Claro que o futebol ofensivo é importante. Ninguém mais aguentava a reatividade triste e indolente do Flamengo de Vítor Pereira, que parecia chamar o adversário na busca de espaço para o contra-ataque mas aí não contra-atacava, o tipo de postura que não apenas desafia qualquer traço de lógica esportiva como vai contra as premissas mais básicas do que você deveria propor quando tem um elenco mais qualificado no ataque do que na defesa.
Então é preciso sim dar méritos a Sampaoli nesse sentido. Colocou a equipe pra frente, buscou um futebol propositivo, trouxe de volta um Flamengo que parece sim ter a intenção de atacar e não de esperar até que a equipe adversária sinta pena e decida fazer um gol contra. Com o argentino o Flamengo tem mais posse de bola, pressiona a saída adversária, busca criar chances e vem assumindo protagonismo em praticamente todas as suas partidas.
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Porém o Flamengo não vem ganhando. E sendo esse o objetivo final de todos os jogos de futebol, temos aí um grande problema.
E alguns dos motivos pra isso são, sim, ligados a Sampaoli. Um bom exemplo é a insistência em jogadores que não vinham rendendo e não iam começar agora, como Vidal que foi titular em todos os jogos até esse domingo e Marinho, que segue entrando em campo mesmo sem produzir nada além de entretenimento para os torcedores adversários.
O estilo de jogo do Flamengo precisa de vitalidade e fica cada vez mais claro que jogadores como eles e, por exemplo, Thiago Maia ou até mesmo Everton Ribeiro não estão conseguindo oferecer isso durante 90 minutos.
Mas existem também fatores que estão acima do controle do careca. Nosso único lateral-direito ser o menino Wesley, que parece talentoso e bem intencionado, mas tem o mesmo processo decisório equivocado que leva diversos jovens a fazer faculdade de comunicação ou beber Skol Beats? Culpa da diretoria. Santos estar possivelmente misturando cogumelos no Gatorade e passar a partida toda pulando em bolas que não estão lá e lançando para jogadores que não existem?
Ninguém poderia prever. O fato da nossa grande expectativa pra substituí-lo ser um argentino que mal pega banco num clube árabe? Também está na conta de Marcos Braz.
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E o que você consegue quando soma deficiências no elenco, péssima fase técnica de diversos jogadores e um sistema defensivo que ainda parece totalmente confuso? Partidas como as últimas do Flamengo. O time foi protagonista, ofensivo, criou chances, mas teve momentos de desconcentração, cometeu falhas na defesa. Pronto, não conseguiu atingir o objetivo principal do esporte bretão, que é fazer mais gols que o seu adversário.
Se fazem necessárias então mudanças rápidas. Não apenas dentro do campo, mas também fora dele, com troca de nomes no departamento de futebol ou, no mínimo, uma janela de transferências no meio do ano que seja realmente capaz de oferecer os reforços que a equipe precisa. Assim como, é claro, é preciso que Sampaoli não apenas aprimore a eficiência ofensiva do Flamengo como dê alguma solução nessa defesa, que parece envolvida em algum esquema de apostas pra tirar dinheiro com a opção “ambos os times marcam”.
Porque jogar pra frente é legal, dominar o jogo é bacana. Mas nada disso importa se, como aconteceu nas últimas partidas, dominarmos a partida durante 80 minutos pra nos 10 minutos restantes entregar o jogo. Tem contas que não fecham, e essa é uma delas.
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