Um dos principais especialistas em finanças de clubes de futebol do Brasil, César Grafietti, responsável pelo Relatório Convocados, fez um cálculo em sua coluna semanal para demonstrar que o Flamengo tem condições econômicas de pagar um estádio próprio sem a necessidade de se transformar em SAF, como defende o presidente Rodolfo Landim.
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O especialista calculou que o Flamengo poderia ter mais de R$ 200 milhões por ano para investir no estádio caso aumente suas receitas com bilheteria e sócio-torcedor a partir da concessão do Maracanã e reduza o investimento em contratações para o time de futebol
➕Só Flamengo recebe nota máxima em avaliação financeira da Convocados
“O Flamengo tem geração de caixa que é maior que a receita de 15 clubes da Série A. Mesmo com as necessidades de capital de giro, ainda sobra dinheiro, que é utilizado para pagar as dívidas parceladas, e cada vez menores, e essencialmente para contratar atletas. Em 2023 foram R$ 279,6 milhões, que permitem elencos sempre fortes e competitivos. Aqui está a possibilidade de investimento no estádio. É a partir desse valor que a conta precisa ser feita”, escreveu Grafietti.
Segundo o especialista, se conseguir aumentar em 30% suas receitas de matchday, o Flamengo terá mais R$ 78 milhões anuais à disposição para investir no estádio, que se somariam a R$ 140 milhões da redução pela metade do investimento em contratações, “o que dá um total de R$ 218 milhões disponíveis para bancar qualquer financiamento”.
Flamengo pode buscar parceiro para estádio, mas sem SAF
Para não reduzir o investimento em futebol, Grafietti sugere que o Flamengo busque um parceiro para a construção do estádio. Mas frisa que o modelo não seria o de uma SAF.
“Pode ser um investidor privado, um fundo imobiliário, alguém que entre parte com capital e reduzisse a dívida, sem que o Flamengo precisasse abrir mão de investimentos no elenco para bancar o estádio. Qual a contrapartida do clube? Receitas! Além do potencial e receitas satélites que os estádios mais novos permitem, como lojas, restaurantes, museu, o clube ainda é capaz de gerar mais de R$ 250 milhões de movimento direto de bilheteria. Isso seria potencializado com programas eficientes de relacionamento, ou o suficiente para entregar para o parceiro valores acima de R$ 300 milhões anuais. Nem há necessidade de shows e usos fora do futebol. Muito menos criar SAF para entregar algo além do ativo imobilizado”, escreve.
Para o especialista, “é possível concluir que a operação de construção de um estádio próprio pelo Flamengo é factível“.
“Claro que há riscos, mas que se mapeados corretamente e com soluções endereçadas de forma justa, pode ser mais um golaço do clube”, conclui.
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