do Consórcio, do Gepe. O controle da meia-entrada, a redução dos custos dos estádios, a diminuição das taxas da Ferj (as maiores do Brasil), um novo arranjo arquitetônico do Maracanã – com a abertura de uma área mais popular – e outras ações fariam com que o clube pudesse receber mais e baratear os valores cobrados pelos ingressos. Temos um amplo estudo sobre isto e negociaremos com os demais envolvidos assim que assumirmos a administração.
Como a chapa enxerga a forma com que as finanças do Flamengo são administradas atualmente? Pretende realizar alguma mudança?
O caminho de se tornar um clube-cidadão, em nossa opinião, é sem volta. O clube vê, hoje, uma série de transformações em nossa sede e em nossos Esportes Olímpicos: tudo foi viabilizado pela obtenção e manutenção das Certidões Negativas de Débito. Ser um clube-cidadão, que honr as suas obrigações e tenha credibilidade no mercado é uma premissa básica do Flamengo atual é que será mantido no próximo triênio. Responsabilidade fiscal e respeito ao orçamento são outros pilares da pasta de Finanças.
O nosso compromisso é dar continuidade ao que estamos fazendo hoje. Visando a redução do endividamento e pautada tanto na responsabilidade, quanto na transparência. Este trabalho inclusive vem sendo reconhecido e premiado, tanto que o Flamengo recebeu, por dois anos consecutivos, o prêmio BrSM – que reconhece as melhores práticas esportivas no quesito Transparência Financeira. A nossa meta para o próximo triênio é incrementar os nossos controles internos e ser auditado por uma das quatro maiores auditorias de renome internacional.
Precisamos primeiramente dar transparência às finanças do clube. Temos que abrir essa caixa preta de uma vez por todas. Foi criado uma espécie de mantra de que a atual diretoria implementou a austeridade financeira, e vem pagando todos os débitos. Todo mundo ouve isso sem contestar. O clube tem trocado a sua dívida com impostos e multas pela dívida com os bancos privados. Qual o sentido disso? Vale a pena? O clube tem trocado sua dívida pública pela privada. Só em setembro foram dois empréstimos para auxiliar no pagamento da folha do futebol. Por isso defendo uma maior transparência quando o assunto são os números do Flamengo. Já ouvi muita coisa nesse período eleitoral e até mesmo antes dele. Falam que a atual gestão encontrou uma dívida de R$ 750 milhões. Se me comprovarem isso com uma auditoria externa de reconhecida competência e, acima de tudo isenta, eu rasgo o meu título de sócio proprietário e retiro minha candidatura à presidência. Não podemos recorrer às inverdades, falácias, para criar um discurso político para se eternizar no poder. Quero ver os números reais, as condições dos contratos celebrados, os prazos, os acordos com os patrocinadores e prestadores de serviço.
Os integrantes da Chapa Verde foram os principais responsáveis pela política de austeridade, transparência e por reduzir a dívida do Flamengo nos últimos anos. Para os próximos três anos, vamos manter o cumprimento das obrigações fiscais, respeitando o orçamento previsto.
Quanto a contratação/dispensa de funcionários e terceirizados, qual será a política de RH implementada pela Chapa? Irá rever/readequar o atual quadro de funcionários/terceirizados para o próximo triênio? Considera a folha salarial adequada?
Pretendemos melhorar a política de contratação de profissionais, informar aos nossos sócios como se dará esse processo e abrir em nosso site espaço para anúncio de oportunidades.
Quanto ao quadro de funcionários, ainda temos muitos setores que ainda não se encontram no quantitativo ideal. O esforço da austeridade financeira teve impacto no clube inteiro, o que por um lado é bom, pois tivemos que aproveitar da melhor forma possível os recursos escassos, contudo, conforme a dívida cair e o Fluxo de Caixa se tornar mais gerenciável poderemos investir mais no fortalecimento das equipes e treinamento em todas as áreas.
Consideramos que ainda há espaço para valorização de nosso corpo funcional, mas preferimos que isso se dê por meio de remuneração variável maior nos casos em que atingirmos metas pré-definidas.
Quanto aos terceirizados, entendemos que o Flamengo não é nem deve ser especialista em todos os serviços necessários para a manutenção do clube, por exemplo. Terceirizar é algo que boa parte das empresas e clubes faz, não vemos isso como um problema.
Se o serviço é bem prestado permanece, se não for, vamos encaminhar o contrato para análise do jurídico do clube. A nossa política de RH prega não realizar perseguições a ninguém. O bom colaborador fica, o mal sai.
