Por: Bruna Uchoa, com apoio de Raony Furtado
Ele era todo alma, era o povo, simples, aguerrido, obstinado, humilde. E no brilho daqueles olhos úmidos, negros, simples, francos, uma nação se refletia. Ele era segurança, mas também entrega.
Mamãe, eu quero uma camisetinha do Flamengo! – Ele pedia. Foi Flamengo por toda uma vida, o Ronaldo Angelim. E não sei quando realmente pôde, como torcedor, ganhar a camisetinha, o Mantinho, que almejava quando da sua época de maior inocência e puerilidade. Mas chegou o dia de vesti-lo e personificá-lo. Chegou o seu momento de traduzir a paixão em estatísticas, em resultados. Em 2006, ele chegou pra ser incumbido por todos nós ao que ele um dia também incumbiu a Mozer, Marinho… chegou para ser nosso zagueiro. Chegou para ser um defensor da bastilha inexpugnável que é o Manto Sagrado.
Foto: FlamengoSe porventura nascêssemos com condições para correr 90 minutos suportando o peso do Manto e as insanas emoções Flamengas, defronte aos olhos e corações de milhares, como poderíamos fazê-lo sem embolar as pernas, sem infartar o miocárdio, sem beirar a loucura, lidando com um amor a camisa que veio de sempre, para todo o sempre? Como confrontaríamos a necessidade de honrar a paixão, com os altos e baixos de todo ser humano? São sensações que a grande maioria de nós jamais conhecerá, mas que puderam ser traduzidas com propriedade pelo nosso eterno Angelim – o único Ronaldo que a Nação respeitou até hoje.
Foto: FlamengoA expressão ensandecida ao se deparar com a autoria de um gol que desentalou um grito específico, preso por 17 anos, foi eternizada por manchetes, pôsteres, vídeos, fotografias, retinas, memórias, corações. Foi a coroação de um ídolo que mais do que um zagueiro extremamente profissional, devoto, entregue e talentoso, foi referência em caráter.
O Ronaldo Angelim completa 40 anos, e temos muito mais do que 40 dulcíssimas memórias protagonizadas pelo nosso eterno camisa 4. Se o gol do Hexa foi o seu ápice, Angelim deixou um legado que transcendeu as 4 linhas. Representou o amor do nordestino (nascido em São Paulo, o mito é cearense de criação e coração), e por tabela não deixou de representar a ligação sagrada de todo Off-Rio com o Flamengo. Representou o profissionalismo entrelaçado a emoção. Representou a mim e a você, quando foi terra pra honra. Quando trouxe alegrias para dentro dos muros da Gávea, e por tabela, para nossos lares, nossas almas. Ele nos respeitava, e o fazia com excelência por… ser um de nós. E simultaneamente, plantava e colhia das emoções que são geradas e pulverizadas pelo onisciente e onipresente Flamengo.
A vaidade dele era ver o Flamengo vencer. A nossa, também.
Obrigado ao Magro de Aço, anjo, Angelim.
Feliz Aniversário! E com a palavra… Ronaldo Angelim!
É o nosso ídolo que está fazendo aniversário mas o MRN quer que a data seja especial para você também! O leitor que fizer o comentário mais emocionante no nosso sistema de comentários logo abaixo do post, vai receber em casa um postal com a foto de Ronaldo Angelim e o autógrafo do craque, concedido em evento na Loja Espaço Rubro-Negro, no Rio de Janeiro (foto).
Bruna Uchoa escreve no blog Pelo Mengo, da plataforma MRN Blogs. Twitter: @BrunaUchoaT. O post teve o super-apoio de Raony Futado, @UrubuMatuto e o postal está sendo concedido pelo MRN.