Ano eleitoral, governador quer se reeleger, entrou pelo impedimento do Witzel e ninguém o conhece direito… Agora pinta um estádio do Flamengo na Barra, com a condição de ter metrô via uma nova linha SE ELE FOR ELEITO.
Dito isso, o Flamengo está prestes a passar por percalços com o Maracanã. A concessão temporária, estendida algumas vezes (mais do que o devido), vai acabar e a “definitiva”, de longo prazo, será disputada. E o edital não agradou ao Flamengo. Obviamente ele deve pressionar.
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Como pressionou na guerra contra o Consórcio Maracanã por anos, chegando ao ponto de preferir viajar o Brasil para jogar em casa, de Cariacica a Manaus, Brasília ao Pacaembu… E como pressionou levantando um estádio provisório na Ilha do Governador, polêmico para muitos.
Mas a intenção era asfixiar o consórcio, que chegou a cobrar 500 mil só de aluguel, fora todas as grandes despesas do estádio… E deu certo. Em 2018 se chegou a um consenso e posteriormente a Lava-Jato implodiu a empreiteira que operava a concessão, deixando-a conosco em abril de 2019.
Obviamente que se o edital não agrada, é saudável que o Flamengo comece a movimentar o noticiário em torno de possibilidades de levantar um estádio, uma vez que sem o Flamengo o Maracanã fica à míngua, como principalmente em 2017.
Mas é inocência pensar que o governador Claudio Castro, que é o mais alto membro do poder executivo estadual, esfera responsável pelo Complexo Maracanã, vai levar o metrô através de uma nova e complexa linha pela Zona Oeste para o Parque Olímpico, esvaziando o Maraca para sempre.
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Vale uma observação: o metrô na Linha 4, que mudou de número com a cagada da estação General Osório cometida pela gestão Sérgio Cabral, originalmente seria a Linha 1 estendida até o Terminal Alvorada, passando pela estação Jardim Oceânica que hoje opera como estação final.
O trajeto que o metrô faria virou o BRT do Eduardo Paes, hoje com seu sistema colapsando e massacrando o cidadão. Do terminal Alvorada, partiriam outras linhas de metrô, como a Linha 5 citada na conveniente reportagem em ano eleitoral e em fase onde diretoria do Fla é cobrada.
O Parque Olímpico, com metrô na porta, seria um ativo incrível pro Flamengo, pro cidadão e para a cidade. O clube poderia operar uma das Arenas Cariocas para seus esportes de quadra (vôlei e basquete, quiçá Liga Futsal um dia). E vou além. Num grande projeto, viraria coisa maior:
Hoje o Parque está dividido entre arenas com o poder municipal, Ministério Federal (depois do fim da Autoridade de Governança do Legado Olímpico – AGLO) e a maior parte do terreno está em poder do Consórcio RioMais, formado por três empreiteiras famosas e que construíram as arenas no Parque Olímpico.
O Consórcio RioMais tem o plano de construir um gigante condomínio residencial no local, integrando ao parque, porém, com o encalhe do projeto Ilha Pura (Vila Olímpica 2016), onde mais de 70% das unidades ainda não foi vendida, e com 25 mil unidades no Rio paradas, acho difícil sair.
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Então que tal buscar o Consórcio e fazer um projeto entregando naming rights do estádio do Flamengo na Barra, construindo integrado hotel, garagem, praça de alimentação com lojas e se aprovado o Projeto de Lei que regulamenta o jogo no Brasil, um grande cassino? Entrega a operação por 30 anos e vamos.
O Rio precisa de investimento, novos polos de convergência de fluxo de pessoas para trabalho e entretenimento, e só projetos de GRANDE impacto podem fazer o poder público realmente se interessar em levar transporte de massa (metrô ou trem) até a porta.
Então muito cuidado ao ler e ficar impactado com esse tipo de notícias. É candidato a governador, é diretoria contestada, é prefeito querendo governo, todo mundo tem interesse político e o Flamengo representa 50% das intenções de voto. Nós, rubro-negros, somos o fiel da balança.
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