Quando entramos no clube, há dois anos e meio, encontramos uma situação de controle muito complicada. Poucos dados, vários problemas judiciais e nenhuma política firmada para a área. Muito foi feito no período em que estivemos no controle do clube (até junho deste ano). De qualquer forma, ainda é uma área que precisa ser mais bem trabalhada – já que não se chegou ainda a um perfeito andamento. Isto será feito caso sejamos eleitos. Como nos últimos três meses – depois que saímos – temos visto que a atual administração tem feito movimentos diferentes da política que havíamos implantado no clube, não sabemos mais hoje o que encontraremos em janeiro. Sendo assim, não podemos afirmar se a folha salarial está ou não adequada. Infelizmente, acreditamos que vamos precisar novamente usar a experiência que temos para recolocar o clube no caminho certo.
Há a intenção de promover cursos de aperfeiçoamento para melhorar a capacitação dos profissionais atuais?
Sim, sem dúvidas. Infelizmente, não conseguimos avançar tanto quanto gostaríamos nesse quesito durante os primeiros três anos. Investir em capacitação dos profissionais e melhorar os processos de contratações de novos funcionários é algo que prezamos muito, mas em que o Flamengo ainda precisa evoluir bastante.
No que diz respeito a Recursos Humanos pretendemos elaborar um plano de cargos e salários, incentivar a produtividade com participação nos resultados e desenvolver programa de treinamento.
Já fizemos isso anteriormente, quando exerci o cargo de vice de Administração do Flamengo. Na minha gestão, o funcionário recebeu uniformes, foi identificado através de crachá, e o ponto de frequência passou a ser biométrico. Exemplos de melhorias implementadas na nossa gestãopara o colaborador. Isso nunca existiu antes no CRF.
Sem dúvida que este é um dos trabalhos importantes a serem feitos. Na administração de nossas empresas, fazemos isto com constância, já que temos que acompanhar e atender as demandas dos nossos consumidores (no caso do Flamengo, nossos sócios). Temos um quadro de funcionários que deve ser prestigiado e investido nele. Todos irão ganhar com isto: sócios, funcionários e administração.
Que mudanças ou aprimoramento a Chapa pretende em relação à comunicação interna e à comunicação externa com meios de comunicação, web site e mídias sociais?
A chegada do Antonio Tabet para a Vice-Presidência de Comunicação foi uma demonstração do nosso interesse em inovar no relacionamento com nossos torcedores, associados e parceiros. O foco em mídias digitais é grande, e pretendemos que o Flamengo se modernize, sem deixar de atender as necessidades dos nossos torcedores convencionais.
Quem acompanha nossos meios de comunicação já percebeu algumas mudanças na forma como utilizamos essas ferramentas. Nosso objetivo é reforçar e valorizar esses canais, focando em conteúdo ágil e moderno. Além disso, vamos implementar importantes mudanças de formato e abordagem na TV FLA e incrementar nossas ferramentas digitais – em especial, os perfis de Facebook e Youtube, em processos já iniciados de conversa através do Tabet.
O presidente do Flamengo não pode fugir nos momentos que tiver de enfrentar as adversidades, sejam elas esportiva, financeira ou patrimonial. Muito menos deixar de divulgar suas realizações pelo bem do clube. Nossa comunicação institucional será direta e próxima do nosso torcedor, que é o nosso maior bem.
É interessante ver a mudança que o Flamengo passou na área de comunicação entre janeiro de 2013 a julho de 2015. Com um orçamento modestíssimo – somente quatro profissionais (sendo apenas um sênior) – e uma enorme carga de demandas, conseguimos fazer um trabalho que colocou o Flamengo como exemplo de clube cidadão, transparente e com relações claras com os sócios e a imprensa (sem privilégios ou informações exclusivas para um ou outro jornalista amigo). Pegamos uma participação no Facebook com menos de três milhões de seguidores para colocá-la com mais de dez milhões (chegando a ser o primeiro lugar entre os clubes do Brasil), entramos em novas redes sociais, criamos o nosso Cadastro Rubro Negro próprio com mais de 700.000 apaixonados, reformulamos o site, refizemos contratos importantes como a TV Fla, a Rádio Fla, o acordo com o Esporte Interativo, entre muitas outras. Para o próximo triênio, nossa chapa já definiu que a comunicação e o marketing serão prioritários. Vamos aproveitar o conhecimento dos grandes dirigentes de empresas que estão com a nossa Chapa Verde (rubro-negros do Facebook, do Esporte Interativo, do Google, da Artplan/Roberto Medina, entre outros) para ampliar e investir mais neste trabalho. Sem dúvida a comunicação com o mercado e os sócios será uma das prioridades da nossa gestão.
– Patrimônio
Há um plano real, com investidores, planos de arrecadação de verba específica e orçamento previsto, para a construção do estádio ou este é apenas um desejo que ainda está aguardando uma conjuntura favorável?
