Desde que o Flamengo assumiu a gestão temporária compartilhada do Maracanã, em abril, a partida de terça-feira contra o Corinthians, pela Copa do Brasil, teve os ingressos mais caros. O resultado, exposto no borderô da partida, publicado nesta sexta-feira pelo site da CBF, foi que pela primeira vez o clube conseguiu ficar com mais de metade da renda bruta de um jogo no atual modelo de gestão do estádio. Mais do que isso, o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos na partida superou o total obtido nos quatro jogos anteriores do Flamengo como gestor do estádio.
A renda total da partida contra o Corinthians foi de R$ 3.571.041,25 para um público de 55.586 pagantes, o que dá um tíquete médio — média que cada torcedor pagou para entrar no estádio — de R$ 64,24. O valor representa um pouco mais do dobro do tíquete médio da última partida pelo Brasileiro, contra o Athletico, de R$ 31,99. Anteriormente, o maior tíquete médio do Flamengo como gestor do estádio tinha sido registrado na final do Campeonato Carioca, contra o Vasco (R$ 44,84).
Como os custos de operação do estádio não variam de acordo com o preço do ingresso cobrado, o maior tíquete médio com um público pagante de ordem semelhante aos das partidas contra Chapecoense e Athletico representou um aumento considerável no lucro do Flamengo, tanto em volume absoluto quanto relativo. O Flamengo levou para casa R$ 1.832.898,61, ou 51,33% do total arrecadado. Tanto quanto a Chape quanto contra o Athletico, o clube tinha ficado com cerca de 36% do total da renda bruta.
Em valores absolutos, o Flamengo arrecadou numa só noite cerca de R$ 56 mil a mais do que tudo que havia acumulado nos outros quatro jogos em que já tinha assumido a administração do estádio (R$ 1.776.256,55).
Ao assumir o estádio, o discurso dos dirigentes do Flamengo foi de que seria possível praticar melhores preços diminuindo os custos de operação do estádio. Por isso, o aumento no preço dos ingressos para a partida contra o Corinthians não foi bem recebido nas redes sociais e o Maracanã, embora tenha ficado bem cheio, não lotou — foi o quinto maior público do Flamengo em casa no ano, com cerca de 6 mil pagantes a menos do que a partida contra o Peñarol, na qual o recorde de público foi estabelecido.
Após o jogo, porém, o Flamengo já lançou um pacote com ingressos para todas as partidas restantes do Campeonato Brasileiro por R$ 300, o que corresponde a R$ 20 por partida. Os dirigentes também falam na possibilidade de remover os assentos atrás dos gols após o fim da Copa América, o que aumentaria a capacidade do estádio e permitiria cobrar menos nos ingressos.
A promessa de reduzir os custos operacionais do estádio, porém, ainda não refletiu nos borderôs. O custo operacional per capita pouco variou desde o primeiro jogo — foi de R$ 8,78 contra o Vasco e R$ 8,71 contra o Corinthians (total de R$ 524.335,63).
Vale ressaltar que a renda líquida declarada no borderô não é a única fonte de receita do Flamengo nas partidas: o clube ainda divide a receita com o aluguel com o Fluminense, o que representa uma arrecadação de R$ 45 mil por jogo no estádio. Além disso, arrecada com as vendas dos bares, com a estimativa de R$ 4 por torcedor presente no estádio, o que representaria mais cerca de R$ 240 mil na partida contra o Corinthians.
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