Por Gerrinson. R. de Andrade (Twitter: @GerriRodrian) - Do Blog Orra, é Mengo!Othello and Desdemona, de Alexandre-Marie Colin, de 1829.
Shakespeare era olho-vivo, sacou logo aquela história do sujeito casado com mulher bonita, aquela Desdêmona de coxa larga. O cara tá lá de boa, vem de repente o vilão Iago insuflar desconfiança em seus ouvidos, a casa cai.
Quem não sabe da história de Othelo, lamento. Shakespeare é obrigação. Mas acontece que o rubro-negro mais apaixonado, esse é aquele que se lasca na conversa de um Iago, que pode ser o amigo vascaíno, que pode existir apenas nos pensamentos ou que bem pode ser as estatísticas assustadoras que vemos no jornal.
Assim, flamenguista daquele bom, daquele que baba pela Desdêmona, fica nos nervos, anda pela casa, pensa pensa de cansar a cabeça. É aquela agonia. Revê partida no youtube, olha a tabela do Brasileiro 2015.
Que será deste time, deste Jonas, deste Paulinho, deste Luxemburgo? A gente vê, gosta, aquela camisa deixa qualquer um parecendo jogador, parece sempre que é time clássico entrando. O time joga, a gente vê, a vitória vem, a gente faz a festa.
Mas de repente aquela piada mortal, a gente lembra que a vida é osso, traumas de temporadas passadas começam agora a fazer força. Sustos, aporrinhações e tédio. Zona de rebaixamento, derrotas e jogos fracos.
Othelo fica esperto, feito cachorro farejando. O flamenguista avalia, faz seu entendimento da situação, já sofreu o suficiente, tá calejado. Sabe que seu pessimismo ou otimismo são indiferentes – e que só o tempo dirá se essa moça é honesta.
Orra, é Mengo!