Não queremos iludir nem sócios, nem torcedores. Nossa prioridade é melhorar as condições para utilização do Maracanã, que é a verdadeira casa do Flamengo. Entendemos que o negócio, como se colocou após a reforma, não tem sido bom nem para o Flamengo, nem para o Consórcio que administra o Estádio, nem para a sociedade. O ideal seria alguma forma de co-gestão do Maracanã, que atenda aos nossos interesses. Caso isso não seja possível, uma alternativa precisa ser avaliada com calma e serenidade, pois não adianta ter um estádio em local ou condições que a torcida não goste ou que “não se pague”.
Sim. Penso que a construção do Urubuzão é prioridade para o clube. Além de gerar novas receitas. Estamos conversando com representantes das prefeituras da Baixada Fluminense na busca de um terreno de fácil acesso e próximo à Dutra. Temos ainda a opção de conseguir um estádio na Zona Portuária. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, já ajudou alguns coirmãos, e penso que a intervenção dele nesse sentido pode nos ajudar e muito para acharmos o local ideal. Trata-se de uma área agora revitalizada e que ainda conserva alguns terrenos. Tenho conversado com arquitetos e alguns representantes da construção civil, e em breve teremos novidades nesse sentido. Ja tenho o projeto, o local e o agente financiador. Isso não é discurso de campanha, é projeto real. Estou extremamente motivado e otimista. Podemos nos valer da experiência usada na construção dos equipamentos recém construídos no país para a Copa. O estádio do Corinthians me agrada muito. Quero conhecer o projeto de perto, conversar com as pessoas responsáveis pela obra, enfim. Defendo ainda a realização de obras de ampliação e recuperação das arquibancadas do estádio José Bastos Padilha, na Gávea. Quero realizar lá os jogos de menor apelo. O Flamengo tem que parar de pagar aluguel e partir para a construção do seu próprio estádio, criando uma identidade maior com a sua torcida.
Quero reviver a mística dos jogos na Gávea. Tudo com a devida autorização das autoridades governamentais. Hoje, a velha arquibancada da Gávea está deteriorada, desgastada. Tenho conversado com empresários do setor, e vou prosseguir com essa ideia. Ou o Flamengo transforma o Maracanã, resguardando a sua essência popular, ou o Maracanã fica distante. Do jeito que é hoje, é inadministrável.
Imaginamos três opções. A primeira, na Gávea, vai depender da mobilização com o Governo e a sociedade. Nossa ideia é dar entrada no projeto de ampliação do atual estádio para algo ao redor de 25 mil pessoas. Com o metrô na porta, o foco no esporte e o tamanho reduzido do estádio, esta opção nos parece bem viável. A segunda é o Maracanã, que hoje se encontra cedido ao Consórcio. Primeiro, o Consórcio teria de devolver o Maracanã, sem este acerto, nada pode ser cogitado. E a terceira opção é achar um terreno. Neste ponto, diferentemente do que diz o Bandeira, não acreditamos que tenha que ser em lugar mais distante. Tem que ser em lugar central, para atender a toda a torcida do Flamengo. Esta seria a melhor opção. Se conseguirmos um terreno com os Estado ou a Prefeitura, podemos levantar um estádio para 45 mil pessoas. Vamos trabalhar nestas três opções. O Flamengo hoje tem credibilidade. E o sonho do estádio não está distante. Já estamos contatando empresários e investidores do ramo para isto.
Há investidores ou estratégias já traçadas para captar o dinheiro que falta para a construção do Centro de Treinamento? Há prazos já definidos para o término da construção dos módulos da base e profissional?
A folga no caixa gerada pelo Profut será integralmente utilizada no CT. Isso representa R$ 1 milhão por mês que garantirá o término do modulo profissional em 2016. Essa mesma folga em 2017, aliada a um orçamento mais robusto vindo de patrocínios e cota de TV, vai permitir que terminemos o CT da base até o final do triênio. Pretendemos lançar, em 2016, um projeto de captação de recursos incentivados para aumentar e acelerar nossos investimentos na estrutura da base.
Em seis meses a gente conclui as obras do Ninho do Urubu implementando uma jornada diária de dois ou até três turnos. Tudo feito com planejamento. É questão de vontade política. As obras do CT estão paralisadas há três anos. Nada foi feito pela diretoria atual. Uma situação lamentável. Recursos para isso não vão faltar. Temos que ter uma verba carimbada para esse fim. A Mansão de São Conrado está abandonada e o terreno tem um alto valor agregado de mercado. Vamos fazer uma concessão ou permuta com uma construtora, pelo prazo de 50 anos, renováveis por mais 50. Qual empresa do mercado imobiliário não gostaria de poder fazer uso daquele terreno? O Flamengo não perderia o seu patrimônio, mas utilizaria os recursos oriundos dessa negociação na conclusão das obras do CT, que são de fundamental importância para o futebol profissional.
