O Conselho Deliberativo do Flamengo aprovou na noite desta segunda (5) por 147 votos a favor e apenas quatro contrários a criação da Empresa Fla-Flu, que assinará no próximo dia 9 o contrato de concessão do Maracanã pelos próximos 20 anos.
A parceria foi aprovada exatamente uma semana depois que o mesmo Conselho aprovou a autorização para o presidente Rodolfo Landim participar do leilão no qual o Flamengo comprou o terreno para construir seu estádio proprio, que põe o futuro do Maracanã em xeque.
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Pelos compromissos do Flamengo no edital, a Empresa Fla-Flu pagará R$ 400 milhões pela concessão (a outorga anual é de cerca de R$ 20 milhões) e investirá outros R$ 393 milhões em obras para reformar o estádio.
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Como o MRN foi o primeiro a revelar, a empresa, assim como as receitas e despesas, será dividida em 65% para o Flamengo e 35% para o Fluminense. Ou seja, o Flamengo será responsável por gastos superiores a meio bilhão de reais para manter o estádio pelas próximas duas décadas.
O Fluminense já havia aprovado a criação da empresa em Assembleia Geral na última segunda-feira. Apesar disso, o Flamengo convocou o Conselho para a votação desta segunda somente na última sexta (2), com pouco prazo para analisar os documentos necessários para a votação.
Ao contrário do que foi publicado recentemente pelo UOL, o contrato para a criação da empresa não prevê uma cláusula de saída do Flamengo. Mas permite que os clubes vendam parte de suas ações para terceiros, diluindo sua participação na empresa. Mas o Flamengo deve permanecer sempre como controlador.
Qualquer mudança acionária precisa ser aprovada pelo governo do Estado.
Flamengo terá controle da gestão do Maracanã; Fluminense tem direito a veto em algumas questões
Como tem a maioria da empresa, o Flamengo também terá o direito de indicar dois dos três diretores, o geral e o financeiro, enquanto ao Fluminense caberá indicar o diretor comercial. Cada clube terá três membros no Conselho de Administração, mas o Flamengo terá o presidente, que terá voto de Minerva em caso de desempate.
Embora minoria, o Fluminense tem direito de veto a algumas decisões sobre o estádio: contratação de empréstimos acima de R$ 15 milhões, alteração das taxas e cobranças de aluguel nas partidas do estádio e celebração de contratos de patrocínio, naming rights e comerciais concorrentes dos patrocinadores dos clubes.
Segundo o presidente Rodolfo Landim, o Flamengo pretende continuar realizando aos menos os clássicos no Maracanã quando o seu estádio estiver construído. Além disso, conta com os jogos do Fluminense e aluguel para outros eventos, como jogos do Vasco, da seleção e shows, para manter o estádio lucrativo ao longo da concessão.
O contrato de concessão com o governo do Estado não prevê rescisão automática nem mediante pagamento de multa. Caso o Flamengo opte no futuro por abandonar a concessão, precisará chegar a acordo com o governo do Estado ou entrar numa disputa judicial.
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