O Conselho Deliberativo do Flamengo sepultou ontem a possibilidade de extensão do mandato de Rodolfo Landim. Desta forma, foi dada a largada para as eleições para suceder o atual presidente, que acontecem em dezembro do ano que vem.
O MRN lista os nomes que aparecem com mais chance de disputar e vencer a eleição no ano que vem. Entretanto, é preciso lembrar que em um ano muita coisa pode mudar na política rubro-negra e outros candidatos fortes ainda podem aparecer.
Luiz Eduardo Baptista, o Bap
Ex-vice-presidente de Marketing e Relações Externas e membro do Conselhinho do Futebol, atualmente é o presidente do Conselho de Administração, órgão que controla o orçamento do Flamengo, Foi um dos principais articuladores dentro da situação para a derrota por unanimidade da emenda que punha fim à reeleição.
Articulador da chapa azul original, que elegeu Eduardo Bandeira de Mello em 2012, também deu início ao racha do grupo ao deixar a diretoria no início de 2015. Seria um nome para manter à frente do poder o núcleo duro de dirigentes que conta ainda com Landim, o vice-presidente de Comunicação e Marketing Gustavo Oliveira e o vice-presidente de Finanças Rodrigo Tostes.
Rodrigo Dunshee de Abranches
Vice-presidente geral e jurídico de Landim, representa a antiga política do Flamengo que dominava o clube antes da chegada da chapa azul. É filho do ex-presidente Antonio Augusto Dunshee de Abranches, que vendeu Zico, e foi vice-presidente geral de Edmundo Santos Silva, que sofreu impeachment em 2002.
Dunshee é um nome forte dentro do Flamengo, mas está às voltas com problemas na Justiça. Isto porque há suspeitas que ele seja o dono de um perfil fake que ofendeu Bandeira e outros sócios do clube. Se for comprovado, ele será alvo de um processo criminal que pode tirá-lo do páreo. Entretanto, após um período longe dos holofotes, Dunshee participou ontem da reunião do Conselho Deliberativo e falou mais de uma vez, sinalizando que voltou a apostar na candidatura.
Marcos Braz
Os maus resultados do futebol em 2023 colocaram Braz na berlinda, mas o dirigente resiste como vice-presidente de Futebol e pode se beneficiar de novos sucessos no ano que vem. A prioridade do dirigente deve ser a reeleição a vereador. Entretanto, a decisão do conselho de não impedir que políticos com cargo sejam candidatos no clube pode beneficiar Braz.
Em recente entrevista, Braz disse que não pretende deixar a política do Flamengo apesar de sua carreira política. É improvável que ele seja o candidato único da gestão, mas em caso de o racha entre Bap e Dunshee não ser resolvido, pode surgir como alternativa.
Eduardo Bandeira de Mello
Embora garanta até a aliados que não pretende se candidatar, a mobilização de Bandeira para impedir a aprovação da emenda que impediria sua candidatura indica que ele não descarta a possibilidade. No caso, o tiro da diretoria ao tentar barrar a volta do opositor pode sair pela culatra e fazer Bandeira decidir concorrer.
O ex-presidente é visto como nome ideal para unir a oposição, que chegou dividida às urnas contra Landim em 2021, com três candidatos. Ainda que decida não concorrer, Bandeira tende a ser o nome mais importante da oposição em 2024, sendo chave para a escolha do candidato.
Wallim Vasconcelos
O ex-vice-presidente de Futebol de Bandeira e de Finanças de Landim sonha em ser presidente do Flamengo desde 2012, quando teve sua candidatura barrada pela comissão eleitoral. Em 2015, com Landim como vice na chapa, perdeu para Bandeira. Agora, Wallim se articula mais uma vez para tentar ser candidato,
Entretanto, pesa contra Wallim o fato de não ter um grupo político forte ao seu lado. Ele rompeu com a gestão Landim em 2020, mas não consegue se definir entre ser situação ou oposição. Agora, ele tenta usar essa indefinição como trunfo para aparecer como uma espécie de “terceira via” nas eleições de 2024. Mas o estatuto do Flamengo exige que os candidatos montem uma chapa com 162 nomes para os corpos transitórios dos conselhos, o que exige que ele encontre uma base aliada antes de concorrer.
Outros nomes
Candidatos nas últimas eleições, Walter Monteiro e Ricardo Hinrichsen por enquanto dedicam sua atuação a tentar unir a oposição e não devem tentar concorrer de novo. Já o segundo lugar em 2021, Marco Aurélio Assef, está inelegível após ser suspenso pelo Conselho Deliberativo. Um nome que começa a surgir como alternativa caso Bandeira não decida concorrer é o do ex-vice-presidente jurídico Flávio Willeman.
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