Finalizar o nosso Centro de Treinamento é o investimento prioritário para o futebol do Flamengo. Será ele que permitirá ao nosso clube dar um salto de qualidade na formação e na atratividade de atletas. Sendo assim, é preocupação absoluta na nossa administração. Apesar do período financeiro turbulento que nosso país está passando, temos a firme convicção de que, dada a credibilidade e o conhecimento dos componentes e apoiadores de nosso grupo, teremos como levantar os recursos necessários para finalizar toda a obra do CT num período máximo de dois anos. Pelos cálculos que temos, serão necessários mais R$ 30 milhões. O Flamengo, com um grupo forte e com credibilidade, pode conseguir levantar este montante no mercado. O Flamengo só mudará de patamar no dia em que tiver um CT completo.
Volta e meia aparece uma discussão sobre o Consórcio Maracanã deixar a administração do estádio. Se isto acontecer a Chapa brigaria para assumir a administração do estádio ou prefere investir em um próprio? No caso de optar pelo Maracanã, haveria a possibilidade de realizar uma parceria com o Fluminense, o outro clube sem estádio da cidade, para dividir custos e obter maior aceitação política?
O maracanã é nosso objetivo número 1. Não cantamos o “Maraca é nosso” à toa. Porém, hoje, a relação que temos com o consorcio não deve ser mantida no médio prazo. Outros clubes, que têm estádios próprios, têm uma capacidade de geração de receita que hoje, infelizmente, o Flamengo não tem. A grande discussão será quais condições teremos numa eventual saída do consórcio. Se as condições forem interessantes para o Flamengo, essa será nossa prioridade. Em relação ao Fluminense, poderíamos pensar, sim, num acordo em que o Flamengo possa atrair mais um parceiro para redução de despesas e aumentar o poder de barganha na atração de receitas.
Assumir a gestão do Maracanã é uma irresponsabilidade que levará o Flamengo à falência. É sabido que o Consórcio Maracanã vem acumulando um prejuízo mensal de R$ 5 milhões. Nenhum clube brasileiro tem condições de assumir essa responsabilidade. O Flamengo não tem expertise para gerir isso sozinho. Penso que o Governo do Estado tem que reassumir a administração do Maracanã e o Flamengo, em forma de parceria, se associar ao Poder Público para administrar o estádio. O Maracanã é uma cidade, com gastos absurdos de fornecimento de luz, água, pagamento de funcionários. Vamos nos associar ao ente público e entregar a administração para quem é o autêntico dono dele, que é o contribuinte.
Primeiro, o Consórcio teria de devolver o Maracanã, depois, teríamos que fazer uma proposta para o Estado. Estamos abertos a discussões. Deixamos bem claro que temos total consciência de que o Flamengo é o principal player neste jogo. Sem ele, a equação Maracanã não fica de pé. Vamos usar este fato para fazer um contrato para o nosso clube do tamanho que efetivamente ele merece.
Quanto ao “Morro da Viúva” e “Mansão de São Conrado”, qual o planejamento da Chapa quanto a estes patrimônios do Flamengo?
Embora, atualmente, o Morro da Viúva esteja sob a gestão da REX, nos próximos meses, a REX será obrigada a efetuar uma série de pagamentos ao Flamengo.
Entretanto, diante dos fatos notórios e amplamente divulgados pela imprensa em relação às dificuldades financeiras que o grupo vem enfrentando, o Flamengo, há algum tempo, mantém conversas com os representantes da REX para tentar encontrar a melhor maneira de retomar o imóvel de forma amigável.
Na eventualidade de não obtermos a retomada do imóvel consensualmente, somente após a configuração efetiva do inadimplemento do contrato por parte da REX – que, até agora, não ocorreu – o Flamengo avaliará quais as medidas judiciais tomará para resguardar o seu patrimônio e para que, com a retomada do imóvel, possa negociar um novo contrato de arrendamento com algum outro interessado.
Sobre a casa de São Conrado, apresentamos uma excelente proposta de permuta do imóvel por algumas salas em um empreendimento comercial que seria construído no local. Por falta de quórum, a operação acabou não sendo apreciada pelo Conselho Deliberativo.
Porém, apesar da crise que atinge o mercado imobiliário no Rio de Janeiro, em agosto, o Flamengo recebeu uma nova proposta e em condições diferentes, porém muito vantajosas para o clube.
Desta forma, tendo em vista que os poderes competentes do clube já receberam e ainda estão analisando a proposta, acreditamos que até o fim do ano o assunto será encaminhado ao Conselho Deliberativo para que a proposta possa ser apreciada e votada pelos conselheiros.
