Ex-atacante do Flamengo, Patrícia Toledo recém completou dois anos como treinadora da Seleção Feminina dos Estados Unidos Sub-16. Uma história inusitada e que teve início na decisão do Rubro-Negro de não manter uma equipe feminina em 2002, quando “Patchy” decidiu iniciar estudos em uma universidade.
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Com o anúncio que o Campeonato Carioca Feminino não seria organizado em 2002, o Flamengo decidiu não manter um time feminino, movimento que deixou Patrícia Toledo sem clube e com dúvidas diante da incerteza do futebol feminino naquela época. Foi então que decidiu aliar a carreira de atleta com os estudos.
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“Como sempre, o futebol feminino é algo incerto, a gente nunca tem uma garantia de nada. Quando o time do Flamengo acabou, decidi ir para a universidade. Isso era algo que eu já tinha no meu coração, porque entendia a dinâmica do futebol feminino em termos financeiros”, disse em entrevista ao ‘UOL’.
Com a ajuda de Ademar Fonseca Junior, ex-treinador da Seleção Brasileira, Patrícia enviou vídeos e foi aceita para uma bolsa de estudos nos Estados Unidos. Após passagem pela Cloud County Community College, no Kansas, se transferiu para a University of West Florida, onde atuou pelo UWF Argonauts e ganhou honras na divisão universitária em 2005 e 2006.
A ex-atleta do Flamengo conseguiu dar prosseguimento em sua carreira de atleta, jogando por clubes europeus após concluir o bacharelado e mestrado em ciência do esporte. Ao se aposentar, decidiu iniciar a trajetória na beira do campo.
“Saí do país para estudar, investir na minha carreira futura, e realmente isso aconteceu. Foi muito boa essa jornada que tive de universitária e poder continuar jogando profissionalmente”, comentou Patrícia Toledo.
Patchy Toledo assumiu EUA Sub-16 após enviar currículo
Patrícia assumiu a Seleção Feminina dos Estados Unidos Sub-16 em setembro de 2022, pouco mais de dois anos atrás. Uma vaga que ganhou após enviar currículo através do LinkedIn, o que parecia ser uma tentativa improvável. Mas a então treinadora do Albion se colocou à disposição.
“Eu trabalhava no Albion, um clube de San Diego, na Califórnia, e meu amigo, que era treinador no mesmo clube que eu, chegou em mim e falou: ‘Patchy, você viu que no LinkedIn tem uma vaga para ser treinadora do Sub-16 dos Estados Unidos?’. Na mesma hora, eu comentei: ‘Até parece, eles devem colocar ali só por colocar, mas com certeza já deve ter alguém em mente para essa posição’, disse, antes de revelar a reação ao ser chamada:
“Mesmo assim, fui lá e fiz a minha parte. Preenchi todas as informações, coloquei as cartas de referência e entreguei nas mãos de Deus. (…) Na hora, eu não acreditei. Falei: ‘Gente, será que é uma piada ou alguém passando trote?’ Mas as coisas aconteceram.”
O trabalho de Patrícia tem dado bons resultados com o time de jovens norte-americanas. A treinadora comandou a equipe para o título do Torneio de Montaigu, na França, em 2023. Já nesta temporada, venceu torneio amistoso organizado pela UEFA.
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