O Maracanã não é a panela de pressão sonhada pelos cariocas. Não à toa, o Flamengo pensa na construção de um estádio próprio. O arquiteto Fabrício Chicca participou do Charla Podcast e explicou os problemas do estádio.
A Nação é simplesmente uma das mais fanáticas do Brasil. A maior torcida do mundo faz um barulho absurdo mesmo com as deficiências do local. Fabrício explica que o Maracanã tem uma das piores acústicas do Brasil. Isso se dá pela distância dos torcedores do campo. Além disso, a lona na cobertura também não favorece.
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“O Maracanã não é um dos melhores. Está entre os últimos. Dos que estou pensando, é um dos piores. Possivelmente o pior, na primeira divisão. A questão acústica está determinada pela distância do torcedor ao gramado e superfícies rebatedoras. Não existem. O som sobe, dispersa e é abafado. As organizadas do Flamengo ficam muito longe. Boa parte do grito vai direto naquela cobertura. É uma lona, absorve parte do som”, explica Fabrício.
O arquiteto explica ainda que a melhor opção é ficar na bandeirinha de escanteio. No entanto, as torcidas organizadas ficam bem longe. Atrás do gol e no setor superior, o som sobe e se perde. Dessa forma, os cantos chegam muito pouco no campo.
“Se pudesse escolher, o melhor ponto seria a bandeirinha de escanteio. Fica na quina, é o ponto mais próximo do gramado. Tem a questão da divisão, norte, oeste, a gente sabe que não dá. Mas aí entra na discussão do que fizeram com o Maracanã”, diz.
Maracanã ‘Padrão Fifa’ ignora torcidas locais
O projeto foi desenhado para a Copa do Mundo 2014. Por isso, ignora a torcida do Flamengo ou de qualquer clube carioca que jogue no local. Fabrício explica que o novo Maracanã foi pensado para o espectador de uma Copa, que não torce fervorosamente.
“É preciso entender um ponto. O redesenho não foi feito para o torcedor do Brasil, que vai para torcer por um time. O espectador dos jogos de Copa do Mundo não estão lá para torcer por uma seleção específica. Vou torcer para o Afeganistão porque é mais legal. 80% são os espectadores que querem sentar, com espaço. Não dão importância para a distância para o campo”, conta.
Por fim, o arquiteto lembra ideias que volta e meia reaparecem. A retirada das cadeiras do setor Norte, por exemplo. A ideia é dar lugar a mais torcedores. No entanto, seria preciso novas obras. Saídas de emergência e averiguação da engenharia são alguns pontos.
“Tirar as cadeiras da Norte. Mas não vai aumentar o número de pessoas. Para isso, precisa aumentar as saídas de emergência. Precisa fazer obra. Tem que passar na engenharia. As mudanças necessárias para virar um caldeirão de verdade. O jogador não pode sonhar jogar no Maracanã. Tem que temer. Igual na Bombonera”, finaliza.
A torcida do Flamengo faz certo milagre no estádio. A Nação, afinal, proporciona um inferno para os visitantes. As festas não são raras. Apoiar o clube com maestria no Maracanã mostra o alto nível da torcida.
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