O Morro da Viúva pode ser usado para a construção do estádio próprio. Temos ali uma área valorizadíssima, algo em torno de R$ 500 milhões. O negócio poderia ser feito em forma de concessão do imóvel por 50 anos, renovável pelo mesmo período. Esse dinheiro pode ser usado para amortizar a dívida coma construção de um estádio com capacidade para cerca de 80 mil pessoas. A Mansão de São Conrado, conforme já falei anteriormente, pode ser usada para levantarmos os recursos necessários para a finalização das obras do CT, em Vargem Grande. Importante destacar que essas negociações não representam a perda do patrimônio do clube, mas sim uma concessão por um prazo longo, porém, determinado.
Não há duvidas que o contrato do Morro da Viúva com a REX foi feito com cláusulas muito negativas para o Flamengo. Infelizmente isso não nos permitiu, enquanto estávamos na administração, tomar medidas jurídicas mais duras contra a empresa REX. Sendo assim, a melhor solução que vemos é deixar o processo chegar em 2016 para tentar retomar o prédio pela possível falta de pagamento do aluguel por parte da empresa de Eike Batista. Isso acontecendo , vamos ao mercado procurar um novo parceiro. O Morro da Viúva é um ativo importantíssimo para o Flamengo e terá prioridade na nossa administração. O Flamengo não pode fazer novamente um negócio nocivo ao clube, como foi feito no contrato com a REX. Em relação à Mansão de São Conrado, já havíamos negociado uma permuta muito positiva para o Flamengo – caso sejamos eleitos, vamos colocar novamente o processo em votação dos sócios
– Sócio-Torcedor
Há um projeto de melhorias no programa de sócio-torcedor? Se sim, quais?
Sim, na verdade muitas delas já estão em curso, como melhorias no atendimento do sócio-torcedor – através de canais de contato, na operação de cartões físicos e nos jogos. Além disso, houve significativo aumento de experiências e a busca por mais parceiros, para que o sócio possa desfrutar descontos um valor similar ou até superior ao que investe no programa.
Além disso, temos trabalhado para ampliar as formas de associação e pagamento do programa. Algumas novidades, como a venda de kits em bancas de jornal ou associação em pontos físicos (lojas ou no entorno do estádio) já foram colocadas em prática. Falta ainda a inclusão de sócios sem a necessidade de cartão de crédito, mas não necessariamente por boleto bancário, que não se mostrou uma experiência bem sucedida em razão da alta inadimplência.
O programa sócio-torcedor do Flamengo patina desde a sua implantação. Ele é excludente, afasta a torcida. Não podemos classificar como exitoso um programa que reúne somente 72 mil sócios, quando se tem uma torcida de 40 milhões pessoas. Da forma que foi concebido, ele segrega o torcedor de menos posse, porque não permite o débito em conta, somente com cartão de crédito. Nem todo trabalhador tem cartão, e quando o tem, a maior parte do limite está comprometida com as despesas habituais, como mercado, vestimenta, alimentação e outras formas de lazer. Podemos ampliar o programa, nos aproveitando da capilaridade proporcionada pela Caixa Econômica. A Caixa mantém suas casas lotéricas em cada canto desse pais. Por que não aderir e pagar o programa através de boleto bancário? Rapidamente, tenho certeza, chegaríamos a 500 mil sócios. O torcedor que mora em outro estado poderia pagar uma mensalidade menor, em torno de R$ 14, mas teria o orgulho de poder estar contribuindo com o seu clube de coração, exibindo a carteirinha de sócio para os amigos. Precisamos ainda intensificar as parceiras com a rede de supermercados e de farmácias. Esse projeto só progride, só avança, se conseguirmos viabilizar a construção do estádio próprio.
Foi o nosso grupo, com o Bap na vice-presidência de marketing, que botou de pé o programa de Sócio-Torcedor do Flamengo. Saímos praticamente do zero para um dos programas mais bem sucedidos do Brasil (hoje um dos três de maior receita entre todos os clubes). Na realidade, o programa de sócios-torcedores deve apoiar-se em um tripé: performance esportiva, ídolos e estádio. Neste triênio de 2016/2018, nossa prioridade será o futebol. Logo, os dois primeiros pontos devem contribuir de forma importante para a evolução de nosso programa. Baixar preços simplesmente pode gerar canibalização de produtos e queda de receita para o Flamengo. Por exemplo, quem opera com cobrança em boletos, tem tido inadimplência de 80%! Ou seja, destrói valor, infelizmente. Vamos criar produtos mais adequados à realidade pela qual passamos no país, especialmente para aqueles que moram fora do Rio de Janeiro. Criaremos um produto corporativo, seja para torcidas organizadas, seja para grupos de torcedores de fora do Rio. Este produto corporativo será oferecido em empresas do Brasil em formato semelhante ao de empréstimos consignados, com preços mais acessíveis. Fica faltando o estádio, nosso sonho maior, que será, com toda a certeza, endereçado neste próximo mandato, seja pela construção de um novo ou outra solução que atenda a este ponto de forma rentável e viável para o clube. Isto acontecendo, teremos a possibilidade de comercializar propriedades de forma eventual (placas, anúncios, camarotes avulsos) bem como em caráter permanente, com a venda de cadeiras cativas nominais. Um fato é certo: apesar de ter um lado de fidelização importante, o sócio-torcedor é, acima de tudo, um programa que tem como principal objetivo aumentar a receita do clube, dentro de um máximo de rentabilidade. É importante deixar claro que não faremos ações gratuitas apenas para inchar artificialmente o número de associados e ficar parecendo que o programa está mostrando um grande crescimento. Isto gera custo de operação e não representa novas receitas.
