O Conselho Deliberativo do Flamengo aprovou nesta quarta (11) por ampla maioria – 272 votos a 2 – a proposta de emenda ao estatuto que torna mais difícil a transformação do futebol do clube em SAF.
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A emenda, elaborada originalmente pelos grupos de oposição Frente Flamengo Maior e Flamengo Sem Fronteiras, que apoiam a candidatura de Maurício Gomes de Mattos à presidência do Flamengo, e levada ao plenário com assinatura de 217 conselheiros, transfere do Conselho Deliberativo para a Assembleia Geral, conjunto de sócios do clube com direito a voto, a decisão final sobre eventual criação da SAF.
➕ Áudio: Landim defende SAF no Flamengo; ‘Fiz isso muitas vezes, ganhei dinheiro fazendo isso’
A emenda prevê que essa Assembleia Geral deve contar com quórum mínimo de 60% dos sócios com direito a voto. No último dia 31, a atual lista de membros aptos a participar da Assembleia Geral foi publicada com 6.124 sócios. Ou seja, hoje seriam necessários 3.675 sócios votantes para votar o tema, número muito maior do que os 2.011 que foram votar nas últimas eleições para presidente.
Para que a mudança seja aprovada, ao menos dois terços dos que forem votar devem votar a favor. Ou seja, se o quórum fosse o mínimo, seria necessária a aprovação de 2.450 sócios para aprovar a mudança.
Caso apesar de todas essas restrições os eventuais propositores da SAF conseguirem a aprovação, a emenda aprovada nesta quarta cria ainda uma restrição para desincentivar os dirigentes do clube a proporem a mudança: ela cria uma lei de quarentena que impede quem ocupe cargos na diretoria, remunerados ou não, nos três anos anteriores de assumir posições na SAF por seis anos.
Campanha teve troca de acusações sobre pai da ideia de SAF no Flamengo
Com isso, o presidente Rodolfo Landim, que teve seu nome anunciado como CEO em uma eventual gestão de seu vice e candidato Rodrigo Dunshee de Abranches, não poderia ocupar o mesmo cargo em caso de criação da SAF.
A emenda surgiu justamente como reação à defesa feita por Landim da possibilidade de o Flamengo criar uma SAF para financiar a construção do seu estádio. Nos últimos meses, entretanto, Landim, diante da repercussão negativa, mudou o discurso, e agora diz que o estádio será construído sem a necessidade de criação da Sociedade Anônima de Futebol.
Na campanha, inclusive, os aliados de Dunshee e Luz Eduardo Baptista (Bap) acusam uns aos outros de serem os verdadeiros “pais” da ideia da SAF no clube, já que Bap promoveu um ciclo de palestras sobre o tema. Na semana passada, o GE revelou que o ex-vice-presidente de Finanças Claudio Pracownik produziu, em 2022, um estudo sobre a transformação do Flamengo em SAF.
Pracownik, que então trabalhava na consultoria Win The Game, diz que produziu o estudo por encomenda do clube, mas a gestão Landim nega que tenha pedido. No ato de lançamento de sua candidatura na segunda (9), Bap e seus partidários conclamaram a presença de seus aliados para votar a favor da emenda. Já Dunshee não assinou a emenda alegando não poder fazê-lo por integrar a Comissão de Estatuto, mas disse ser favorável à iniciativa.
Enquanto isso, Maurício Gomes de Mattos destaca que sempre foi contrário à SAF. “Não sei quem é o pai da SAF, sei que não sou eu”, disse no lançamento de sua candidatura na semana passada.
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