Um dos benefícios mais pedidos no programa é a implementação de milhagens, que seriam recebidas ao se adquirir produtos oficiais e ingressos e poderiam gerar descontos em ingressos e produtos oficiais. Há alguma perspectiva desse pedido da torcida ser aceito?
Queremos implantar, o mais rápido possível, um programa de pontuação que permita que os torcedores utilizem seus pontos em experiências rubro-negras e benefícios do programa. O programa de milhagem por conta da frequência em jogos não é o ideal em um time com uma torcida nacional como o Flamengo, já que você diminui muito o valor percebido dos nossos torcedores off-rio, que são 75% da nossa torcida. Seria um conceito que reduziria o nosso potencial de crescimento.
Trata-se de uma ideia que tem de ser debatida. Não me causa repulsa. Resta saber a aceitação por parte da rede varejista associada ao programa.
Quando saímos da administração este tipo de ação já estava sendo trabalhada não somente em relação a produtos oficiais como também com outros parceiros importantes do mercado (o Benfica, de Portugal, clube mais bem sucedido com sócios torcedores do mundo, faz isto com muita propriedade). Sem dúvida colocaremos isto de pé nesta nova fase do programa.
Um desejo anterior ao próprio programa de sócio-torcedor é que o ST tenha direito a voto. A chapa se compromete a garantir isto?
Essa decisão não cabe ao Conselho Diretor do Flamengo, mas ao Conselho Deliberativo e aos sócios do clube. O que estava somente em nossas mãos foi feito e, hoje, o torcedor de fora do Rio de Janeiro já pode ganhar, por praticamente o mesmo preço do Pacote Raça, tanto o Programa de Sócio Torcedor quanto a associação como Sócio Off-Rio e essa adesão pode ser feita pela internet.
Além disso, vários de nossos integrantes formularam e propuseram um novo Estatuto para o Clube que vai nessa linha. Esperamos que no próximo triênio o Estatuto do Clube possa avançar ainda mais do que já avançou por meio de diversas evoluções pontuais.
Defendo a democracia, o debate , a discussão. Não é um tema simples, porque mexe com o Estatuto do clube. De qualquer forma, temos deadvogar para que o assunto seja incluído na agenda do clube.
Isto é uma decisão estatutária do clube. Não passa necessariamente pelo marketing e nem somente pelo Conselho Diretor. É uma discussão a ser realizada democraticamente pelos sócios do clube. De qualquer forma, vale notar que algumas ações já foram implantadas. O sócio-torcedor que mora a mais de 100km do clube já pode solicitar o seu cadastro junto ao clube como sócio off-Rio e poderá votar no futuro.
Qual a meta estipulada pela Chapa para o número de Sócios-Torcedores que o programa poderia atingir neste próximo triênio, uma vez eleita?
Esperamos chegar, no fim do triênio, com pelo menos cem mil sócios-torcedores ativos.
Implemtando a nossa proposta de governo em 1 de janeiro de 2016, não tenho a menor dúvida de que chegaremos próximo dos 500mil sócios-torcedores. Faremos os esforços necessários para adequar, reajustar, redimensionar o projeto a cada nova movimentação do torcedor ou do sistema financeiro.
Pretendemos fazer o Flamengo assumir a liderança nacional entre os clubes que têm Sócio-Torcedor, chegando a 150 mil torcedores até 2018. Sempre com o foco na geração de receita/rentabilidade para o clube.
– Tecnologia da Informação
Hoje o Flamengo possui um aplicativo oficial ruim, cheio de problemas, desatualizado e ainda sequer está disponível para todos os tipos de celular/tablets. A chapa tem alguma proposta de rever este aplicativo e criar uma ferramenta que aproxime o clube do torcedor e facilite a obtenção de informações como datas, horário e local das competições (não só do futebol)?
Já estamos com uma série de novidades para a Comunicação sendo providenciadas. Nosso vice-presidente de Comunicação é um dos responsáveis pelo canal com maior número de visualizações do Youtube no mundo e um especialista em mídias sociais. Estamos analisando e desenvolvendo as ferramentas de que dispomos atualmente. Algumas passarão por expressivas transformações de formato e conteúdo. É prioritário nos aproximarmos do nosso torcedor e precisamos fazer isso da forma correta. Dispor de ferramentas modernas vai intensificar essa troca.
O nosso aplicativo realmente é muito abaixo do que todos gostaríamos de ter. Estamos avaliando um novo modelo que possa atender as nossas ambições para ser implementado.
Temos um grande executivo dessa área na nossa chapa. Trata-se do nosso coordenador de campanha, José Pires Costa Filho, profissional competentíssimo, e que já prestou relevantes serviços ao mercado. Tenho certeza de que ele desenvolverá a melhor e a mais adequada ferramenta para o clube.
Tudo é questão de prioridade e acertos em contratos preexistentes. Durante os primeiros dois anos que gerimos o clube, tivemos muito a fazer nesta área (e fizemos, como falamos anteriormente). Claro que temos muito a melhorar em relação ao aplicativo oficial. A ideia é formar uma parceria no mercado para que possamos criar uma central única de relacionamento,. O torcedor poderá ter qualquer informação relevante do clube, em qualquer modalidade de esporte. Esta parceria, de forma bem feita, além de ter como objetivo ser um serviço para nossa torcida, deverá ser atrativa para nossos patrocinadores, podendo assim gerar uma receita extra relevante para o clube.
O Internacional já possui um sistema que permite aos sócios votarem pela Internet. Há um projeto ou aceitação da chapa para implementar essa solução no Flamengo e assim facilitar a participação dos sócios OFF-Rio?
A Chapa Azul defende a maior participação da torcida na vida associativa do Clube e tem buscado facilitar a adesão de novos sócios reduzindo a burocracia e informatizando o processo. Novas associações online se mostraram um sucesso nessa gestão. Além disso, nossa preocupação com o torcedor de fora do Rio de Janeiro não é só discurso. Hoje, o Sócio Off-Rio também ganha o Plano Raça de Sócio Torcedor de graça.
Mudar o sistema de votação e facilitar o voto do sócio de fora do Rio de Janeiro faz todo o sentido, mas não depende somente da vontade do Conselho Diretor do Clube, depende de adequação estatutária no Conselho Deliberativo e de outros dois poderes envolvidos no processo eleitoral: o Conselho de Administração e a Assembleia Geral.
Seja por meio de disponibilização de locais de votação em capitais de cada região do Brasil e em cidades com representação elevada de sócios, passando pela eleição marcada num fim de semana ou por meio de sistema de voto online, a Chapa Azul defende que se facilite a vida do eleitor de fora do estado.
Voto pela internet sou radicalmente contra. Penso que o voto deve ser presencial. Os hackes invadem contas a todo momento. Já invadiram o sistema ultra seguro do Pentágono, enfim, sistemas em tese super protegidos no mundo todo. A lisura da eleição do clube não pode ficar comprometida.
Mais uma vez, este tipo de assunto depende de uma alteração em nosso estatuto. Somos totalmente a favor do voto pela internet, desde que em ambiente certificado e seguro.
O uso de sistemas para observação de jogadores e métricas de desempenho é comum nos grandes clubes europeus e, recentemente, o Grêmio adquiriu um software que tem ajudado o time na campanha deste ano. Entre as seleções, Sampaoli chegou a elaborar junto aos profissionais da federação chilena um sistema de treinamento usando como base um jogo de videogame adaptado para trabalhar posicionamento tático e capacidade de decisão com os jogadores e todos vimos o resultado na Copa América do Chile. O que a chapa pensa sobre a importância desse tipo de sistema para reduzir os erros cometidos em contratações e para melhorar o desempenho do time? Há planos para adquirir softwares mais sofisticados?
O futuro do futebol passa por menos empirismo e mais ciência. O Flamengo já conta com um setor de Inteligência Aplicada ao Esporte e com um dos melhores departamentos de Análise Estatística do futebol brasileiro.
Recentemente, contratamos uma consultoria de renome internacional para evoluir ainda mais no conhecimento de nossos jogadores. Queremos que cada treinamento seja individualizado e os atletas desenvolvam melhor suas valências físicas e atributos técnicos. Com esse avanço, os jogadores poderão ser cobrados de modo específico, os treinamentos direcionados e as cobranças e metas serão mais bem definidas.
Pretendemos investir no aprimoramento e implantação dos sistemas MAIA e CUIDAR, respectivamente a Inteligência do futebol e dos Esportes Olímpicos.
Queremos ter acesso aos melhores equipamentos, softwares e profissionais para estar sempre na vanguarda do desenvolvimento do futebol. Ter acesso a novas tecnologias requer conhecimento específico e o desenvolvimento de parcerias. O Flamengo está em contato com potenciais parceiros que serão anunciados em breve. Pretendemos também nos aproximar dos principais clubes, universidades e confederações para troca de experiências e capacitação contínua dos funcionários.
Penso que o Flamengo não pode se tornar um centro de recuperação de jogadores. O Flamengo tem que ter o melhor sistema para que os investimentos tenham o seu retorno garantido. Vamos buscar o que há de melhor nessa área. Antes da eleição vou conhecer pessoalmente esse projeto do Grêmio.
: Não existe a menor dúvida de que isto será aplicado. Nós, como empresários, trabalhamos assim em nossas empresas. Software, hardware, investimentos – tudo isto é importantíssimo e será feito. O ponto que achamos mais importante para isto é o fato de quem vai administrar e gerir este processo de inteligência. Quem vai efetivamente pôr em prática. Muito se alardeia que o Flamengo hoje tem isto muito bem feito. É uma pena não ser isto o que acontece. A atual administração acaba de perder o principal profissional que trabalhava nesta área. O pior, pelo que se escuta dentro do Clube, não temos a confirmação . ele levou boa parte dos dados obtidos no seu computador pessoal. A atual administração fala que prioriza os investimentos nesta área, mas há pouco tempo teve que pedir para que os rubro-negros do Flamengo da Nação fizessem uma promoção para arrecadar dinheiro entre colaboradores para a compra de alguns computadores para a área de inteligência do clube. Ou seja, o discurso não condiz com a realidade. A Chapa Verde vai efetivamente fazer este investimento em inteligência. Quando entramos no clube, não tínhamos como – em razão da desorganização que encontramos e da falta total de dinheiro. Agora, temos como trabalhar isto e, diferentemente do que está sendo feito hoje (com contratações e scouts muito questionados), saberemos fazer. Não é apenas desejado. É fundamental.
Tem aumentado o interesse dos torcedores pela base e por outros esportes que o Flamengo disputa, mas que não possuem competições televisionadas. O que a chapa pensa da possibilidade de transmitir essas competições, que não possuem interesse da grande mídia, para os torcedores?
Montar uma estrutura para transmissão de jogos da base ou eventos de outros esportes que não o futebol parece uma boa ideia, contudo o custo não seria baixo. Precisaríamos de parceiros para viabilizar isso, mas estamos abertos a mídias alternativas que tenham interesse em realizar essas transmissões.
Se tiver interesse da Mídia, o clube irá facilitar tudo. Quanto mais exposição da marca, melhor para a instituição.
O grupo da Chapa Verde é formado também por grandes empresários de mídia – o presidente da Sky, o Roberto Medina, do Rock in Rio, dirigentes do Google, do Facebook, de grandes Agências de Publicidade, entre tantos. Todos têm uma grande experiência em mídia, relação com o mercado publicitário, em produzir conteúdo. O desafio para outros esportes é fazer com que este conteúdo seja atrativo e efetivamente relevante para o público, já que é isto que vai viabilizá-lo nas diversas plataformas que hoje temos para chegar ao público. Internet, Rede Fla, Site Fla, Rádio Específica, Redes sociais em geral – tudo isto pode ser usado para a divulgação destes esportes. O ponto é que para ser relevante, tem que ser bem feito, atrativo, que possa justificar o apoio das empresas patrocinadoras e a audiência do público. Os projetos incentivados que desenvolveremos para estes esportes já incluirão um valor determinado para este tipo de ação.
A Chapa está satisfeita com o sistemas de informação atualmente disponíveis ou tem a intenção de contratar um sistema ERP que integre todas as áreas do clube, finanças/secretaria/futebol/contratos/ patrimônio/contas a pagar/contas a receber etc.?
Assumimos um clube com muitas carências de controles administrativos, mas, já possuímos um software da MultiClubes que muito nos ajuda na gestão financeira e administrativa. Precisamos avançar ainda mais e vamos buscar a implantação de um Sistema ERP.
Sabemos, contudo, que entrar numa empreitada dessas não é algo fácil nem rápido, mas necessário. Consta em nosso plano de governo um Plano Diretor de TI, que trata dessas e outras questões.
Não conheço o sistema, mas certamente não é o melhor, porque não vejo planejamento, execução e cobrança de resultados em nenhuma área.
Não estamos satisfeitos. A ideia é informatizar todos os setores, integrando todas as áreas do clube. Mais uma vez, o ponto crucial é o montante de investimento necessário – que não será pequeno. Uma das opções que temos para viabilizar um plano mais forte é trabalhar com o marketing buscando permutas com empresas parceiras para a área. O relacionamento que temos, aliado à marca Flamengo, certamente vai nos abrir algumas portas para isso.
O Mundo Rubro Negro agradece a colaboração, boa vontade, senso de responsabilidade e, sobretudo coragem, de todas as Chapas, por não deixarem de expor aqui seus planos de governo.
Não esqueçam de entregarem o próximo bloco de perguntas. O tema central é o FUTEBOL.
Obrigado!